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19 junho, 2022

Na Ásia,Taurus vai fincando bandeiras em países com expressivo crescimento e grande potencial


*LRCA Defense Consulting - 19/06/2022 (atualizado em 23/06)

A multinacional brasileira Taurus Armas S.A. continua ampliando a diversificação geográfica de suas vendas, conquistando novos mercados e passando a ter posição de proeminência em outros com grande potencial e/ou com expressivo crescimento.

Dentro dessa estratégia, a Ásia assume importância capital para a empresa, haja vista que alguns de seus países estão entre os que mais crescem no mundo. Além disso, é a região que possui o maior adensamento populacional do planeta e onde os mercados militar, policial, paramilitar e de segurança privada estão entre os mais promissores, haja vista que, via de regra, dispõem de armamentos de muitas origens e, em vários casos, parcialmente obsoletos.

Bangladesh
A República Popular do Bangladesh, localizada na fronteira Leste da Índia e o oitavo país mais populoso do mundo, tem registrado um enorme crescimento nos últimos anos, mesmo num momento em que as economias dos gigantes asiáticos perderam força. O país deve registrar uma taxa de crescimento superior a China. Ainda segundo um relatório de competitividade do Fórum Econômico Mundial de 2019, Bangladesh foi o segundo país asiático que mais subiu nesse ranking.

O país asiático é um dos com maior adensamento populacional do mundo, com 162 milhões de habitantes em 147.570 quilômetros quadrados, o que evidencia também o potencial mercado consumidor.

Desde 2017, período em que a Taurus passou por uma forte transformação e iniciou seu turnaround, a fabricante brasileira vem conquistando este importante mercado. 

A polícia nacional de Bangladesh - maior força policial do mundo - já é cliente da empresa desde 2017, quando adquiriu 2.500 submetralhadoras 9mm (SMT9). Em maio de 2019, a Taurus entregou um grande lote de pistolas PT57SC e submetralhadoras SMT 9mm para a Bangladesh Air Force – BAF, no primeiro negócio fechado junto à essa instituição.

Além do fornecimento de submetralhadoras, o contrato firmado incluiu a realização de cursos de manutenção de armas longas táticas, com o objetivo de preparar cerca de 40 oficiais – um para cada batalhão de Bangladesh – para torná-los multiplicadores dos protocolos de segurança e manuseio exigidos pela marca.

Submetralhadora Taurus SMT-9C 9x19mm em uso pela polícia de Bangladesh

Índia
Outro país promissor e que está entre os que mais crescem mundialmente é a Índia, onde a Taurus assinou uma joint venture dentro do programa do governo local na área de defesa “Make in Índia”, que permitirá a fabricação e comercialização de armas leves no país. A poderosa parceria com o Jindal Group, maior fabricante de aço da Índia e um dos dez maiores do mundo, possibilitará a abertura do grande mercado indiano aos produtos da Taurus.

No país, a empresa está participando de uma licitação de 93.895 fuzis calibre 5,56x45, lançada pelo Ministério de Defesa indiano em 2021, por meio de um processo chamado Fast Track Procedure (FTP - compra rápida). Além dessa oportunidade específica, a Índia tem uma demanda de outros 365.000 fuzis no calibre 5,56x45 para os próximos cinco anos, a serem adquiridos através do Programa Make-in-India, o que a torna um dos mercados mais atrativos do mundo.

A multinacional brasileira também está disputando armamentos para Guarda de Segurança Nacional (submetralhadora SMT9), para a polícia de um estado indiano (até 4.000 unidades do fuzil T4) e para polícia da cidade de Aizawl, que está interessada nas pistolas TS9 e TH9c.

De acordo com relatório do Fundo Monetário Internacional, a perspectiva de crescimento econômico da Índia é superior à da China. O segundo país mais populoso do mundo (1,37 bilhão de pessoas), que deve ultrapassar a China nos próximos 10 anos, é considerado também uma das maiores potências militares do planeta, atrás apenas dos EUA, Rússia e China.

Com mais de 1,3 milhão de homens e mulheres a serviço da nação, a Índia possui a quarta maior força militar do mundo em termos de efetivo, segundo levantamento da Global Firepower. Na área de segurança pública, o número de agentes e policiais armados impressiona. A Índia possui 1,4 milhão de policiais e cerca de 7 milhões de agentes de segurança particulares.

