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28 junho, 2025

Ucrânia recebe primeira aeronave Shark de guerra eletrônica para missões anti-drone


*LRCA Defense Consulting - 28/06/2025

As aeronaves da SHARK.AERO foram projetadas para uso civil, com foco em desempenho aerodinâmico, eficiência e voo esportivo, não para missões militares ou de guerra eletrônica (EW). No entanto, com pequenas modificações, tais características, agregadas com ferramentas de EW, estão sendo aproveitadas para o uso em missões de combate a drones russos do tipo Shahed, Orlan e similares no cenário da guerra Rússia & Ucrânia, como mostra a matéria abaixo.

Por outro lado, a recente aquisição da alemã Grob Aircraft SE pela também alemã Helsing pode levar ao desenvolvimento de aeronaves de combate dedicadas à função anti-drone, especialmente no segmento leve, tripulado ou não tripulado, com inteligência artificial embarcada.

A Grob Aircraft é especialista em aeronaves leves, com fuselagens em materiais compostos e de baixo custo operacional, ideais para modificações táticas e uso persistente, enquanto a Helsing é uma desenvolvedora de sistemas de inteligência artificial militar, com foco em guerra eletrônica, percepção situacional e combate digitalizado; é a Helsing que está introduzindo a IA nos caças suecos Gripen.

A união dessas capacidades cria uma base perfeita para projetar plataformas de caça a drones, com sensores avançados, software de identificação automática de ameaças e potencial armamento direcionado. Por exemplo, uma aeronave Grob G 120TP modificada poderia servir como plataforma leve e rápida, capaz de voar em baixa altitude em regiões sensíveis, com radar/IA detectando drones tipo Shahed-136, Orlan-10 e outros a quilômetros de distância e ativando sistemas de guerra eletrônica para bloqueio ou guiando mísseis/armas direcionadas. É plausível, ainda, cogitar uma eventual integração de armamento leve na aeronave, agregando-o às capacidades já existentes e a tornando mais eficaz no combate a drones.

A-29 Super Tucano Anti-drone
Tais fatos evidenciam, mais uma vez, a aplicabilidade de algumas aeronaves civis ao serem adaptadas para o uso em combate contra drones, servindo como importante alerta para que a Embraer apresse o desenvolvimento de seu A-29 Super Tucano Anti-drone, haja vista que esta aeronave é altamente adaptável para o combate a drones como o Shahed, Orlan e similares, graças à sua manobrabilidade, armamento versátil, sensores avançados e baixo custo operacional.

As modificações anunciadas pela Embraer em 2025 reforçam o potencial do A-29 como uma plataforma anti-drones, especialmente para missões de patrulha e interdição em conflitos de baixa intensidade ou contra UAS de médio e grande porte. Embora ainda não tenha sido amplamente empregado nessa função específica, sua versatilidade e histórico operacional sugerem que, com ajustes adicionais, pode se tornar uma solução eficaz e econômica para forças aéreas que buscam combater a crescente ameaça de drones.

No bojo dessa questão, parece ser válida a pergunta: pela aparente facilidade e simplicidade do equipamento de EW adaptado à aeronave leve da SHARK, o Super Tucano poderia também receber uma ferramenta semelhante, adicionando mais essa capacidade à diversidade de armamentos que pode carregar?

Ucrânia recebe primeira aeronave Shark de guerra eletrônica para missões anti-drone

*Euromaiden Press, por Yuri Zoria - 22/06/2025

A Ucrânia adquiriu sua primeira aeronave leve Shark de dois lugares da empresa tcheco-eslovaca SHARK.AERO, equipada com um sistema de guerra eletrônica especialmente desenvolvido para combater ameaças de drones como Shahed e Orlan. 

Esta aeronave não deve ser confundida com o drone ucraniano de reconhecimento de alta resolução Shark-M, desenvolvido pela Ukrspecsystems.

Isso ocorre em meio aos ataques diários de drones explosivos da Rússia contra cidades ucranianas, frequentemente envolvendo centenas de drones visando áreas residenciais. À medida que as defesas aéreas se tornam cada vez mais precárias e os suprimentos antiaéreos dos EUA são interrompidos sob o governo Trump, a Ucrânia está recorrendo a todos os meios disponíveis para combater a ameaça, desde equipes móveis de tiro com metralhadoras e drones interceptadores, até mísseis antiaéreos. Apesar desses esforços, dezenas de drones recentemente romperam as defesas, danificando prédios de apartamentos e ferindo civis.

Aeronave revelada no Paris Air Show
De acordo com o Militarnyi, o analista de aviação francês Ate Chuet (veja no vídeo) relatou a entrega (à Ucrânia) após se reunir com um representante da SHARK.AERO durante o Paris Air Show de 2025. O porta-voz da empresa explicou sua abordagem de design:

"Decidimos criar um Shark focado em guerra eletrônica na Ucrânia. Simplesmente o equipamos com uma antena para detectar e rastrear ameaças de drones. Conseguimos detectar os perfis eletromagnéticos de diferentes drones, como Shahed, Orlan etc. Uma vez detectados, podemos neutralizá-los com bloqueadores montados sob a aeronave."

Como funciona o sistema EW
O conjunto de guerra eletrônica (EW) do Shark consiste em dois componentes: um tem como alvo o sistema de posicionamento GNSS e o outro bloqueia os links de vídeo e controle dos drones. O contêiner de bloqueio é montado sob a fuselagem da aeronave, alinhado com seu centro de massa. Operando a uma altitude de 1.800 metros, ele pode suprimir sistemas inimigos em um raio de 4,5 quilômetros.

Capacidades táticas contra drones guiados

Embora os drones Shahed também utilizem sistemas de navegação inercial além do GNSS, tais sistemas destinam-se principalmente a compensar desvios em pequenas zonas afetadas por interferências. Como esses sistemas acumulam erros ao longo do tempo, interferências prolongadas por meio de plataformas aéreas como o Shark podem desviar significativamente os drones de suas trajetórias pretendidas, mesmo que não causem falha imediata.

O alcance de cruzeiro da aeronave, a 270 km/h, é de aproximadamente 2.000 quilômetros e, no modo de economia de combustível, pode permanecer no ar por quase 12 horas. A velocidade máxima é de 300 km/h.

O Shark também é equipado com um sistema de paraquedas capaz de pousar toda a aeronave com segurança em emergências, que pode ser acionado pelo piloto ou pelo navegador. Para operações em grandes altitudes, inclui um gerador de oxigênio, permitindo voar até 5.500 metros.

