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10 julho, 2025

Revolução no Espaço: como o Bluetooth está democratizando as comunicações via satélite – e transformando a Defesa

A tecnologia que conecta seus fones de ouvido agora pode conectar dispositivos diretamente ao espaço, com implicações estratégicas  


*LRCA Defense Consulting - 10/07/2025

Por décadas, a comunicação via satélite permaneceu como um território exclusivo de governos e grandes corporações, exigindo investimentos astronômicos que chegavam a centenas de milhões de dólares. Protocolos complexos, satélites gigantescos e antenas terrestres monumentais eram os pilares dessa tecnologia inacessível para a maioria.

Hoje, uma revolução silenciosa está transformando esse cenário: satélites equipados com tecnologia Bluetooth estão democratizando o acesso ao espaço, utilizando a mesma tecnologia que conecta nossos dispositivos cotidianos. Essa democratização não apenas abre portas para inovações civis, mas também apresenta um potencial significativo para aplicações estratégicas de defesa e segurança.

O Ecossistema Bluetooth: uma base gigantesca pronta para o Espaço

Em 2025, estima-se que existam mais de 15 bilhões de dispositivos Bluetooth ativos em todo o mundo. Esse ecossistema massivo de conectividade, já presente na palma de nossas mãos, representa um potencial inexplorado para comunicações espaciais. Mesmo que apenas uma pequena fração — na casa dos milhões — seja direcionada para aplicações espaciais, isso configuraria uma enorme base de clientes em potencial, incluindo usuários civis e militares.

O que são satélites Bluetooth?
Os satélites Bluetooth são pequenas naves espaciais, tipicamente CubeSats ou PocketCubes, equipadas com rádios modificados e antenas especiais. Esses dispositivos são capazes de executar protocolos Bluetooth ou similares em órbita, permitindo comunicação direta entre sensores terrestres e satélites sem depender de infraestrutura complexa ou dispendiosa. Sua natureza de baixo custo e fácil implantação os torna ideais para constelações distribuídas, aumentando a resiliência e a cobertura.

Casos de sucesso: da teoria à realidade
1. AMSAT-EA: pioneiros na Espanha
Em 2021, a AMSAT-EA marcou história ao lançar os satélites GENESIS-L e GENESIS-N, cada um transportando cargas úteis experimentais de comunicação Bluetooth de curto alcance. Durante suas passagens orbitais, conseguiram receber sinais de dispositivos terrestres em breves intervalos, provando a viabilidade do conceito para IoT espacial.

2. Rede Hubble: marco histórico
O dia 2 de maio de 2024 entrou para a história das comunicações espaciais. A startup Hubble Network, de Seattle, anunciou que dois de seus satélites estabeleceram conexões Bluetooth com sucesso a mais de 600 quilômetros de órbita.

Os satélites, lançados em março pela missão Transporter-10 da SpaceX, receberam sinais de um chip Bluetooth padrão de apenas 3,5 mm na Terra — um feito que representa um avanço monumental nas comunicações via satélite de baixo consumo energético e com potencial para diversas aplicações, incluindo as de segurança.

3. Inovação brasileira no horizonte
O Brasil não fica para trás nessa corrida espacial. A empresa SHAMAL SPACE, em colaboração com a Navollo Aerospace, está desenvolvendo cargas úteis de comunicação baseadas em Bluetooth para aplicações comerciais de picossatélites. O projeto é uma variante do picossatélite de comunicações IoT LEPTONSat, já em desenvolvimento e fabricação.

Paralelamente, universidades brasileiras, em parceria com o INPE, têm utilizado Bluetooth para comunicações suborbitais em missões de balão de alta altitude, alcançando altitudes superiores a 35 km.

Aplicações Revolucionárias – incluindo o Setor de Defesa
As possibilidades de uso dessa tecnologia são vastas e promissoras, estendendo-se além do setor civil para o estratégico campo da defesa:

- Agricultura de precisão: monitoramento de culturas em tempo real.

- Monitoramento ambiental: sensores de baixo custo em regiões remotas.

- Educação STEM: projetos espaciais acessíveis para escolas.

- Navegação alternativa: sistemas para zonas com GNSS negado, cruciais em ambientes de guerra eletrônica.

- Rastreamento de ativos: logística em áreas carentes de infraestrutura, incluindo o rastreamento de equipamentos e pessoal em campo.

Aplicações de Defesa e Segurança

- Comunicações táticas de baixo custo: redes ad-hoc de sensores e dispositivos para tropas em campo, permitindo a troca de dados em áreas sem infraestrutura convencional.

- Monitoramento de fronteiras e áreas remotas: sensores distribuídos para detecção de movimentos, intrusões ou mudanças ambientais em locais de difícil acesso, com dados transmitidos via satélite de forma discreta.

- Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (ISR): pequenos sensores e drones equipados com Bluetooth podem coletar dados em ambientes hostis e transmiti-los para satélites, que retransmitem para bases ou unidades móveis.

- Resiliência em comunicações: a proliferação de pequenos satélites com Bluetooth cria uma rede mais robusta e difícil de ser desabilitada por ataques, oferecendo redundância para comunicações críticas.

- Logística e gerenciamento de ativos militares: rastreamento de comboios, equipamentos e suprimentos em tempo real, otimizando a cadeia de suprimentos militar.

- Testes de equipamentos e prototipagem rápida: a capacidade de lançar pequenos satélites a baixo custo permite que as forças armadas testem novas tecnologias de comunicação e sensores de forma mais ágil e econômica.

Desafios Técnicos a Superar
Apesar dos avanços, a tecnologia ainda enfrenta obstáculos importantes:
- Alcance e Confiabilidade: ampliar a capacidade de comunicação em LEO (Órbita Terrestre Baixa) para garantir cobertura contínua.

- Interferências Espaciais: mitigar ruído e interferência térmica no ambiente espacial, essenciais para a integridade dos dados, especialmente em operações militares.

- Segurança: implementar protocolos de comunicação e criptografia robustos para proteger dados sensíveis, um requisito fundamental para aplicações de defesa.

- Janelas de Comunicação: gerenciar os breves períodos de contato com satélites em movimento rápido para otimizar a transmissão de dados.

O futuro é agora: democratização do acesso ao Espaço e novas capacidades de Defesa
A revolução do Bluetooth espacial prova que não são mais necessários milhões de dólares para enviar uma carga útil ao espaço ou construir uma rede de sensores satelitais. Com módulos comerciais disponíveis no mercado e engenharia criativa, qualquer smartphone pode se tornar um dispositivo conectado via satélite.

"Estamos entrando em um futuro em que drones, sensores ambientais e dispositivos portáteis se comunicam diretamente com satélites usando tecnologias que já possuímos", destacam especialistas do setor. Essa capacidade, antes restrita a grandes potências, agora se torna acessível a um leque maior de atores, com implicações profundas para a segurança global.

