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15 agosto, 2021

Além de fuzis, Taurus poderá vender submetralhadoras e pistolas para a Índia


*LRCA Defense Consulting - 12/08/2021 Atualizada em 15/08)

O Presidente e CEO Global da Taurus Armas, Salesio Nuhs, informou ontem (11), durante as lives em que comentou sobre os resultados do segundo trimestre de 2021 (2T21), que, além de fuzis T4, a empresa poderá fornecer submetralhadoras e pistolas a instituições policiais indianas que demonstraram interesse nas armas brasileiras.

Os novos interesses tiveram origem nas Forças Paramilitares Indianas (algo como a nossa Polícia Federal; veja abaixo), que quer avaliar a submetralhadora SMT9, e em um órgão policial não especificado, que demonstrou interesse na pistola brasileira TS9, mesmo modelo do qual as Filipinas compraram 20 mil unidades.

Licenças para manufatura e venda
O CEO da Taurus informou também que a empresa se tornou a primeira companhia privada (não governamental) a obter as licenças para manufatura e venda (produção e comercialização) de armas na Índia, as quais foram expedidas recentemente.

Início da produção da Jindal Taurus
Com relação ao início das operações da Jindal Taurus Defence Systems Private Ltd. (joint venture com o Jindal Group), Salesio afirmou que estão previstas para janeiro de 2022, haja vista que a vacinação em ambos os países está bastante adiantada, possibilitando o desenvolvimento das operações.

Para tanto, a empresa enviará à Índia, provavelmente em setembro, uma grande  equipe acompanhada de 10 unidades de cada um desses tipos de armas: fuzil T4 em três versões, três tipos de pistola e um de submetralhadora (metralhadora de mão), para serem analisados pelas Forças Armadas, Paramilitares e Policiais indianas visando as licitações e interesses em curso, bem como futuras aquisições. Uma parte dessa equipe terá também a missão de fazer o espelhamento da unidade fabril brasileira na Índia.

Forças Paramilitares Indianas - Forças Policiais Armadas Centrais (Central Armed Police Forces)
Com efetivo total de mais de 880 mil integrantes, entre homens e mulheres, o termo "Forças Policiais Armadas Centrais" (CAPF) refere-se à nomenclatura geral que engloba cinco forças policiais armadas federais da Índia sob a autoridade do Ministério do Interior, também conhecidas como Forças Paramilitares, embora haja uma grande confusão com essa "nomenclatura" nesse país, com algumas fontes afirmando que essas seriam apenas as forças conhecidas como Assam Rifles e a Força Especial de Fronteira. Seu papel é defender o interesse nacional principalmente contra as ameaças internas. São elas:
- Força de Segurança de Fronteira (BSF);
- Força Policial de Reserva Central (CRPF);
- Força de Segurança Industrial Central (CISF):
- Polícia de Fronteira Indo-Tibetana (ITBP);
- Sashastra Seema Bal (SSB).

Além da função principal, todas as CAPFs estão envolvidas no auxílio à Polícia em situações de garantia da Lei e da Ordem e, também, ao Exército em Operações Antiterroristas.  

Polícias Armadas Estaduais
Além dessas, há ainda 14 Polícias Armadas Estaduais, também com um grande efetivo de policiais, igualmente dotadas com fuzis, pistolas e submetralhadoras obsoletas.

Outras forças
Para se ter uma ideia da quantidade de forças militares e policiais, existem ainda na Índia (na maioria, dotadas de armamento importado moderno):
- Guarda de Segurança Nacional;
- Grupo de Proteção Especial;
- Força de Proteção Ferroviária;
- Força Nacional de Resposta a Desastres;
- Guarda Costeira;
- Forças Especiais.

Armamento indiano: submetralhadora
A submetralhadora mais utilizada pelas forças policiais indianas é a JVPC - Joint Venture Protective Carbine, também conhecida como MSMC - Modern Sub Machine Carbine até 2014, uma arma hoje com calibre 9 × 19mm Parabellum (anteriormente 5,56 × 30 mm MINSAS) que está substituindo as submetralhadoras Sten (inglesa) e SAF Carbine 2A1 (indiana).

Trata-se de uma submetralhadora indiana projetada pelo Armament Research and Development Establishment of Defense Research and Development Organization e fabricada pela estatal Ordnance Factory Board na Fábrica de Armas Pequenas, em Kanpur, e na Fábrica de Armas Tiruchirappalli. Foi desenvolvida para o Exército Indiano com base na experiência anterior da família de armas de fogo da estatal INSAS.

Embora com um design aparentemente mais moderno, é uma arma de concepção mais antiga (2006), carecendo dos aperfeiçoamentos tecnológicos presentes nas modernas submetralhadoras, como as SMT9 da Taurus, por exemplo.

File:MSMC - Modern Sub Machine Carbine.jpg
Submetralhadora MSMC

Armamento indiano: pistola
Com algumas exceções, a pistola padrão das forças armadas e policiais é a Pistol Auto 9mm 1A, uma antiga e obsoleta pistola semiautomática de ação simples, cópia licenciada da pistola Inglis 9mm (Browning Hi-Power), fabricada sob licença na Índia pela empresa estatal Rifle Factory Ishapore desde 1981. A Hi-Power foi descontinuada em 2017 pela Browning Arms, mas permanece em produção sob licença e ainda é utilizada como pistola padrão pelas forças armadas e policiais de diversos países.

Em virtude desse fato, a Jindal Taurus Defence Systems Private Ltd., caso seja escolhida para produzir uma nova pistola padrão para os mercados militar, paramilitar e policial desse país, poderá ter aí um negócio bilionário para a empresa, haja vista os grandes efetivos dessas forças.

File:Pistol Auto 9 mm 1A - Kolkata 2012-01-23 8779.JPG
Pistol Auto 9mm 1A

Com Fuzil T4, Taurus participará de megalicitação de fuzis CQB
No dia 13 de fevereiro, a imprensa indiana informou que o exército desse país emitiu um novo pedido de informações (RFI) para uma aquisição rápida de 93.895 carabinas CQB (a carabina/fuzil Close Quarter Battle é uma arma mais curta que o fuzil de assalto, própria para o combate aproximado). Isso ocorre cinco meses depois que o Ministério da Defesa revogou a licitação para adquirir um número semelhante de carabinas sob o Procedimento Fast-Track (FTP).

Além da licitação urgente e emergencial de 93.895 carabinas/fuzis CQB, recentemente a Índia solicitou 10 unidades do Fuzil T4 para submetê-los a testes, haja vista que pretende fazer, em data ainda não definida, uma megalicitação ainda maior, que poderá variar entre 350.000 e 500.000 fuzis/carabinas CQB para suas unidades de Infantaria, especialmente as que atuam nas regiões de fronteira, onde há a possibilidade de serem travados combates aproximados.

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