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Saiba mais:

- Embraer A-29 Super Tucano anti-drone: esta é a hora!

 

27 junho, 2025

C/KC-390: a fera brasileira que conquista espaço na Força Aérea Grega


*GeoStratigika, por Michael Iakovou - 26/06/2025

A Embraer, do Brasil, marcou presença de forma impactante na feira DEFEA 2025 para apresentar o C/KC-390 Millennium — uma aeronave de transporte estratégico que está se consolidando como um sério candidato à substituição dos antigos C-130H Hercules da Força Aérea Grega.

O C-390 foi projetado para combinar a velocidade de um jato (Mach 0.8) com capacidade de operar em pistas curtas (STOL), além de oferecer uma impressionante capacidade de carga: transporta até 26 toneladas ou 80 soldados totalmente equipados. Seu raio de ação máximo ultrapassa os 4.000 km, dependendo da configuração de missão.

A Embraer promove o avião tanto para missões táticas de apoio quanto para reabastecimento em voo (KC-390), já que o modelo também está disponível na versão tanque. A aeronave é equipada com radares modernos, aviônicos avançados, cockpit digital (glass cockpit) e já está em operação em países como Portugal, Hungria, Holanda e Brasil, com interesse declarado por parte da Áustria, Suécia, Tchéquia e outras nações.

A Grécia, que tradicionalmente depende de sua frota de C-130, tem agora uma oportunidade histórica para modernizar sua estrutura de transporte aéreo militar. O C/KC-390, apoiado por uma base multinacional e com preço competitivo, parece estar ganhando espaço na avaliação da Força Aérea Grega.

SIATT/EDGE assina contrato para fornecimento de mísseis MANSUP à Marinha do Brasil


*LRCA Defense Consulting - 27/06/2025

A SIATT assinou contrato com a Marinha do Brasil para o fornecimento do Míssil Anti-Navio Lançado de Superfície (MANSUP), que equipará as novas Fragatas Tamandaré. Com tecnologia nacional e apoio estratégico do Grupo EDGE, o acordo representa um avanço na soberania tecnológica no setor de defesa naval e consolida a SIATT como referência no desenvolvimento e na fabricação de mísseis de alta complexidade.

O evento ocorreu nesta quinta-feira (26) na sede da Diretoria Geral de Material da Marinha, no Rio de Janeiro, e contou com a presença do Almirante de Esquadra Edgar Luiz Siqueira Barbosa, Diretor-Geral de Material da Marinha, do Vice-Almirante Amaury Calheiros Boite Junior, Diretor-Presidente da EMGEPRON (Empresa de Gerenciamento de Projetos Navais), do Vice-Almirante Carlos Henrique de Lima Zampieri, Diretor de Sistemas de Armas da Marinha (DSAM), de Rogerio Salvador, Diretor-Presidente da SIATT, de Azhaury Cunha Filho, Presidente do Conselho de Administração da SIATT, além de Rodrigo Torres, Diretor Financeiro do EDGE Group, e de Tiago Silva, Diretor-Presidente do EDGE Group na América Latina.

A incorporação do MANSUP ao sistema de defesa naval representa um avanço estratégico no fortalecimento das capacidades operacionais da Marinha do Brasil, especialmente no contexto da Amazônia Azul — espaço marítimo do país que compreende o mar, o leito marinho e o subsolo da plataforma continental, na extensão atlântica que se projeta da costa até o limite externo da plataforma continental brasileira. Desenvolvido com tecnologia nacional, o MANSUP consolida um novo patamar de dissuasão e resposta no território marítimo brasileiro.

O Vice-Almirante Carlos Henrique de Lima Zampieri expressou sua satisfação com a parceria estratégica e destacou a importância do MANSUP para a Marinha do Brasil: “A integração do MANSUP com as Fragatas Classe Tamandaré fortalecerá a capacidade de proteção marítima da Marinha do Brasil”. A parceria com a SIATT e a EDGE foi fundamental para alcançarmos essa etapa.

Rogério Salvador, Diretor-Presidente da SIATT, destaca que o MANSUP é um projeto emblemático, que alia tecnologia nacional à excelência em engenharia de defesa: “Este contrato com a Marinha demonstra a confiança na capacidade tecnológica e produtiva da SIATT e no potencial do MANSUP como vetor estratégico de dissuasão”.

Para o executivo da SIATT, este momento representa a consolidação da SIATT como uma empresa-chave na produção de mísseis no Brasil: “Reafirmamos nosso compromisso com a Marinha do Brasil e com o desenvolvimento tecnológico nacional, entregando soluções que garantam a segurança e assegurem a soberania do país”, afirmou Salvador.

O MANSUP é um projeto estratégico de defesa brasileiro, financiado pela Marinha do Brasil, EDGE e SIATT, e foi desenvolvido para equipar navios da Marinha com um sistema de armas de dissuasão de alta capacidade. O míssil anti-navio lançado de superfície nacional é resultado de um esforço conjunto de empresas e instituições brasileiras, representando um importante passo rumo à independência tecnológica do país no setor de defesa. 

26 junho, 2025

Embraer assina contrato de manutenção com a CommuteAir para suas novas instalações de MRO em Dallas-Fort Worth


*LRCA Defense Consulting - 26/06/2025

A Embraer anunciou hoje um novo contrato de manutenção com a CommuteAir para suas novas instalações dedicadas à aviação comercial no Aeroporto Perot Field Alliance em Fort Worth, Texas. O acordo é voltado para serviços de manutenção, reparo e revisão (MRO, na sigla em inglês) para as aeronaves Embraer que operam na frota da CommuteAir. 

“A CommuteAir tem a satisfação de fortalecer sua parceria com a Embraer, começando por manutenção pesada de fuselagens nas novas instalações em Fort Worth”, disse Lon Ziegler, Vice-Presidente de Operações Técnicas da CommuteAir. “Ao trabalhar diretamente com o fabricante das aeronaves, buscamos garantir a mais alta confiabilidade para nossa frota de ERJ145.” 

“Este contrato com a CommuteAir é um marco importante para a Embraer. Forneceremos o melhor suporte para a companhia aérea e reduziremos o tempo das aeronaves em solo. Temos um relacionamento de longo prazo com a CommuteAir, e hoje estamos começando um novo capítulo com esta nova instalação. Estamos ansiosos para receber a CommuteAir aqui no Aeroporto Perot Field Alliance”, disse Frank Stevens, Vice-Presidente de Serviços de MRO da Embraer Serviços & Suporte. 