Para educadores, empreendedores, pesquisadores e estrategistas de defesa, a oportunidade de experimentar com tecnologia espacial nunca foi tão acessível. A barreira de entrada, antes intransponível, agora está ao alcance de universidades, startups e até mesmo agências de segurança que buscam soluções inovadoras e de baixo custo.

O céu não é mais o limite — é apenas o começo de uma nova era de conectividade global democratizada, onde a tecnologia que carregamos no bolso pode literalmente nos conectar às estrelas e fortalecer as capacidades de defesa.

Saiba mais:
Shamal & Navollo lançam a LEPTONSat, solução nacional para aplicações de comunicação IoT


*Com informações de AMSAT-EA, Hubble Network, SHAMAL SPACE, Navollo Aerospace e INPE, e análise de potenciais aplicações de defesa para tecnologias de satélites de baixo custo e IoT.

Akaer: tecnologia brasileira de alta precisão impulsiona a aviação e a defesa global

 


*LRCA Defense Consulting - 09/07/2025

A engenharia de alta complexidade tem nome no Brasil: Akaer. Especialista no desenvolvimento e fabricação de ferramentais para os setores aeronáutico e de defesa, a empresa se consolida como referência global em soluções industriais que exigem máxima precisão, eficiência e segurança.

Os chamados ferramentais aeronáuticos (estruturas, dispositivos e equipamentos de altíssima precisão) são essenciais na fabricação e montagem de aeronaves, satélites, veículos militares e sistemas espaciais. Projetados para operar em condições de tolerância extrema e lidar com materiais avançados como fibras de carbono, esses equipamentos permitem transformar peças simples em sofisticados conjuntos aeronáuticos.

Inovação que começa nos detalhes
A Akaer se diferencia pelo desenvolvimento de soluções sob medida para gigantes da aviação, como Saab e Embraer, e pelo uso intensivo de tecnologias digitais de última geração.

Estrutura típica de gabaritos metálicos (jigs), usados para posicionar nervuras
 e superfícies curvadas da fuselagem com precisão que atinge micrômetros

Entre seus destaques estão:

  • Ferramentas de Realidade Virtual: usadas para simular a montagem de aeronaves, reduzindo erros e acelerando a produção.

  • Usinagem CNC de Alta Precisão (5 eixos): essencial para a produção de peças complexas, como rotores e impelidores de turbinas.

  • Plataforma 3DEXPERIENCE da Dassault Systèmes: aplicada na engenharia de estruturas críticas, como a fuselagem do D328eco da alemã Deutsche Aircraft.

  • Simulação Digital: otimização de processos de usinagem e montagem, garantindo máxima eficiência industrial.

  • Ferramental Flexível para Indústria 4.0: estruturas móveis e robôs ajustáveis, ideais para linhas de produção modernas.

  • Sistemas Optrônicos: como o monóculo OLHAR e a câmera OPTO 3UCAM, aplicados em satélites e operações militares.

  • Plataforma de Treinamento Aerotático: simulador brasileiro para treinamento de pilotos e equipes de resgate, que replica o ambiente real de voo.

    Bancada de fixação para sub‑conjuntos, ferramental robusto 
    projetado para facilitar montagem repetitiva com grande estabilidade

Exemplos de alta complexidade no Brasil: Gripen e KC-390
Dois dos maiores programas aeronáuticos do Brasil contam com a expertise da Akaer.

1. Gripen E/F (F-39 no Brasil) – Saab
No projeto do caça supersônico Gripen, a empresa desenvolveu:

  • Gabaritos de montagem para as asas e fuselagem central.

  • Ferramentas de fixação e posicionamento de componentes metálicos e compostos.

  • Moldes para fabricação de peças em fibra de carbono.

  • Dispositivos de inspeção dimensional.
    Esses ferramentais, inclusive, são usados na Suécia para a produção global do caça.

2. KC-390 Millennium – Embraer
Para a aeronave de transporte militar da Embraer, a Akaer produziu:

  • Gabaritos para montagem de fuselagem e grandes subconjuntos como o trem de pouso.

  • Moldes para peças compostas e partes aerodinâmicas.

  • Plataformas industriais de montagem.

  • Ferramentas de inspeção para assegurar tolerâncias rigorosas.

Tecnologia nacional com alcance global
Com foco em manufatura avançada, a Akaer investe em tecnologias como manufatura aditiva e simulação digital, além de programas de capacitação em parceria com instituições como a FATEC.

Seu sucesso em projetos complexos consolida a posição da empresa como uma das principais fornecedoras globais (Tier 1) da indústria aeronáutica e de defesa, com forte atuação no Brasil e no exterior.

Tier 1, no mercado aeronáutico, significa que a Akaer - uma empresa genuinamente brasileira - atua como uma fornecedora de primeiro nível diretamente para os fabricantes de equipamentos originais (OEMs), como Embraer, Saab, Deutsche Aircraft, Turkish Aerospace e outras grandes empresas do setor.

Na Akaer, a inovação nasce no detalhe e transforma a indústria global 

09 julho, 2025

Indonésia e Brasil prontos para colaborar em mísseis e submarinos, diz presidente indonésio

 

*ANTARA - 09/07/2025

O presidente Prabowo Subianto declarou que ele e o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva concordaram que os dois países colaborariam no desenvolvimento de tecnologia relacionada a mísseis e sistemas submarinos.

Em uma reunião bilateral entre os governos indonésio e brasileiro, liderada pelo presidente Prabowo e pelo presidente Lula, os dois países concordaram em aumentar a cooperação em vários setores, incluindo economia, comércio, agricultura, educação, defesa e indústria de defesa.

Sistemas de mísseis e submarino

"Nossas Forças Armadas têm utilizado extensivamente os equipamentos e produtos de defesa do seu país, e queremos continuar essa cooperação por meio da produção conjunta e da transferência de tecnologia. Também queremos aumentar os exercícios militares conjuntos e a colaboração tecnológica em sistemas de mísseis e submarinos", disse o Presidente Prabowo durante um pronunciamento conjunto com o Presidente Lula no Palácio do Planalto, em Brasília, na quarta-feira (9 de julho).

A coletiva de imprensa conjunta encerrou a visita de Estado do Presidente Prabowo ao Palácio do Planalto, resumindo os resultados do encontro bilateral entre o Presidente Prabowo e o Presidente Lula.

Na declaração conjunta, o Presidente Prabowo também enfatizou que a Indonésia implementará imediatamente o Acordo de Cooperação de Defesa (DCA) entre a Indonésia e o Brasil, que foi ratificado em lei em 30 de setembro de 2024.

Alguns dos equipamentos de defesa fabricados no Brasil atualmente utilizados pela Indonésia incluem o caça tático EMB-314 Super Tucano e o veículo lançador de foguetes Astros II MK6.

Outras cooperações
Não apenas no setor de defesa, o Presidente Prabowo e o Presidente Lula também concordaram em aumentar a cooperação nas áreas de agricultura e segurança alimentar, energia, especialmente a transição para energia limpa, comércio e investimento, especialmente em relação à Agência de Gestão de Investimentos de Danantara (BPI).