A obsolescência e a diversidade de origens de seu armamento leve faz com que a Índia esteja enfrentando graves problemas operacionais e também logísticos, haja vista a dificuldade para suprir, manutenir as armas e repor peças gastas ou defeituosas.

Como seu objetivo é se tornar uma das nações proeminentes no mundo dentro de alguns anos, suas forças armadas e de segurança necessitarão caminhar no sentido de padronizar o respectivo armamento leve, limitando-o a poucos modelos e passando a utilizar armas modernas e de alta qualidade fabricadas no próprio país (Make in India / Atmanirbhar Bharat - Feito na Índia / Índia Autossuficiente). Só assim obterão excelência operacional e logística, com grande economia de tempo e recursos.

A estrutura da fábrica de armas da Taurus Jindal no país já foi concluída na cidade de Hisar, sendo aguardada para breve sua entrada em operação.

“Nossos engenheiros estão na fábrica para dar todo o suporte na questão de infraestrutura, receber os equipamentos e maquinários, para iniciar a produção ainda este ano. Temos boas expectativas para 2022 com a entrada no mercado indiano que já está nos trazendo oportunidades para possíveis licitações das Forças Armadas e Policiais indianas. E na Índia tudo é superlativo, é o segundo país mais populoso do mundo, com números muito grandes em qualquer licitação, inclusive para o abastecimento do imenso mercado militar, policial e de segurança privada. Estamos bastante esperançosos de que a Índia vai gerar um resultado bastante firme nos próximos anos”, afirmou o CEO Global da Taurus, Salesio Nuhs.

Filipinas
A Taurus também vem conquistando o exigente mercado filipino, comprovando a qualidade, a confiabilidade e a resistência de seus produtos. Recentemente, a empresa realizou o fornecimento de 13.530 dessas armas ao Exército das Filipinas. Foi a primeira vez que esta força armada adquiriu fuzis de um país diferente dos Estados Unidos. Após a entrega da primeira leva (12.430 armas), ocorreu também a estreia do Fuzil T4 na dotação regular de um exército mundial.

Fuzil Taurus T4 em uso pelo Exército das Filipinas

Em 2018, a companhia venceu um grande contrato para o fornecimento de pistolas striker modelo TS9 para Polícia Nacional das Filipinas e, de lá até dezembro de 2021, já foram vendidas 29.500 pistolas desse modelo para essa força policial, sendo que as últimas 9.500 armas serão entregues neste segundo semestre. As armas passaram por um dos mais rigorosos testes de avaliação, incluindo teste de resistência de 20.000 disparos, onde as amostras foram plenamente aprovadas sem nenhuma falha. Os testes aplicados superaram em vários requisitos os testes da Norma NATO AC-225.

Assim como Bangladesh e Índia, as Filipinas possuem uma economia dinâmica e também em rápida expansão. Projeta-se que a economia desse país seja a 5ª maior da Ásia e a 16ª maior do mundo até 2050. Sendo um país densamente povoado, com mais de 108 milhões de habitantes em 300.000 quilômetros quadrados de área (um pouco maior que o estado brasileiro do Rio Grande do Sul), seu grande mercado interno tem potencial para se expandir ainda mais.

Nepal
O Nepal é um país localizado entre a Índia e o Tibete, tendo uma das maiores densidades demográficas do continente, com 184 habitantes por quilômetro quadrado.

O país tem laços estreitos com ambos os seus vizinhos, especialmente com a Índia. De acordo com um tratado de longa data, os cidadãos indianos e nepaleses podem viajar livremente entre os dois países, sem passaporte ou visto. Cidadãos nepaleses podem trabalhar na Índia, sem qualquer restrição legal.

As forças armadas do país consistem no Exército, que inclui a Força Aérea do exército nepalês. A Polícia Nepalesa é a polícia civil, enquanto a Polícia Armada do Nepal é a força paramilitar (segue normas e costumes militares mas não é ligada ao Exército).