Em parceria com a Cidade de Fort Worth e o Estado do Texas, a Embraer iniciou operações em um hangar existente na última terça-feira. A construção de um segundo hangar deve ser concluída em 2027. Com as novas instalações, a capacidade da Embraer para atender aos clientes nos Estados Unidos deve aumentar consideravelmente em 53% em todo o país. 

Sobre a CommuteAir
A CommuteAir, uma parceira da United Express, opera mais de 200 voos diários usando 59 jatos Embraer ERJ145 para a United Airlines, para conectar comunidades ao redor do mundo. Além disso, a CommuteAir oferece serviços de fretamento com um Embraer E170 sob sua própria marca. Com sede na região metropolitana de Cleveland, a CommuteAir está presente em grandes hubs como os aeroportos Houston Intercontinental e Washington Dulles. A empresa também opera hangares de manutenção em Houston, TX e Albany, N.Y. 

25 junho, 2025

Embraer KC-390 impressiona jornalista internacional especializado em guerra aérea

 


*LRCA Defense Consulting - 25/06/2025

O jornalista especializado em aviação de combate, Babak Taghvee, após ter voado pela primeira vez na aeronave Embraer KC-390A, publicou o seguinte resumo em seu perfil no LinkedIn, alertando que a íntegra estará publicada na próxima edição da PTISI (ΠΤΗΣΗ em grego, que significa "Voo"), a revista de defesa mais antiga da Grécia.

"Há alguns dias, tive a oportunidade de voar a bordo do avião-tanque de transporte Embraer KC-390A Millennium pela primeira vez, avaliando seu desempenho sob a perspectiva de potencial utilidade para a Força Aérea Helênica. 

Tendo voado anteriormente em várias ocasiões a bordo de aeronaves C-130H, KC-130J e C-130J Hercules operadas pelas Forças Aéreas dos Estados Unidos, Alemanha e XXX, fiquei imediatamente impressionado com a sequência de partida e decolagem do motor significativamente mais rápida e simplificada do KC-390A.

Da partida do motor ao táxi e decolagem levou apenas 10 minutos - menos da metade do tempo normalmente exigido pelo C-130J, que geralmente varia entre 20 e 40 minutos devido à complexidade das verificações pré-voo envolvendo seus quatro motores.

O moderno conjunto de aviônicos do KC-390A permite um ambiente de cockpit altamente intuitivo e amigável ao piloto, tornando a aeronave não apenas eficiente, mas também agradável de operar. Como o Hércules, ele é totalmente capaz de realizar decolagens e pousos táticos, mas oferece a vantagem distinta dos sistemas contemporâneos que reduzem a carga de trabalho da tripulação e aumentam a consciência situacional - um fator importante para missões operacionais e de treinamento."

*Babak Taghvaee é Analista de Defesa e Segurança, Jornalista Investigativo (OSINT), Autor, Historiador e Engenheiro de Manutenção de Aeronaves. 

24 junho, 2025

Embraer inaugura novas instalações de MRO (manutenção, reparo e revisão) em Fort Worth, Dallas (EUA)

 

*LRCA Defense Consulting - 24/06/2025

A Embraer inaugurou hoje suas novas instalações de serviços de manutenção, reparo e revisão (MRO, na sigla em inglês) para aviação comercial no Aeroporto Perot Field Alliance em Fort Worth, Texas. Em parceria com a cidade de Fort Worth e o estado do Texas, a Embraer iniciará as operações em um hangar existente, enquanto constrói um segundo hangar que está programado para ser concluído em 2027. 

Com as novas instalações, a capacidade para atender aos clientes da Embraer nos Estados Unidos irá crescer consideravelmente, com um aumento de 53% em todo o país. O investimento aproximado é de US$ 70 milhões e espera-se a criação de aproximadamente 250 novos empregos ligados à aviação no Texas. 

“Estamos entusiasmados em nos juntar à Embraer para celebrar o lançamento da expansão de suas operações no Aeroporto Perot Field Fort Worth Alliance. A missão da Hillwood no AllianceTexas é atrair empresas de renome internacional e, ao mesmo tempo, criar novos empregos em nossa região – e a Embraer está fazendo exatamente isso. A expansão gradual e o investimento em Fort Worth destacam a força de nossas parcerias e a posição de Fort Worth como um centro de excelência aeroespacial”, afirma Bill Burton, Vice-Presidente Executivo da Hillwood. 

“A inauguração da nova unidade da Embraer é apenas o exemplo mais recente de como Fort Worth é o lugar ideal para iniciar, construir ou expandir um negócio”, disse Robert Allen, Presidente e CEO da Fort Worth Economic Development Partnership. “Fort Worth foi declarada Capital da Aviação no Texas pelo governador e esse anúncio comprova isso. Esta nova unidade no aeroporto Alliance permitirá que a Embraer expanda suas operações de aviação e crie centenas de novos empregos para nossa região. É hora da Embraer e de Fort Worth alçarem voo!” 

“Estamos muito entusiasmados em iniciar as operações em nossa nova instalação de MRO em Fort Worth. O apoio da Cidade de Fort Worth, do Condado de Denton e do Estado do Texas tem sido essencial para o lançamento desta operação. Continuaremos trabalhando para expandir a capacidade e a presença da Embraer nos EUA”, afirma Frank Stevens, Vice-Presidente Global de Centros de MRO da Embraer Serviços & Suporte. 

O novo centro de serviços de Fort Worth é o 13º centro de serviços próprio da Embraer, dentre mais de 80 centros de serviços autorizados no mundo todo.

Por que o Brasil deve investir em veículos lançadores orbitais?

 


*LRCA Defense Consulting - 24/06/2025

Desenvolver veículos lançadores orbitais é fundamental para garantir a soberania nacional no acesso ao espaço. Com capacidade própria de lançamento, o Brasil conquista mais autonomia, segurança e eficiência para colocar seus satélites em órbita — reduzindo custos operacionais e fortalecendo sua presença no setor espacial.