A delegação do Governo da República da Indonésia que acompanhou o Presidente Prabowo na reunião bilateral foi composta pelo Ministro Coordenador de Alimentos, Zulkifli Hasan, pelo Ministro de Energia e Recursos Minerais, Bahlil Lahadalia, pelo Ministro do Comércio, Budi Santoso, pelo Ministro do Ensino Superior, Ciência e Tecnologia, Brian Yuliarto, pelo Vice-Ministro das Relações Exteriores, Arrmanatha Christiawan Nasir, pelo Secretário de Gabinete, Teddy Indra Wijaya, e pelo Embaixador da Indonésia no Brasil, Edy Yusup.

Enquanto isso, o Presidente Lula estava acompanhado pelo Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pelo Ministro da Agricultura, Carlos Henrique Baqueta Fávaro, pelo Ministro da Educação, Camilo Santana, pelo Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, José Wellington Barroso de Araújo Dias, pela Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, pelo Assessor da Presidência, Celso Amorim, e pelo Embaixador do Brasil na Indonésia, George Prata. 

Workshop da ABDI destaca relevância estratégica da Base Industrial de Defesa Brasileira - convite

 

*LRCA Defense Consulting - 09/07/2025

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) promove o Workshop “Base Industrial de Defesa Brasileira: Relevância Estratégica e Políticas Públicas”, um evento voltado para discutir o papel crucial da indústria de defesa no desenvolvimento econômico, tecnológico e na soberania nacional. A iniciativa reunirá especialistas, representantes do setor público e da indústria para debater estratégias e políticas públicas que fortaleçam o setor.

O evento abordará três eixos principais: a relevância estratégica da Base Industrial de Defesa (BID) para a garantia da soberania nacional e o impacto econômico positivo; as políticas públicas voltadas à inovação, competitividade e financiamento do setor; e a integração entre os mercados de defesa e segurança, consolidando a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS).

A BID é reconhecida como um motor de desenvolvimento econômico e tecnológico, gerando empregos, receita e inovações que transcendem o setor de defesa, beneficiando outras áreas da economia. Um setor de defesa robusto assegura a autonomia do Brasil em tecnologias estratégicas, reforçando a capacidade de proteger interesses nacionais.

O workshop busca aprofundar o debate sobre como o Brasil pode fortalecer sua Base Industrial de Defesa, promovendo competitividade e inovação, e prometendo ser um espaço estratégico para alinhar esforços entre governo, indústria e academia, consolidando a BID como pilar para o desenvolvimento nacional.

O evento acontecerá no dia 07 de agosto na sede da ABDI, na SIG Quadra 4, Bloco B, Ed. Capital Financial Center, Brasília (DF). Confirme sua presença clicando neste link: https://lnkd.in/dimxyb6P

08 julho, 2025

Argentina opta por blindados Stryker dos EUA após "veto" brasileiro ao financiamento de Guaranis

 

*LRCA Defense Consulting - 08/07/2025

Os Estados Unidos confirmaram, em 2 de julho de 2025, a venda de um lote inicial de oito blindados Stryker M1126 8x8 à Argentina, em um acordo firmado durante visita do Ministro da Defesa argentino, Luis Petri, ao Pentágono. A decisão marca o fim das negociações para a aquisição de 156 blindados Guarani 6x6 do Brasil, frustradas pelo "veto" do governo brasileiro ao financiamento via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

A escolha argentina reflete uma combinação de fatores financeiros, técnicos e políticos, com implicações para as relações regionais e a indústria de defesa brasileira.

"Veto" brasileiro ao financiamento
Em janeiro de 2023, Brasil e Argentina assinaram um memorando para a venda de 156 blindados Guarani, fabricados pela Iveco Defense Vehicles em Sete Lagoas (MG), com transferência de tecnologia e produção parcial de peças na Argentina. No entanto, o Ministério da Fazenda brasileiro, sob comando de Fernando Haddad, considerou o negócio “temerário” devido ao alto risco de inadimplência, em meio à crise econômica argentina, marcada por inflação galopante e escassez de dólares. 

O Departamento de Assuntos Estratégicos, de Defesa e de Desarmamento do Ministério das Relações Exteriores também manifestou "veto" ao negócio em maio de 2023, mantendo a decisão sob sigilo, mas comunicada à Iveco Defense Vehicles (IDV) em junho do mesmo ano.

Assim, o "veto" (ou a posição contrária) ao financiamento pelo BNDES, reforçado pelo Ministério das Relações Exteriores, paralisou as negociações, inviabilizando a venda.

Por que os Stryker?
A Argentina optou pelos Stryker, um veículo 8x8 com histórico comprovado em conflitos como Iraque e Afeganistão, por diversos motivos. 

Primeiro, os Estados Unidos ofereceram condições de financiamento vantajosas via programa Foreign Military Sales (FMS), com prazos longos e taxas acessíveis, descritos como “financiamento de pai para filho”. Essa flexibilidade foi crucial para um país com orçamento militar limitado. Além disso, o Exército Argentino priorizava veículos 8x8, que oferecem maior mobilidade e capacidade de carga em comparação com os Guaranis 6x6. 

O Stryker, com cerca de 20 anos de evolução, 10 variantes e 4.900 unidades produzidas, suporta armamentos mais pesados, como canhões de 105 mm, atendendo melhor às demandas argentinas. Apesar de o Guarani ser anfíbio — uma vantagem inexistente no Stryker —, ele foi considerado menos versátil para os requisitos do país.

A Argentina já considerava os Stryker desde 2020, quando os EUA aprovaram a venda de 27 unidades por US$ 100 milhões, mas a compra foi adiada por restrições orçamentárias. A retomada das negociações em 2024 e a assinatura do acordo em 2025 indicam uma preferência de longa data pelos Stryker.

A propósito, a Argentina também avaliou blindados chineses (Norinco WMZ551B1) em 2008, mas a experiência foi negativa devido a falhas técnicas, como problemas de estanqueidade em travessias anfíbias. Isso reduziu a confiança em alternativas chinesas e reforçou a preferência por equipamentos ocidentais.

Histórico e Logística
Os EUA são, historicamente, o principal fornecedor militar da Argentina, o que facilita a aquisição de equipamentos como o Stryker, acompanhado de suporte logístico e treinamento. Embora o acordo inicial preveja apenas oito veículos, com entregas até o início de 2026, a Argentina planeja adquirir até 209 unidades, conforme seu orçamento militar para 2025. Em contrapartida, a oferta brasileira de 156 Guaranis, embora mais próxima dessa meta, perdeu força pela ausência de financiamento e demora nas negociações.

Alinhamento Político com os EUA
A decisão também reflete o alinhamento estratégico do governo de Javier Milei com os Estados Unidos. Desde sua posse em 2023, Milei expressou uma política externa voltada para fortalecer laços com Washington, descrita como uma “aliança carnal”. A compra dos Stryker, anunciada em 2 de julho de 2025, foi acompanhada de acordos mais amplos de cooperação em defesa, incluindo defesa cibernética e interoperabilidade militar. Essa aproximação também se reflete na aquisição de caças F-16 e possíveis negociações para aeronaves KC-135 Stratotanker. 