A maioria dos equipamentos usados ​​pelo exército nepalês é importada de outros países. A Índia é o maior fornecedor de armas e munições do exército, bem como de outros equipamentos logísticos, que geralmente são fornecidos sob generosos subsídios militares. Alemanha, Estados Unidos, Bélgica, Israel, Reino Unido, União Soviética, China e Coreia do Sul também forneceram ou ofereceram armas ao exército nepalês.

O primeiro rifle padrão do Exército foi o belga FN FAL, que foi adotado em 1960. Os FAL nepaleses foram posteriormente complementados por variantes não licenciadas fabricadas na Índia, bem como sua contraparte britânica, o rifle L1A1 Self-Loading. A partir de 2002, estes foram oficialmente suplementados no serviço militar pelo fuzil americano M-16, que tomou o lugar do FAL como fuzil de serviço padrão do exército. No entanto, o FAL e suas respectivas variantes continuam sendo a arma mais prolífica no serviço do exército nepalês, com milhares de exemplos de segunda mão fornecidos pela Índia até 2005.

A pistola padrão do Exército Nepalês é a obsoleta Browning Hi Power (FN P-35) uma pistola semiautomática de ação simples no calibre 9mm, com modelo inicial de 1935 e aperfeiçoamentos introduzidos em 1962.

Indonésia
As Forças Armadas da Indonésia (TNI) incluem o Exército (TNI–AD), a Marinha (TNI–AL, que inclui o Corpo de Fuzileiros Navais) e a Força Aérea (TNI–AU). O exército tem cerca de 400.000 militares ativos. Os gastos de defesa no orçamento nacional foram de 0,7% do PIB em 2018, com envolvimento controverso de fundações e interesses comerciais de propriedade militar.

As Forças Armadas foram formadas durante a Revolução Nacional da Indonésia quando empreendeu a guerrilha junto com a milícia informal. Desde então, as linhas territoriais formaram a base de toda a estrutura das sucursais da TNI, visando manter a estabilidade interna e dissuadir as ameaças externas. Os militares possuem uma forte influência política desde a sua fundação, que atingiu o pico durante a Nova Ordem. As reformas políticas em 1998 incluíram a remoção da representação formal do TNI da legislatura. No entanto, sua influência política permanece, embora em nível reduzido.

Soldados de infantaria do exército indonésio

O armamento leve padrão das Forças Armadas é produzido pela PT Pindad (inglês: Indonesian Army Industries Ltd.), empresa estatal indonésia especializada em produtos militares e comerciais. Pindad fornece os armamentos e munições para as Forças Armadas Nacionais da Indonésia e para outras agências uniformizadas.

A pistola padrão é a Combate G2 (desenvolvida em parceria com a indiana Bhukhanvala Industries), uma pistola semiautomática de ação única no calibre 9×19mm, embora ainda haja muitas Pindad P1 e P2 em uso, que são cópias locais da Browning Hi-Power.

A submetralhadora padrão é a M12 nas versões PM1 e PM1A1 e no calibre 9×19mm, fabricadas sob licença da Beretta.

O fuzil de assalto padrão atual é o SS2, com calibre 5.56×45mm, que está substituindo gradualmente a versão antiga SS1 (uma versão licenciada do FN FNC). O supressor de flash do SS2 é baseado no do Colt M16A2 e possui uma alça de carregamento recíproca que pode ser usada para assistência à frente, com a mira frontal baseada nos rifles AK.

MD apresenta atuação das Forças Armadas para comitiva da Índia, Bangladesh, Nepal e EUA
No dia 08 de junho, o Ministério da Defesa do Brasil recebeu a visita de militares do Colégio de Defesa Nacional da Índia. A comitiva, que contou também com militares de Bangladesh, do Nepal e dos Estados Unidos, participou de um ciclo de palestras. O encontro fortalece as relações do Brasil com essas nações amigas.

Durante as palestras, foram apresentados temas como o planejamento estratégico e a atuação conjunta das Forças Singulares brasileiras, além dos principais aspectos da indústria de defesa nacional. A iniciativa é uma oportunidade para projetar a atuação das Forças Armadas brasileiras no cenário internacional, além de contribuir para o fortalecimento dos laços de cooperação entre as nações.

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