Essa capacidade estratégica impulsiona:
- O monitoramento ambiental e climático
- O estabelecimento de comunicações seguras e independentes
- A observação da Amazônia e do território nacional
- O desenvolvimento científico, tecnológico e educacional
- O fortalecimento da indústria aeroespacial nacional

Um exemplo concreto desse avanço é o VLN-AKR, veículo lançador brasileiro fruto da parceria entre Akaer, Acrux, BRENG e EMSISTI, com financiamento da Finep.

O VLN AKR está sendo concebido para ser leve, compacto e eficiente, com capacidade de inserir cargas úteis em órbita circular equatorial de até 450 km. Trata-se de um passo decisivo para consolidar a base industrial e tecnológica do Brasil no setor espacial.

Com infraestrutura estratégica, como o Centro Lançamento de Alcântara (MA), e um ecossistema de inovação em expansão, o Brasil tem todas as condições para se tornar um polo espacial regional.

Investir em veículos lançadores nacionais é investir no futuro, na inovação e na soberania do país. 

Saiba mais:
- Com a evolução do foguete lançador de nanossatélites 100% nacional, Brasil está cada vez mais próximo do espaço

- Acrux Aerospace Technologies revela avanços na propulsão de foguetes: rumo ao espaço com tecnologia 100% brasileira

- Akaer conclui com sucesso a Fase A do projeto do Veículo Lançador de Pequeno Porte VLN-AKR

23 junho, 2025

Drone UAVI 100 – Bombeiro: tecnologia nacional em solução inovadora para combate a incêndios


*LRCA Defense Consulting - 23/06/2025

O Drone UAVI Bombeiro, também conhecido como UAVI 100 – Bombeiro, é o primeiro drone desenvolvido no Brasil para combate a incêndios e se constitui em uma solução inovadora neste campo, combinando autonomia, precisão e segurança. Alavancando tecnologia nacional, representa um avanço significativo para proteger pessoas, patrimônio e meio ambiente. 

Criado pela empresa brasileira UAVI (São José dos Campos – SP), o equipamento já foi entregue ao Corpo de Bombeiros do Amazonas e está sendo implantado em guardas municipais integradas em diversas cidades.

Características principais


Combate remoto, mas abastecido por caminhão
O drone é conectado a um caminhão dos bombeiros via mangueira (cerca de 1 ½″) e lança água diretamente sobre o fogo, mantendo os bombeiros longe das chamas 

Capacidade de carga e desempenho
Pode transportar até 90 kg (ou 150 kg segundo SSP-AM), voar a uma altura de até 30 metros (o equivalente a um prédio de 10 andares) e permanecer no ar por cerca de 30 minutos.

Operação FPV com realidade virtual
O piloto utiliza óculos de realidade virtual (FPV), com transmissão em tempo real, para direcionar o jato de água com precisão cirúrgica.

Troca rápida de baterias
Voa com duas baterias simultâneas e tem uma terceira reserva, permitindo trocas rápidas (em ~2 min) e recarga em ~15 min.

Construção robusta e ambiente adverso
Projetado para operar em áreas de risco – florestas, indústrias, prédios – com motores potentes e estrutura resistente, reduzindo riscos para bombeiros 

Vantagens e inovações
- Alta precisão e rapidez no combate, mesmo em locais de difícil acesso, evitando a exposição dos bombeiros.

- Integração com sistemas operacionais dos GCIP (Grupamentos de Combate a Incêndio e Proteção Civil), ampliando o alcance das ações de segurança pública.

- Soberania tecnológica brasileira: foi desenvolvido na UAVI-SP e representa um marco nacional em inovação para resposta a emergências 

Onde está em uso
O UAVI 100 – Bombeiro já foi entregue ao Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas e está em operação para combater incêndios na Região Metropolitana de Manaus e em áreas remotas da floresta. 

Está sendo implantado no Grupamento Integrado de Combate a Incêndio e Proteção Civil (GCIP) em 16 municípios do interior do estado (como Apuí, Atalaia do Norte e Barcelos), além da capital.

O Amazonas é o primeiro estado do Brasil a receber essa tecnologia inovadora, tornando-se referência nacional no uso de aeronaves remotamente pilotadas no combate a incêndios.  



UAVI 100 Defesa 
O UAVI 100 Defesa faz parte da linha modular da UAVI, projetado especificamente para operações táticas em áreas de alto risco, ideal para aplicações militares e de segurança. 

Trata-se de um drone robusto, preciso, configurável e portátil, especialmente adaptado para operações táticas, lançamentos de carga, vigilância e suporte militar, com autonomia de cerca de 22 min, posicionamento RTK e capacidade relevante de carga.

Propósito e Capacidade
O drone atua em cenários de alto risco, dando suporte estratégico com agilidade e precisão, vindo equipado para lançar equipamentos ou dispositivos (como sensores, cargas, etc.) em alvos pré-determinados, seja em operações de ataque ou seja nas de suporte.

Controle Inteligente
- Controle com tela de alto brilho, visível mesmo sob luz solar intensa; inclui porta USB‑C e SIM card. 

- Extremamente leve e portátil, projetado para uso rápido em campo.

- Opera em ampla faixa de temperaturas: -20 °C a +40 °C, ideal para ambientes desafiadores.

Autonomia e Precisão
- Bateria de 30 000 mAh, que permite até aproximadamente 22 minutos de voo sem carga — adequado ao porte e peso da plataforma.

- Posicionamento centimétrico via RTK, compatível com estações fixas ou móveis, garantindo precisão em missões táticas. 

Capacidade de Carga
- Até 60 L ou 50 kg por bateria, ou carga equivalente por missão — que pode incluir sensores, pacotes, ou cargas específicas. 

- Suporta múltiplos acessórios configuráveis, ampliando sua versatilidade conforme a operação.

Confiabilidade Operacional

- Estrutura robusta para ambientes difíceis, com componentes pra uso em campo intenso; indicado para cenários militares, de vigilância ou intervenções emergenciais. 

- Operação segura em áreas urbanas e rurais, com sistema de manutenção e suporte técnico da UAVI. 

Considerações Legais e de Suporte
- Requer licenciamento ANAC, homologação ANATEL e aprovação do DECEA para voos dentro do espaço aéreo controlado. 

- A UAVI oferece garantia e suporte técnico especializado, além de orientação para armazenamento e transporte seguros. 