A escolha dos Stryker, portanto, é também vista como uma decisão política para consolidar a parceria com os EUA, em detrimento de acordos com o Brasil, considerado por Milei como “socialista” sob o governo do PT.

07 julho, 2025

WEG anuncia fornecimento de sistema de estabilização de linha de transmissão para o Chile em parceria com Alupar


*LRCA Defense Consulting - 07/07/2025

A WEG anunciou a assinatura de contratos com a Alupar para o fornecimento de um sistema de estabilização da rede elétrica de transmissão para o Chile.

O escopo do fornecimento inclui uma solução com compensadores síncronos, transformadores elevadores, e sistemas completos de controle e proteção, partida e sincronismo com a rede elétrica, além da supervisão da montagem mecânica e elétrica e de diversos sistemas e serviços auxiliares. A conclusão da entrega está prevista para outubro de 2026.

O fornecimento dos maiores compensadores síncronos já produzidos pela empresa representa um marco para a WEG e uma nova avenida de mercado para sistemas completos dessa categoria na América Latina. "Estamos consolidando nossa posição como um dos principais fornecedores globais de soluções em energia com este projeto. A parceria com a Alupar fortalece nossa colaboração e abre caminho para futuros projetos semelhantes na região", afirma João Paulo Gualberto da Silva, Diretor Superintendente de Energia da WEG.

Este projeto é parte de dois lotes conquistados pela Alupar junto ao governo chileno em 2024, de um total de cinco licitados, com a finalidade de aumentar a potência de curto-circuito na rede elétrica nacional. Os sistemas serão instalados nas subestações Ana Maria e IIlapa, localizadas na região norte do Chile, nos estados de Antofagasta e Atacama. 

06 julho, 2025

Reunião da Embraer com o PM da Malásia teve foco no setor aeroespacial, parcerias estratégicas e aviação de defesa

Imagem meramente ilustrativa

*LRCA Defense Consulting - 06/07/2025

O Primeiro-ministro (PM) da Malásia, Datuk Seri Anwar Ibrahim, realizou uma reunião estratégica de alto nível com a Embraer, gigante aeroespacial brasileira, no dia de hoje (06), durante sua visita oficial ao Brasil, no âmbito da Cúpula do BRICS 2025, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). O encontro, liderado pelo presidente e CEO da Embraer, Francisco Gomes Neto, teve como foco principal discutir oportunidades de investimento estratégico e fortalecer o ecossistema da indústria de aviação da Malásia, com ênfase em políticas favoráveis a investidores, desenvolvimento de talentos locais e parcerias em tecnologia de alto impacto.

A reunião contou ainda com a participação de Jose Serrador Neto, vice-presidente global de relações institucionais da Embraer, Raul Villaron, vice-presidente sênior e chefe da região Ásia-Pacífico da Embraer, Anthony Loke, ministro dos Transportes da Malásia, e Tengku Zafrul Tengku Abdul Aziz, ministro do Investimento, Comércio e Indústria da Malásia.

PM Datuk Seri Anwar Ibrahim se reúne com a Embraer, liderada pelo seu presidente e CEO, Francisco Gomes Neto, durante sua visita oficial ao Brasil. (Imagem: BERNAMA)

Segundo informações divulgadas pela agência de notícias Bernama, Anwar, que também é ministro das Finanças, destacou o compromisso do governo malaio, sob a égide da administração MADANI, em consolidar a Malásia como um hub de aviação na Ásia. A reunião com a Embraer, uma das principais fabricantes de aeronaves do mundo, conhecida por seus jatos comerciais, executivos e militares, reforça a intenção de atrair investimentos que promovam transferência de tecnologia e criação de empregos qualificados no país.

O Harian Metro e o Berita RTM relataram que as discussões abordaram possíveis colaborações em áreas como manutenção, reparo e revisão (MRO) de aeronaves, bem como o fortalecimento da infraestrutura aeroespacial da Malásia. A Embraer, que recentemente anunciou um aumento de 30% nas entregas de aeronaves no segundo trimestre de 2025, demonstra estar em uma posição sólida para expandir sua presença no mercado asiático, com a Malásia como um potencial parceiro estratégico.

O New Straits Times destacou que a reunião também explorou oportunidades para o desenvolvimento de talentos locais, com foco em programas de treinamento e capacitação que poderiam beneficiar a força de trabalho malaia. 

O Berita Harian enfatizou que a Malásia busca consolidar sua posição como um centro de bioeconomia e inovação tecnológica na Ásia, e a colaboração com a Embraer pode ser um passo crucial nesse sentido, especialmente no setor de aviação de alta tecnologia.

Além disso, o PM Anwar ressaltou o interesse em expandir a cooperação no setor de defesa, especialmente para aprimorar a mobilidade aérea das Forças Armadas da Malásia.

Potencial de Cooperação no Setor de Defesa
Além das discussões voltadas para o setor comercial, especulações levantadas em postagens no X e pelo portal Avions Legendaires (03/2024)  sugerem que a Malásia tem interesse no Embraer C-390 Millennium, uma aeronave de transporte militar de médio porte que poderia aprimorar significativamente a mobilidade aérea das Forças Armadas da Malásia (ATM), especialmente em um contexto onde o Sudeste Asiático vive um clima de forte tensão com a expansão militar promovida por Pequim na região marítima ao sul da China.

O C-390, conhecido por sua versatilidade, capacidade de operar em pistas curtas e não pavimentadas, e eficiência em missões de transporte tático, reabastecimento aéreo e evacuação médica, tem despertado atenção desde a exposição LIMA 2025, onde rumores sobre uma possível aquisição pela Malásia começaram a circular.

A incorporação do C-390 às Forças Armadas da Malásia poderia preencher lacunas críticas na capacidade de transporte aerotático do país, especialmente em operações humanitárias, logística em áreas remotas e missões de resposta rápida. 

A aeronave, que já foi adquirida por países como Brasil, Portugal e Hungria, oferece uma combinação de alta capacidade de carga (até 26 toneladas), alcance intercontinental e tecnologia avançada, como sistemas de aviônica de última geração e capacidade de reabastecimento aéreo. Essas características seriam particularmente valiosas para a Malásia, considerando sua geografia diversa, que inclui áreas insulares e florestas densas, onde a mobilidade aérea é essencial para operações militares e de assistência em desastres.

Além disso, a Embraer poderia colaborar com a Malásia na criação de centros de manutenção regionais para o C-390, promovendo a transferência de tecnologia e a capacitação de engenheiros e técnicos locais. Essa parceria poderia incluir acordos de offset, como os mencionados em postagens no X, onde a Embraer teria oferecido um Pacote de Transferência de Tecnologia (PTU) para facilitar a integração da aeronave no ecossistema de defesa malaio. Tal iniciativa não apenas fortaleceria a capacidade operacional da ATM, mas também impulsionaria a indústria aeroespacial local, criando empregos e desenvolvendo competências técnicas avançadas.

