*LRCA Defense Consulting - 01/11/2025
O avanço das companhias aéreas brasileiras na renovação e ampliação de suas frotas acaba de ganhar um importante aliado. O Comitê Monetário Nacional (CMN) aprovou, em 25 de outubro de 2025, novas regras que liberam até R$ 4 bilhões por ano em empréstimos do Fundo Nacional de Aviação Civil (Fnac) para a aquisição de aeronaves fabricadas pela Embraer, a maior indústria aeronáutica nacional. A medida representa um marco relevante para o setor, com impactos diretos na economia, no fortalecimento da indústria local e na competitividade das companhias aéreas nacionais.
O programa oferece seis linhas de crédito com taxas de juros atrativas, entre 6,5% e 7,5% ao ano, com o objetivo de facilitar o acesso das empresas aéreas aos jatos regionais da Embraer, conhecidos mundialmente pela eficiência e tecnologia avançada. Essas condições não contemplam apenas a compra de aviões, mas também investimentos em manutenção de motores, infraestrutura operacional e na aquisição de combustível sustentável de aviação (SAF) produzido no Brasil, alinhando o sector aéreo nacional às tendências internacionais de sustentabilidade.
A nova política de financiamento está condicionada a contrapartidas claras e estratégicas. As companhias aéreas que se beneficiarem dos recursos deverão ampliar em ao menos 30% as frequências entre a Amazônia Legal e o Nordeste, fomentando a conectividade regional e o desenvolvimento econômico dessas regiões. Além disso, será obrigatório o uso de combustível sustentável produzido no país, reforçando um compromisso ambiental que acompanha metas de redução de emissões para os próximos anos.
Durante o período do financiamento, previsto para 18 meses para atingimento das metas, as empresas deverão manter os resultados alcançados e terão a restrição de não distribuir lucros a seus acionistas, garantindo que os recursos sejam integralmente aplicados no crescimento e na modernização do setor aéreo brasileiro.
Atualmente, a Azul Linhas Aéreas é a principal operadora de jatos Embraer no Brasil, mas com o novo programa de financiamento, outras companhias poderão expandir suas frotas com aeronaves brasileiras, alavancando a posição da Embraer no mercado doméstico. Para a Embraer, essa medida significa não apenas um aumento potencial nas vendas, mas também um fortalecimento da cadeia produtiva nacional e a consolidação do Brasil como polo global de aviação regional.
Fundado em 2011, o Fnac tem como missão estimular o sistema nacional de aviação civil por meio de investimentos estratégicos em infraestrutura e modernização de frota. A decisão do CMN nesta semana reforça o alinhamento do governo federal com políticas setoriais voltadas para o estímulo à fabricação nacional, à inovação tecnológica e à sustentabilidade ambiental — pilares essenciais para a manutenção da competitividade da indústria brasileira em um mercado global cada vez mais exigente.
Especialistas do setor destacam que o incentivo fortalece a Embraer frente aos gigantes internacionais, viabilizando não só a sobrevivência, mas a expansão da indústria aeronáutica nacional em um momento de transformação global, marcado pela busca por eficiência e menor impacto ambiental.
Com essa iniciativa, o Brasil imprime um passo decisivo para garantir desenvolvimento regional, geração de empregos e tecnologias de ponta em seu setor de aviação — com a Embraer liderando o caminho como símbolo da capacidade industrial brasileira e da inovação tecnológica aplicada à aviação civil.