Sobre a UAVI
Situada no Parque Tecnológico de São José dos Campos (SP), a UAVI é uma empresa brasileira inovadora no setor de drones multiuso, com soluções robustas para agricultura, defesa, logística, limpeza e, sobretudo, combate a incêndios. Com tecnologia nacional e presença ativa em cenários reais, a empresa representa um grande impulsionador da autossuficiência tecnológica no país. A empresa é 100% nacional e tem foco em inovação e independência tecnológica. 


22 junho, 2025

Fokker Services Group é credenciado como Organização de Design Militar pelo Ministro da Defesa da Holanda com foco no C-390

 


*LRCA Defense Consulting - 22/06/2025

O Fokker Services Group (FSG), um fornecedor independente de soluções aeroespaciais, anunciou que foi credenciado como Organização de Design Militar (MDOA) pelo Ministro da Defesa da Holanda. 

O FSG estará habilitado a realizar atividades de projeto de engenharia de aeronaves e modificações no multifuncional Embraer C-390M. Atuando como um parceiro-chave e fornecedor da Força Aérea Real da Holanda (RNLAF), o FSG apoiará a prontidão operacional e a sustentação de longo prazo deste importante ativo da OTAN. 

A Autoridade de Aviação Militar da Holanda forneceu o credenciamento após uma extensa auditoria declarando a empresa como elegível e aprovando seus procedimentos conforme descrito nos Termos de Credenciamento. 

O FSG tem uma rica história em modificações e conversões de aeronaves, apoiando várias forças aéreas com manutenção, engenharia e suporte logístico. No ano passado, a empresa já anunciou a operação conjunta de um novo hangar com a RNLAF em Woensdrecht (Holanda) e uma parceria com a Embraer Defesa & Segurança para a entrega de aeronaves C-390M, incluindo modificações da OTAN. Além disso, a FSG concluiu um novo programa de aeronaves de missão especial Gulfstream G550 no ano passado.

"É uma honra para nós ajudar a RNLAF com nossa experiência confiável em design de aeronaves. Estamos em uma posição única para fazer uma contribuição significativa para a defesa do espaço aéreo europeu, trazendo nossas capacidades integradas em design, aeronavegabilidade e manutenção a serviço da RNLAF - e, em última análise, a serviço da sociedade em geral", disse Roland van Dijk, co-CEO do FSG.

Ao apoiar a Real Força Aérea Holandesa na sustentação de longo prazo e prontidão operacional de suas plataformas críticas da OTAN, o FSG continua a construir seu legado de experiência em aviação militar. Cada projeto aprimora cada vez mais as capacidades da empresa, aprofunda sua compreensão dos requisitos da Força Aérea e reforça uma forma sinérgica de trabalhar que reflete a mentalidade operacional de seus parceiros militares. Ao fazer isso, o FSG fortalece sua posição como aliado preferida das Forças Aéreas e contribuinte confiável para o ecossistema de defesa da Europa. 

Fechamento do Estreito de Ormuz: estratégia geopolítica ou tiro no pé para o Irã?

 


*LRCA Defense Consulting - 22/06/2025

No cenário da guerra entre Israel e Irã, e após o ataque dos Estados Unidos a três complexos nucleares deste país, a mídia internacional informou hoje (22) que o parlamento iraniano aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, cabendo a decisão final agora à liderança da teocracia governante (conselho supremo).

O Estreito de Ormuz é uma estreita faixa de mar localizada entre o Golfo Pérsico e o Mar de Omã, separando o Irã da Península Arábica (principalmente os Emirados Árabes Unidos e Omã). Ele tem cerca de 50 km de largura no ponto mais estreito, com apenas cerca de 3 km de faixa navegável para cada sentido de tráfego marítimo.

É um dos principais gargalos de transporte de petróleo do mundo. Aproximadamente 20% de todo o petróleo comercializado globalmente passa diariamente por ali (dados recentes indicam entre 15 a 18 milhões de barris por dia). Países exportadores que dependem da passagem por Ormuz incluem: Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Bahrein, Catar e Iraque. Além do petróleo, grande parte das exportações de gás natural liquefeito (GNL) do Catar também passa por lá.

O Irã exerce influência significativa sobre o estreito devido à sua proximidade geográfica e presença militar, incluindo a Guarda Revolucionária Islâmica, que opera na região. A profundidade rasa e a largura limitada tornam o estreito vulnerável a bloqueios ou ataques. A região é marcada por tensões entre o Irã e potências ocidentais (especialmente os EUA), além de rivalidades regionais com países como Arábia Saudita. Conflitos históricos, como ataques a navios petroleiros e ameaças de fechamento, aumentam a instabilidade.

Fluxo marítimo do petróleo e principais pontos de estrangulamento nas rotas

Consequências econômicas de um eventual fechamento do Estreito de Ormuz
Com cerca de 20% do petróleo mundial (e 25% do GNL) passando pelo estreito, um bloqueio interrompe milhões de barris diários. Mesmo um fechamento parcial causa disrupções significativas. Este fato poderá desencadear uma alta instantânea e significativa nos preços internacionais do petróleo. 

Em situações anteriores de tensão na região, apenas ameaças de fechamento já elevaram o preço do barril em 10% a 20% em poucos dias. Analistas internacionais estimam que, se o fechamento for efetivo e prolongado, o preço do petróleo poderia ultrapassar os US$ 150 ou até US$ 200 por barril, dependendo da duração.

Países asiáticos, como China, Índia, Japão e Coreia do Sul, que importam grande parte de seu petróleo do Golfo Pérsico, seriam particularmente afetados, sofrendo interrupções significativas no fornecimento de petróleo e gás. A China, que é o maior importador mundial de petróleo, é especialmente vulnerável, pois cerca de 40% de suas importações passam por Ormuz. A Europa e os EUA também enfrentariam aumento de custos, embora os EUA sejam menos dependentes devido à produção doméstica de xisto. 

Países como Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, que dependem da exportação de petróleo pelo estreito, enfrentariam perdas significativas de receita. As alternativas logísticas são limitadas, pois embora alguns países da região tenham rotas alternativas de oleodutos (ex.: o oleoduto East-West da Arábia Saudita), elas não têm capacidade suficiente para substituir o volume que normalmente passa por Ormuz, podendo escoar somente cerca de 5 milhões de barris de petróleo por dia. 

Ou seja, a infraestrutura global de transporte de petróleo não é suficiente para compensar um fechamento total. Um bloqueio prolongado incentivaria investimentos em rotas alternativas, como oleodutos ou portos fora do Golfo, mas essas soluções levariam anos para se tornarem viáveis.