A colaboração também poderia se estender a outras áreas de defesa, como a modernização de sistemas de vigilância e reconhecimento, utilizando plataformas da Embraer, como o EMB-145 AEW&C (Alerta Aéreo Antecipado e Controle), que poderia melhorar a capacidade de monitoramento do espaço aéreo malaio. 

Por ser um país que, além de densas florestas, possui uma grande fronteira marítima e áreas insulares, a Malásia poderia ter grande interesse na aeronave A-29 Super Tucano para cumprir missões de vigilância marítima e patrulha costeira, à semelhança do que fazem seus vizinhos Indonésia e Filipinas.

Passo significativo
A reunião entre Anwar Ibrahim e a Embraer marca um passo significativo para a consolidação da Malásia como um hub aeroespacial na Ásia, com potencial para atrair investimentos de alto impacto e promover o desenvolvimento econômico. A combinação de investimentos em tecnologia, treinamento e infraestrutura posicionaria a Malásia como um líder regional em defesa aeroespacial.

No setor de defesa, a possível aquisição do C-390 Millennium e, talvez, do A-29 Super Tucano, bem como a colaboração em projetos de manutenção (MRO) e transferência de tecnologia, poderiam transformar a mobilidade aérea das Forças Armadas da Malásia, oferecendo maior eficiência operacional e fortalecendo a indústria local. 

A visita de Anwar ao Brasil, portanto, não apenas reforça os laços bilaterais com um parceiro estratégico do BRICS, mas também sinaliza um futuro promissor para a aviação e a defesa da Malásia.

Nota da LRCA Defense Consulting: As informações sobre o interesse da Malásia no C-390 e no A-29 são baseadas em especulações de postagens no X e no portal citado, não tendo sido oficialmente confirmadas pelas fontes jornalísticas consultadas. Portanto, devem ser tratadas como inconclusivas até que haja um anúncio oficial.

Saiba mais: 

- Depois da Europa, o C-390 Millennium se volta para o Oriente

Eve, da Embraer, poderá ter uma variante eVTOL para aplicações militares e de segurança?


*LRCA Defense Consulting - 06/07/2025

Em 2020, a Embraer lançou a Eve Urban Air Mobility Solutions, Inc. (hoje Eve Holding) como uma empresa nova e independente dedicada a desenvolver o ecossistema da Mobilidade Aérea Urbana. O estrondoso sucesso da empresa após seu lançamento fez também com que a Embraer firmasse, em julho de 2022, um Memorando de Entendimento (MoU) com a poderosa BAE Systems visando criar uma joint venture para reunir as reconhecidas competências de ambas com foco no potencial desenvolvimento de uma variante de defesa, que terá a Eve como fornecedora da plataforma.

“As equipes da Embraer e da BAE Systems continuarão trabalhando juntas para explorar como a aeronave, projetada para o mercado de mobilidade urbana, pode ser uma variante de defesa com baixos custos operacionais, sustentável e adaptável”, explicou Jackson Schneider, então Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

Além da BAE Systems, a Embraer e a Eve estão associadas a diversos e importantes grupos ligados às indústrias de defesa e de aviação, como o Thales Group, um líder global em soluções tecnológicas, serviços e produtos nas áreas de defesa, aeronáutica, aeroespacial, transporte, identidade digital e mercados de segurança.

A expertise adquirida pela Embraer desde então fez com com que a empresa se voltasse novamente para o mercado de drones militares, visando uma solução mais leve e totalmente nacional. Assim, em setembro de 2022, a Embraer anunciou a assinatura de acordo de investimento para participação minoritária na XMobots, empresa localizada em São Carlos (SP), classificada como a maior companhia de drones da América Latina e fabricante do Nauru 1000C, o RPAS CAT 2 (Remotely Piloted Aircraft System) selecionado pelo Exército Brasileiro para missões ISTAR (Inteligência, Vigilância, Aquisição de Alvos e Reconhecimento), pesando 150kg.

A matéria abaixo evidencia a visão correta da Embraer ao planejar, há cerca de três anos, o desenvolvimento de um eVTOL voltado para aplicações militares e de segurança.

Exército Indiano Explora Tecnologia eVTOL para Aplicações Militares 

*Indian Defence Research Wing - 01/07/2025

O Exército Indiano está avaliando ativamente o potencial de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOL), desenvolvidas por startups indianas, para uma gama de aplicações militares, de acordo com fontes citadas pelo idrw.org. Essas aeronaves elétricas projetadas localmente, que incluem configurações para passageiros e carga, estão sendo estudadas por sua utilidade em missões militares, incluindo transporte de tropas, logística, evacuação médica e operações especializadas em terrenos remotos e desafiadores. A iniciativa sinaliza uma mudança estratégica em direção ao aproveitamento de tecnologia local de ponta para aumentar a eficiência operacional e, ao mesmo tempo, reduzir custos.

Ao contrário dos helicópteros tradicionais, que são máquinas complexas com componentes mecânicos complexos, como rotores, caixas de engrenagens e motores de combustão, os eVTOLs dependem de sistemas de propulsão elétrica que exigem significativamente menos manutenção. Os helicópteros são notórios por seus altos custos de manutenção devido a cronogramas de manutenção frequentes e intensivos em mão de obra, que envolvem peças especializadas e pessoal qualificado. Em contrapartida, as aeronaves elétricas, com menos peças móveis e designs mais simples, oferecem demandas de manutenção reduzidas, tornando-as particularmente adequadas para operações em locais remotos onde o suporte logístico é limitado. Essa característica se alinha perfeitamente com a necessidade do Exército Indiano por plataformas confiáveis ​​e de baixa manutenção em diversos ambientes operacionais, desde regiões de alta altitude como Ladakh até áreas urbanas densamente povoadas.

Startups indianas como a ePlane Company e a Sarla Aviation estão na vanguarda do desenvolvimento de eVTOLs econômicos, adaptados para diversas funções, incluindo transporte de passageiros, entrega de cargas e missões médicas. Por exemplo, a ePlane fechou um acordo de US$ 1 bilhão para fornecer 788 ambulâncias aéreas eVTOL para a ICATT, com planos para operações comerciais até o final de 2026. Essas aeronaves são projetadas para operar a baixos custos — a ePlane afirma uma economia unitária de US$ 0,49 por passageiro-milha, significativamente inferior às médias globais — tornando-as uma opção atraente para aplicações militares onde a eficiência de custos é crucial. Da mesma forma, o Shunya eVTOL da Sarla Aviation, projetado para mobilidade aérea urbana, oferece capacidade de carga de 680 kg e configurações para missões de evacuação de passageiros, cargas e médicas, com alcance de até 160 km e velocidades de até 250 km/h.

O Exército Indiano vê um potencial significativo nos eVTOLs para missões como o rápido deslocamento de tropas, reabastecimento em áreas contestadas ou remotas e evacuação de vítimas. A capacidade dos eVTOLs de decolar e pousar verticalmente elimina a necessidade de pistas, permitindo operações em ambientes austeros onde helicópteros tradicionais ou aeronaves de asa fixa podem enfrentar limitações. Além disso, a operação mais silenciosa dos sistemas de propulsão elétrica — em comparação com a alta assinatura acústica dos helicópteros — aumenta a furtividade, uma vantagem crítica em operações militares.

Outro fator-chave que impulsiona o interesse do Exército é o potencial de redução dos custos do ciclo de vida. À medida que a produção aumenta e a tecnologia de baterias avança, espera-se que os custos de fabricação dos eVTOLs diminuam, tornando seu preço inicial de compra mais competitivo do que o de helicópteros convencionais. O Exército Indiano também se sente atraído pelos benefícios de sustentabilidade dos eVTOLs, que produzem zero emissões e se alinham ao crescente foco militar em soluções ecologicamente corretas. A capacidade de carregar eVTOLs usando sistemas portáteis, como painéis solares dobráveis ​​ou pequenas turbinas eólicas, aumenta ainda mais sua adequação para bases operacionais avançadas em regiões remotas.

A exploração de eVTOLs pelo Exército faz parte de uma tendência mais ampla de alavancar o crescente ecossistema de startups da Índia para atender às necessidades de defesa. Empresas como a VTOL Aviation India já estão trabalhando em drones híbridos-elétricos e totalmente elétricos para transporte de cargas pesadas, como o Abhiyaan ENU800, que pode transportar cargas úteis de até 200 kg para missões de carga militar. Esses esforços são apoiados por iniciativas governamentais como o "Make in India", que visa fomentar a fabricação nacional e reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros.

Embora a tecnologia eVTOL seja imensamente promissora, ainda existem desafios, incluindo a necessidade de uma infraestrutura de carregamento robusta, certificações regulatórias e a garantia da confiabilidade da bateria em condições extremas. Startups indianas estão superando esses obstáculos colaborando com instituições como o Instituto Indiano de Tecnologia (IIT) e fornecedores licenciados pela DRDO para localizar a produção e aumentar a resiliência tecnológica. Por exemplo, a ePlane está trabalhando com parceiros de infraestrutura para implantar carregadores de bateria de alta capacidade em vertiportos, enquanto a Sarla Aviation está aproveitando a expertise global de profissionais com experiência em empresas como Joby Aviation e Lilium. 

05 julho, 2025

Mais um especialista ucraniano recomenda o Super Tucano para combater drones russos

 


*LRCA Defense Consulting - 05/07/2025

A matéria a seguir é mais uma onde um especialista militar ucraniano recomenda o uso do A-29 Super Tucano para o combate aos drones russos do tipo Shahed. Ela foi escrita no bojo do cenário da guerra Rússia X Ucrânia, após a terceira aeronave F-16 ter caído.

O F‑16 ucraniano pilotado por Maksym Ustymenko - um destacado militar ucraniano - caiu após sofrer danos enquanto abatia o sétimo alvo durante uma massiva ofensiva russa – composta por 477 drones “Shahed” e 60 mísseis na noite de 28 para 29 de junho de 2025. Durante o engajamento, seu caça foi atingido, perdeu altitude e o piloto não teve tempo para ejetar. Ainda assim, Ustymenko conseguiu desviar a aeronave de áreas residenciais antes de falecer de maneira heróica no impacto.

O autor da matéria, Oleksandr Kovalenko, é um conhecido colunista militar e político do grupo Resistência à Informação.

Risco para o avião e o piloto: Kovalenko explicou por que Ustimenko caiu

*YHIAH, por Iryna Pohorila - 29/06/2025

O especialista observou que os F-16 ocidentais não foram projetados para destruir "shaheeds" e explicou por que a tragédia pode ter acontecido.

A nova tragédia com o F-16 prova que o caça a jato não foi projetado para abater alvos subsônicos "parados".

Isso foi afirmado pelo observador político-militar Oleksandr Kovalenko. "A operação de um caça a jato com canhão automático sobre um Shahed-136 'parado', que agora não só tem uma ogiva de 90 kg, mas também está coberto de estilhaços, representa o maior risco para a aeronave e para o piloto", explicou o especialista.

Kovalenko enfatizou que, para abater os "shaheeds", é necessário o uso de aeronaves leves turboélice. Por exemplo, o Embraer EBN-314 Super Tucano, ou helicópteros de ataque leve, como o Bell AH-1Z Viper. No entanto, como observou o especialista, a Ucrânia não possui essas máquinas em serviço.

Além disso, como Kovalenko observou, as oportunidades disponíveis para sua aquisição são "descaradamente ignoradas", resultando no "autossacrifício do sangue azul da nossa nação".

O que se sabe sobre a morte do piloto Maksym Ustymenko
Na noite de 29 de junho, durante uma missão de combate, o piloto de um caça F-16, Maksym Ustimenko, caiu. Ele conseguiu desviar o caça danificado para longe da área urbana, mas não teve tempo de ejetar.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, instruiu a investigar como ocorreu a tragédia com Maksym Ustimenko. 

Venda de caças Gripen E/F para Peru e Colômbia abre caminho para produção conjunta com a Embraer

 Brasil poderá se posicionar como polo regional na fabricação e manutenção do caça sueco


*LRCA Defense Consulting - 05/07/2025

Em um momento que poderá ser emblemático para a indústria de defesa sul-americana, o Peru anunciou ontem (04) a aquisição de 24 caças Gripen E/F, produzidos pela sueca Saab. Esse movimento ocorre logo após a Colômbia, no início de abril, confirmar a compra de um lote de 16 a 24 aeronaves do mesmo modelo.

Embora tenha sido anunciado pela própria Presidente do Peru, Dina Boluarte, o negócio aguarda ainda a assinatura de um decreto presidencial de interesse nacional, previsto para este mês, autorizando o uso dos recursos necessários para a aquisição dos novos caças. 

Se o contrato for adiante, o Peru se tornará o terceiro país latino-americano a operar o Gripen, depois do Brasil e da Colômbia. 

A Embraer como parceira natural
A Embraer já é parceira do programa Gripen no Brasil, atuando na produção de aeroestruturas, aviônicos e integração de sistemas. O know-how acumulado servirá como base para que futuros contratos para o Peru e a Colômbia também prevejam o envolvimento da empresa brasileira.

A Saab, inclusive, já declarou que vê a Embraer como um hub industrial regional, capaz de atender múltiplos clientes latino-americanos, o que facilita a logística, reduz os custos de transporte e acelera os prazos de entrega.

No entanto, durante as discussões que levaram à decisão peruana, fontes da defesa do país teriam expressado preocupação com a potencial dependência logística do Brasil, especialmente sob o atual governo. 