Por fim, preços mais altos do petróleo aumentariam os custos globais de transporte, manufatura e bens de consumo, alimentando a inflação e potencialmente desencadeando recessões em economias vulneráveis.

Como poderia ser realizado o "bloqueio"
Como Israel, juntamente com uma eventual coalização de países, possui completo domínio do espaço aéreo iraniano, a implementação de um eventual bloqueio via minagem normal das águas correria o sério risco de os meios marítimos (navios e submarinos) empregados serem destruídos pela Força Aérea de Israel ou da coalizão. No entanto, é preciso considerar que a colocação de minas é uma tática de baixo custo, difícil de detectar e de rápida implementação. Pequenos barcos da Força Quds, Guarda Revolucionária e da Marinha Iraniana podem lançar minas de forma rápida e dispersa, inclusive de embarcações civis disfarçadas.

O Irã tem baterias de mísseis costeiros anti-navio posicionadas ao longo de sua costa sul, como os mísseis Noor, Qader, Khalij Fars e variantes do C-802. Mesmo com o domínio aéreo israelense, a quantidade e dispersão desses lançadores móveis dificultam sua destruição completa em um curto período. O país tem também centenas de lanchas rápidas, armadas com foguetes, metralhadoras e até mísseis leves. Essas embarcações podem realizar ataques de enxame (swarm tactics) contra navios mercantes ou mesmo navios de guerra. Táticas de saturação podem sobrecarregar os sistemas defensivos de navios de guerra presentes na região.

Tendo desenvolvido uma capacidade considerável de drones de ataque (ex.: Shahed 136, Mohajer-6), o Irã pode usar drones kamikaze contra navios comerciais ou militares. Também pode empregar mísseis balísticos de curto alcance para tentar atingir instalações portuárias, bases navais ou navios ancorados na região. Além disso, pode usar suas forças de operações especiais navais (IRGC Navy Special Forces) para realizar ataques de sabotagem contra navios em trânsito, usando minas lapa (dispositivos explosivos projetados para serem fixados diretamente no casco de um navio ou estrutura submersa) colocadas por mergulhadores de combate, ou ainda drones navais (de superfície ou submersos).

O país já demonstrou capacidade de interferência GPS e spoofing (exemplo: caso do drone RQ-170 Sentinel dos EUA em 2011). Pode tentar desorientar navios, criar confusão de navegação, dificultando o tráfego no estreito, inclusive com novidades tecnológicas, como o uso de micro-ondas de alta potência e/ou dispositivos EMP (pulso), como se suspeita já ter ocorrido em diversos incidentes com navios no Mar Arábico. 

Enfim, acredita-se que Irã consiga, com razoável probabilidade, causar interrupções temporárias e ataques pontuais no Estreito de Ormuz, por meio de táticas assimétricas, minagem, mísseis, drones, ataques de enxame ou outros meios. Porém, manter o bloqueio por mais de alguns dias ou semanas seria quase impossível, dada a superioridade aérea israelense, o poder naval dos EUA e a resposta militar inevitável de coalizões internacionais.

No entanto, a questão central é saber se algum navio mercante ou militar se arriscaria a tentar cruzar o Estreito de Ormuz com tantas ameaças pendentes.

"Tiro no pé" para o Irã
O Irã exporta cerca de 1-2 milhões de barris de petróleo por dia, representando aproximadamente 50-60% de suas receitas de exportação e uma parte significativa do PIB (cerca de 10-15%). O Estreito de Ormuz é a principal rota para essas exportações, direcionadas principalmente para a Ásia (China, Índia, Coreia do Sul).

Um bloqueio do estreito interromperia quase completamente as exportações iranianas de petróleo, já limitadas por sanções dos EUA. Isso resultaria em uma queda drástica na receita do governo, agravando o déficit fiscal. A perda de bilhões de dólares em receita mensal (estimada em US$ 2-4 bilhões, dependendo dos preços do petróleo) comprometeria a capacidade do governo de financiar despesas públicas, incluindo subsídios a combustíveis e alimentos, essenciais para manter a estabilidade social.

A economia iraniana já sofre com inflação crônica (acima de 30% ao ano em 2023) e desvalorização do rial devido a sanções e má gestão econômica. A perda de receitas de exportação intensificaria a pressão sobre a moeda, potencialmente levando a uma hiperinflação. O Irã depende de importações de bens essenciais, como alimentos, medicamentos e bens industriais. Um fechamento do estreito elevaria os custos de transporte e seguro marítimo, encarecendo essas importações e aumentando os preços domésticos. A alta dos preços de bens básicos, combinada com a escassez de divisas, poderia agravar a insatisfação popular, aumentando o risco de protestos internos, como os vistos em 2019 e 2022.

O fechamento do Estreito de Ormuz seria interpretado como uma ameaça à segurança global, provavelmente resultando em novas sanções lideradas pelos EUA e pela União Europeia. Isso poderia incluir restrições ainda mais rigorosas ao sistema financeiro iraniano, dificultando transações internacionais, mesmo com aliados como a China.

Países como a China, que compram petróleo iraniano com descontos, poderiam buscar fornecedores alternativos (como Arábia Saudita ou Rússia) para evitar os riscos associados ao estreito. Isso reduziria ainda mais a demanda pelo petróleo iraniano. O país tem buscado diversificar suas parcerias comerciais (ex.: BRICS, Organização de Cooperação de Xangai), mas um bloqueio poderia minar a confiança de tais parceiros, que também dependem do estreito.

O Irã exporta pequenas quantidades de GNL, que passariam a ser bloqueadas pelo fechamento do estreito. Embora o gás represente uma fatia menor da economia, a interrupção agravaria a crise de divisas. O Catar, maior exportador de GNL do mundo e vizinho do Irã, também seria afetado pelo bloqueio, mas poderia se beneficiar de rotas alternativas no longo prazo, ganhando mercado às custas do Irã.

O fechamento do estreito exigiria uma mobilização militar significativa, com custos elevados para manter a Guarda Revolucionária Islâmica e operações navais, o que seria agravado pelo fato de não dispor de domínio do espaço aéreo. Isso desviaria recursos de setores críticos, além de realocar meios militares que são fundamentais para as demais operações.