Cooperação regional intensificada
Produzir no Brasil traria significativos benefícios operacionais e geopolíticos, como:

- Redução expressiva de custos e maior velocidade na entrega aos países vizinhos, que já cooperam militarmente com o Brasil.

- Maior autonomia logística e agilidade para manutenção e suporte técnico, com a possibilidade de transferir ainda parte da montagem final para os próprios Peru e Colômbia.

- Consolidação do Brasil como hub regional de defesa, com ganhos industriais e econômicos permanentes.

Detalhes dos anúncios
Na Colômbia, embora o contrato ainda esteja em fase de negociação, bas questões operacionais estão bem encaminhadas, com possível assinatura entre julho e setembro de 2025 e consequente entrega das primeiras unidades de 16 e 18 meses depois.

No caso do Peru, o Ministro da Defesa sueco, Pål Jonson, deverá chegar ao país em 10 de julho para uma reunião bilateral com seu homólogo peruano, Walter Astudillo Chávez, em uma visita que deverá finalizar o acordo intergovernamental sobre os caças. O ministro sueco e o CEO da Saab, Micael Johansson, estarão ainda presentes na 12ª edição da Feira Internacional Aeronáutica e Espacial da Colômbia, que será realizada de 9 a 13 de julho no Aeroporto Internacional José María Córdova, em Rionegro, Antioquia, onde deverão se reunir com autoridades colombianas e peruanas. 

Perspectivas estratégicas
Um arranjo de coprodução similar ao do Brasil, com a Embraer fornecendo estruturas e sistemas, e com montagem final possivelmente no Brasil (ou até, em parte, em solo peruano ou colombiano, de acordo com cláusulas de offset), combinado com a possibilidade de a Embraer se aproximar de um contrato robusto para mais de 40 unidades (somando os dois países), criaria enorme sinergia com a linha de produção brasileira.

Com isso, o Brasil poderia expandir sua posição de liderança em defesa na América Latina, com impacto positivo em renda, empregos qualificados, tributos e protagonismo industrial.

O que vem a seguir
Julho/setembro de 2025: possível assinatura oficial do contrato com a Colômbia.

Até o final do ano ou início de 2026: conclusão das negociações formais com o Peru, incluindo a definição do envolvimento da Embraer.

Em 2026/2027: chegada das primeiras aeronaves colombianas e inauguração de uma nova fase de produção regional do Gripen para o continente.

Centro industrial estratégico
O avanço dos acordos com a Colômbia e com o Peru poderá consolidar o Brasil, especialmente a Embraer e seu sistema de empresas envolvidas, como um centro industrial estratégico na montagem e logística de caças na América Latina, firmando a empresa como o principal parceiro industrial da Saab na região, haja vista que, neste cenário, ela realizará fabricação parcial, montagem, suporte e manutenção dos caças Gripen E/F para os três países. 

04 julho, 2025

WEG amplia atuação em Óleo & Gás com fornecimento estratégico de equipamentos para projeto de oleoduto nos EAU


*LRCA Defense Consulting - 04/07/2025

A WEG foi escolhida para fornecer equipamentos elétricos de média tensão para um importante projeto de oleoduto nos Emirados Árabes Unidos, liderado por uma das maiores empresas de Óleo & Gás do mundo.

Essa infraestrutura crítica irá transportar petróleo bruto por meio de um novo oleoduto que oferece acesso direto ao Golfo de Omã, desviando estrategicamente o sensível Estreito de Ormuz.

O projeto reúne partes-chave, incluindo um OEM global responsável pelas bombas centrífugas e uma importante empresa de engenharia, suprimentos e construção (EPC), encarregada da execução geral.

O escopo de fornecimento da WEG inclui:

• 14 inversores de média tensão (série MVW01 – resistentes a arco elétrico);

• 20 motores de indução de média tensão (modelos W22Xdb e MGI900), com potências de até 7 MW;

• 11 transformadores defasadores a óleo, com potências de 8 MVA e 8,3 MVA.

As entregas estão previstas para começar em agosto de 2025 e serão coordenadas pela WEG Middle East. Este projeto reforça a presença regional da WEG e suas parcerias estratégicas no setor de Óleo & Gás.

Representando um marco importante, o projeto destaca a capacidade da WEG em fornecer soluções integradas e de alto desempenho para aplicações críticas.

Para o usuário final, o novo sistema aumentará a capacidade de bombeamento e trará benefícios operacionais e logísticos significativos ao criar uma rota direta de exportação de petróleo pelo Golfo de Omã.


Na Shot Fair 2025, Taurus e CBC mostram suas novidades e produtos consagrados

 


*LRCA Defense Consulting - 04/07/2025

A Taurus, Empresa Estratégica de Defesa brasileira e líder mundial em vendas de armas leves, está presente como patrocinadora e uma das principais expositoras da Shot Fair Brasil 2025, maior feira de tiro esportivo, mundo tático, outdoor e caça da América Latina, que acontece de 2 a 5 de julho no Distrito Anhembi, em São Paulo. 

Na ocasião, apresenta aos visitantes, em primeira-mão, os novos produtos em calibre .38 TPC (Taurus Pistol Caliber): as pistolas nos modelos G3, GX2 e GX4, além de várias outras novidades e pré-lançamentos em diferentes plataformas no calibre Taurus e em vários outros calibres. 

O calibre .38 TPC, lançado em 2024 no mercado brasileiro de armas e munições, foi desenvolvido pelo Centro Integrado de Tecnologia e Engenharia Brasil Estados Unidos da Taurus (CITE), em conjunto com o Centro de Inovação da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), considerando o atual cenário e as necessidades do segmento, elevando ainda mais a experiência de tiro dos consumidores com um novo calibre, o de maior potência para defesa pessoal de uso permitido no país. O .38 TPC já representa 62% das pistolas de uso permitido registradas no SINARM, segundo dados de junho de 2025 da Polícia Federal.

A Taurus também apresenta em destaque a GX4 Carry, agora também em calibre .380 ACP, além dos calibres 9mm e .38 TPC. O modelo chega ao mercado como a mais moderna pistola .380 ACP, desenvolvida para atender a demanda por uma plataforma atualizada para esse calibre. A pistola incorpora a tecnologia do grafeno e possui a plataforma mais premiada nos Estados Unidos.

Outra novidade em exposição é a mais moderna plataforma militar, que também virá na versão esportiva, a TX9 Competition, desenvolvida pela Taurus com o apoio de sua equipe de atiradores e de demais atletas consagrados. 

Os visitantes também podem conhecer no estande da Taurus os protótipos dos novos produtos que irão compor o portfólio de armas militares de maior porte e de maiores calibres, Taurus Military Products, com armas até o calibre .50 BMG, incluindo o inovador TAS - Tactical Air Soldier, um drone equipado com armamento tático, a pistola TX9, com mecanismo Striker-Fire e plataforma completamente modular, inicialmente em calibre 9x19mm com três tamanhos - subcompacta, compacta e full size, e a RPC, submetralhadora em calibre 9x19 mm mais leve, compacta e com maior capacidade do mercado, desenvolvida sob protocolo militar.  