Uma resposta militar dos EUA ou aliados (como Arábia Saudita e Israel) poderia resultar em ataques a instalações iranianas, incluindo refinarias e campos de petróleo, destruindo infraestrutura essencial e prolongando a crise econômica. Poderia também incluir o bloqueio de portos iranianos, como o de Bandar Abbas, prejudicando todo o seu comércio marítimo. Isso limitaria não só a exportação de petróleo, mas também a importação de bens essenciais, gerando um caos na economia local. Mesmo que o bloqueio fosse temporário, o aumento dos prêmios de seguro marítimo e a interrupção das rotas comerciais afetariam o comércio iraniano a longo prazo.

O Irã já enfrenta escassez de energia devido a sanções que limitam investimentos em infraestrutura de petróleo e gás. Um bloqueio poderia agravar a escassez de combustíveis internamente, afetando a indústria e o transporte.

A interrupção das exportações e o aumento dos custos de produção aprofundariam a recessão econômica, elevando o desemprego (já em torno de 10-12%) e reduzindo o poder de compra da população. A instabilidade econômica e política poderia intensificar a fuga de capitais e a emigração de talentos, enfraquecendo ainda mais a economia.

Assim, o fechamento do Estreito de Ormuz pelo Irã seria uma medida de alto risco com consequências econômicas devastadoras para o próprio país. A interrupção das exportações de petróleo, principal fonte de receita, levaria a uma crise fiscal, inflação galopante e desvalorização do rial, agravando a instabilidade social e política. Novas sanções e a possibilidade de um conflito militar prolongado destruiriam a infraestrutura crítica e intensificariam o isolamento econômico do Irã. 

Embora o bloqueio possa ser usado como uma arma geopolítica para pressionar seus inimigos, os custos domésticos seriam desproporcionais, tornando a estratégia autolesiva e insustentável. A economia iraniana, já enfraquecida por sanções e má gestão, enfrentaria um colapso ainda mais profundo, com impactos duradouros na estabilidade do regime.

Porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos USS Gerald R. Ford e USS Dwight D. Eisenhower juntos no Mediterrâneo oriental em 3 de novembro de 2023. (USNavy Janae Chambers/Divulgação)

Prováveis consequências de ordem militar e geopolítica
É provável que uma ação de bloqueio, especialmente se for prolongada, provoque uma forte resposta militar dos Estados Unidos e de aliados ocidentais. A 5ª Frota da Marinha dos EUA, baseada no Bahrein, tem como uma de suas principais missões garantir a liberdade de navegação na região. 

Portanto, não se descarta a ocorrência de uma escalada militar entre Irã e EUA, com risco de conflito regional envolvendo também Israel, Arábia Saudita e outros países do Golfo prejudicados pelo fechamento do Estreito. China e Rússia, que têm laços com o Irã, poderão oferecer apoio diplomático ou econômico, complicando os esforços para resolver a situação. 

Ponto geoestratégico vital para o fluxo energético global
O Estreito de Ormuz é uma artéria vital para o comércio global de petróleo, e seu fechamento pelo Irã teria consequências devastadoras, com aumento drástico dos preços do petróleo, impacto econômico global e risco de escalada militar. 

A duração do fechamento seria crucial: interrupções curtas causariam choques significativos, mas passageiros, enquanto que um bloqueio prolongado poderia redesenhar a economia e a geopolítica global. 

A comunidade internacional, portanto, tem forte incentivo para evitar tal cenário, seja por meio de diplomacia, seja empregando a dissuasão militar.
 

Kryptus e CAIXA renovam contrato de cibersegurança. Há previsão de aumento de ameaças contra setor de governo


*LRCA Defense Consulting - 22/06/2025

A parceria entre a Kryptus, multinacional brasileira especializada em cibersegurança e criptografia, e a Caixa Econômica Federal (CAIXA) acaba de entrar em seu quinto ano de execução. Os serviços do Centro de Operações de Segurança (SOC) da empresa receberam menção no Relatório Integrado de Gestão 2024 da instituição financeira, publicado recentemente em seu site de Relações com Investidores.

O suporte da Kryptus consiste na prestação de serviços de Operações de Segurança Cibernética, denominados SOC, com previsão de mão-de-obra dedicada na CAIXA, e a empresa também executará o contrato com profissionais no seu ambiente próprio. Em suma, as equipes especializadas em defesa cibernética (Blue Team) da empresa são responsáveis pela resposta e tratamento de incidentes de segurança da informação em regime 24x7.

“A demanda por serviços de SOC no setor governamental vem crescendo, e nossa projeção é de que esse mercado siga em expansão pelos próximos cinco anos, impulsionado pelo aumento da digitalização dos serviços públicos e, consequentemente, das ameaças cibernéticas. A continuidade da parceria com a CAIXA reafirma o nosso compromisso com a soberania e segurança das instituições públicas brasileiras", afirma Felipe Manso, CCO da Kryptus.

Além de Caixa Econômica Federal, a Kryptus também fornece sua expertise a outras instituições fundamentais do segmento de governo no Brasil, como Banco Central (BACEN), Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Supremo Tribunal Federal (STF), Procuradoria-Geral da República (PGR), Ministério das Relações Exteriores (MRE), Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5) e SPTrans. 

21 junho, 2025

Motor turbojato Turbomachine TJ-1000: propulsão brasileira promovendo Soberania e Defesa

 


*LRCA Defense Consulting - 21/06/2025

A Turbomachine apresentou o TJ-1000, um motor turbojato de empuxo de 1000 lbf desenvolvido com foco em sistemas aéreos estratégicos. É um turbojato de carretel único, com um compressor axial transônico de quatro estágios, uma câmara de combustão anular de fluxo direto e uma turbina axial de estágio único - um design robusto e moderno com excelente relação empuxo-peso.

O motor vem com um sistema FADEC (Full Authority Digital Engine Control) totalmente integrado - também desenvolvido pela Turbomachine - garantindo controle preciso, maior segurança operacional e integração perfeita com plataformas autônomas.

Classificado como um Produto de Defesa Estratégica (PED), o TJ-1000 já completou uma extensa campanha de validação com marcos importantes:

- Mais de 600 partidas de motor bem-sucedidas
- Mais de 100 horas de operação acumulada sem falhas
- Teste de resistência com mais de 1 hora de operação contínua
- Desempenho comprovado em ambientes simulados, incluindo testes de exposição à água
- Campanha de voo, durante a qual o motor quebrou o recorde de distância na base aérea onde foi testado - uma conquista histórica!

O TJ-1000 representa um avanço significativo no fortalecimento da base industrial de defesa nacional, com tecnologia 100% brasileira pronta para enfrentar os desafios atuais e futuros. 

20 junho, 2025

Atech, do Grupo Embraer, reforça sua presença na Europa com um escritório em Portugal


 

*LRCA Defense Consulting - 20/06/2025

A Atech, empresa do Grupo Embraer, está expandindo sua presença internacional na Europa com a abertura de um novo escritório em Lisboa, Portugal. Essa expansão, realizada em cooperação com a Embraer Defense Europe, faz parte da estratégia da empresa de aprimorar seus objetivos de negócios no exterior, especialmente nos setores de Defesa e Segurança, bem como em Gestão de Tráfego Aéreo.

A empresa já participa regularmente do Locked Shields, um exercício anual de defesa cibernética organizado pelo Centro de Excelência em Defesa Cibernética Cooperativa (CCDCOE) da OTAN, e pretende expandir ainda mais sua presença na Europa com a instalação de um espaço físico ao lado da Embraer Europe Defense.

Este será o primeiro escritório da Atech fora do Brasil, embora as tecnologias desenvolvidas pela empresa já estejam presentes em diversos países da Ásia e da América Latina, além do Brasil.

Rodrigo Persico de Oliveira, CEO da Atech, afirmou: "O escritório de Lisboa aprofundará o relacionamento da Atech com empresas e organizações europeias. Temos uma forte presença nos Locked Shields da OTAN e estamos comprometidos em fortalecer nossas conexões com parceiros internacionais estratégicos para expandir nossos negócios na Europa." 

Embraer A-29 Super Tucano para o Togo?


*LRCA Defense Consulting - 20/06/2025

O jornalista especializado Felipe Sales, do canal Base Militar Video Magazine, publicou um short afirmando que o A-29 Super Tucano, que participou do Paris Air Show 2025, em breve irá para o Togo, na África, como a quinta aeronave de uma encomenda que esse país teria feito.

Até o momento, os países africanos confirmados como operadores incluem Angola, Burkina Faso, Mali, Gana, Moçambique, Mauritânia e Senegal.

Caso se confirme a informação, e como a Embraer, até o momento, não divulgou nenhuma venda para esse país, é possível que Togo seja o "cliente não revelado" que adquiriu quatro A-29 em 31 de dezembro de 2024, ou ainda que essa seja uma nova venda ainda não divulgada, haja vista que Sales comentou ser a "quinta aeronave".

Lembrando que, conforme o comunicado da Embraer, as aeronaves vendidas no último dia do ano passado "realizarão uma ampla gama de missões, como vigilância de fronteiras, inteligência, vigilância e reconhecimento (ISR), apoio aéreo tático (CAS), contrainsurgência e treinamento de voo avançado".

A Força Aérea do Togo (Armée de l'air togolaise) é uma das menores da África, com capacidades limitadas e foco em missões de transporte, reconhecimento e apoio logístico. O Togo não é conhecido por operar uma frota significativa de aeronaves de combate, mas sim por utilizar aeronaves de transporte e helicópteros para funções utilitárias e de apoio às forças armadas. Sua capacidade, em aeronaves de ataque se resume a cinco Dassault‑Dornier Alpha Jet E, quatro Aermacchi MB‑326G e três Socata TB 30 Epsilon, todos de modelos antigos e destinados a treinamento e ataque leve.

Assim, a eventual aquisição de cinco modernos Embraer A-29 Super Tucano representaria um forte upgrade na Força Aérea desse país, possibilitando-lhe enfrentar com mais eficácia as ameaças de segurança relacionadas a ataques de grupos extremistas na região norte do país, especialmente na fronteira com Burkina Faso, devido à expansão de grupos jihadistas do Sahel, como a Jama'at Nasr al-Islam wal Muslimin (JNIM), afiliada à Al-Qaeda. Também serão úteis nos esforços de combate à pirataria e ao contrabando no Golfo da Guiné, onde o porto de Lomé é um ponto estratégico.

O Togo não enfrenta atualmente uma guerra civil ou conflitos armados internos de grande escala, bem como não há registros de conflitos armados internacionais, como guerras com países vizinhos. O país mantém relações cooperativas com Benin, Ghana e Burkina Faso, focando em segurança regional.


18 junho, 2025

Embraer CAE Training Services implementa novo simulador de voo completo em Madri para clientes do E2


*LRCA Defense Consulting - 18/06/2025

A Embraer e a CAE estão expandindo sua rede de simuladores de voo completo com a implantação de um simulador de voo completo (FFS) E2 de última geração no centro de treinamento da CAE em Madri, localizado próximo ao Aeroporto Adolfo Suárez Madrid-Barajas. O novo simulador E2 será operado pela Embraer CAE Training Services (ECTS) e será o primeiro simulador a dar suporte à crescente frota da família E2 na região da Europa, Oriente Médio e África (EMEA). 

"Com este novo simulador em Madri, a CAE expande sua parceria com a Embraer e reforça seu compromisso de oferecer suporte aos clientes do E2 na EMEA", disse Michel Azar-Hmouda, Presidente da Divisão de Aviação Comercial da CAE. "O treinamento avançado oferecido em Madri, com o curso de Avaliação de Treinamento Baseada em Competências (CBTA) da CAE e o simulador virtual CAE Simfinity, aprimorará o treinamento presencial. Isso, combinado com o simulador de última geração, garante que nossos pilotos treinados em E2 tenham as habilidades e a confiança necessárias para operar a aeronave E2 com segurança." 

“Este é um marco significativo para a nossa parceria com a CAE, que dará suporte à crescente frota de E2 na EMEA. Na CAE Madrid, nossos clientes se beneficiarão de treinamento de classe mundial e tecnologia de ponta – mais perto de casa. A Embraer está muito satisfeita com esta implantação e continuaremos trabalhando diariamente para estar onde nossos clientes precisam”, afirma Carlos Naufel, Presidente e CEO da Embraer Serviços & Suporte. 

Este é o segundo simulador E2 a ser implantado na rede ECTS, juntando-se ao E2 FFS em operação no centro de treinamento da CAE em Singapura. A ECTS opera nove simuladores de voo completo da família Phenom nos centros de treinamento de aviação executiva da CAE em Dallas, Texas; Las Vegas, Nevada; Burgess Hill, Reino Unido; São Paulo, Brasil; e Viena, Áustria, onde o treinamento começa neste verão.

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