A Taurus celebrou este ano um Memorando de Entendimentos com a empresa Mertsav, da Turquia, e está focada no desenvolvimento de produtos como rifles de precisão, submetralhadoras e metralhadoras, o que permitirá um salto no patamar do portfólio da empresa, complementando a linha de armas leves, tornando a Taurus muito mais competitiva no segmento militar e a única empresa no mundo a oferecer um portfólio completo de armas, do .22 LR ao .50 BMG. 

Além de novos produtos, a Taurus expõe na Shot Fair Brasil 2025 seu amplo portfólio de produtos, com mais de 300 armas, entre pistolas, revólveres e armas táticas. 

A empresa também apresenta ao mercado durante a feira a edição 2025 do PRLO — Programa de Relacionamento com Lojistas Taurus, iniciativa que reforça sua estratégia de valorização do canal varejista e consolida a parceria com os principais lojistas do segmento. 

Conversa com o CEO
Além da exposição de produtos, o evento conta com outras atrações que promovem o compartilhamento de conhecimento no espaço Arena Shot Fair, com palestras, mesas de debate, clínicas e painéis de especialistas renomados sobre diversos temas, como tiro esportivo, defesa pessoal, caça e legislação brasileira voltada ao segmento de armas e munições no Brasil. 

Nesta quinta-feira (03.jul.2025) o CEO Global da Taurus, Salesio Nuhs, participou de um painel com convidados, entre eles, o deputado federal Ismael Alexandrino, os atletas do Team TAURUS CBC Alexandre Galgani e Eurico Auler, a capitã do Team TAURUS EUA Jessie Harrison e o embaixador da Taurus USA Mathew Litlle, sobre os 35 anos do segmento de armas e munições no Brasil: história, desafios, ameaças e conquistas. 

Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC)
A Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), Empresa Estratégica de Defesa, líder mundial em munições e tradicional fabricante de armas longas, está presente como patrocinadora e expositora da Shot Fair Brasil 2025, maior feira de tiro esportivo, mundo tático, outdoor e caça da América Latina, realizada de 2 a 5 de julho no Distrito Anhembi, em São Paulo. 

A empresa apresenta aos visitantes nesta 5ª edição do evento, além da sua linha completa de produtos consagrados voltados ao mercado, diversas novidades, entre elas: 

Rifle CBC .308 WIN Ranger de Ferrolho na nova versão Lightweight, em torno de 15% mais leve comparado a versão convencional. Com cano de 18” ou 24” em aço e pintura especial em Cerakote®, tipo bull forjado à frio, garantindo maior durabilidade, estabilidade e precisão em cada disparo, coronha em polímero de alta resistência e design ergonômico.

A CBC também apresenta na Shot Fair Brasil 2025 produtos do portfólio Colt CZ, que, a partir do acordo firmado em 2024 em que a CBC Global Ammunition LLC — majoritária que controla a CBC Brasil e outras empresas — se tornou acionista da Colt CZ e está oficializando no evento a distribuição de produtos específicos da marca no mercado varejista brasileiro. 

Em exposição, destaque para as pistolas modelos CZ P10C no calibre .380 Auto, CZ P7 no calibre .380 Auto e CZ SHADOW 2 BLUE nos calibres .380 Auto e 9mm, assim como para o rifle CZ 457 TRAINING XII no calibre .22LR e a carabina CZ SCORPION EVO 3 S1 no calibre .22LR. 

Expandindo sua presença global, a CBC também anunciou, em 2025, um importante investimento com a construção de uma nova e moderna unidade de fabricação de munições em Oklahoma, nos Estados Unidos. Esta expansão representa um marco importante na missão da CBC de oferecer soluções de munição inovadoras e essenciais para clientes em todo o mundo. A CBC USA será responsável pela produção de uma linha completa de munições incluindo os calibres 9mm, 5.56mm, 7.62mm e .50 BMG, atendendo aos mercados militar, policial, esportivo, defesa pessoal e de caça. A unidade seguirá os rigorosos padrões de fabricação da matriz brasileira, com controle total sobre todos os componentes críticos – estojos, projéteis, espoletas, pólvoras e nitrocelulose, esta última considerada uma matéria-prima essencial e em escassez global. 

Além de novos produtos, a CBC expõe na Shot Fair Brasil 2025 mais de 50 armas e diversos modelos de munições, entre diferentes calibres e configurações de projéteis.

Rifle CBC .22 LR Tactical Semiauto 7022, versão comemorativa dos 99 anos da CBC em edição limitada. O modelo se destaca pelo visual moderno e recursos funcionais. Possui acabamento (coronha e empunhadura) camuflado, cano de 18” com pintura especial em Cerakote® e receptáculo em Alumínio. Acompanha 2 carregadores de 25 tiros, bandoleira tática, case rígido para o transporte, camisa tática personalizada e moeda comemorativa CBC 99 anos. 

Carabina CBC Rio Grande .357 Magnum, com cano de 20”, ejeção lateral, coronha e telha de madeira.

Espingarda CBC 12 Pump Savana, com cano de 28”, coronha e telha de madeira, banda ventilada e choque intercambiável, nas versões com acabamento convencional e em bronze. Acompanha bandoleira.

CBC Talks
O evento possui o auditório Arena Shot Fair, próximo aos estandes, no qual acontecem, de forma simultânea, palestras, mesas de debate, clínicas e painéis de especialistas renomados sobre diversos temas, entre eles tiro esportivo, defesa pessoal, caça e os desafios do segmento de armas e munições no Brasil, promovendo o compartilhamento de conhecimento. 

Na quinta-feira (03.jul.2025), às 16h, acontecerá o “CBC Talks”, uma conversa descontraída com lojistas representando as cinco regiões do Brasil e o Diretor Executivo Comercial & Marketing da CBC, Paulo Ricardo Gomes, sobre o cenário do mercado atual, as oportunidades no varejo e as soluções para atender os consumidores do segmento. 

Recentemente, o Programa de Relacionamento com Lojista da CBC (PRLO), maior iniciativa deste tipo no segmento de armas e munições no país, evoluiu e lançou nova categoria e qualificação para fortalecer o varejo, criar mecanismos de incentivos com a indústria e potencializar clientes de todos os perfis. 

A categoria BLACK foi desenvolvida para reconhecer clientes com alto volume de compra dentro da indústria. Esses parceiros passam a contar com condições comerciais diferenciadas e exclusivas, além de acesso prioritário a lançamentos e negociações especiais. O objetivo é valorizar o desempenho consistente e incentivar o crescimento contínuo dentro da rede de parceiros. 

Já a nova qualificação EXCLUSIVE é voltada a lojistas que optam por trabalhar exclusivamente com o portfólio da empresa. Como forma de reconhecimento, esses parceiros terão acesso a condições comerciais adicionais exclusivas, além de uma série de benefícios personalizados, como apoio em ações de marketing, promoção de eventos, ativações especiais em loja e campanhas de incentivo desenvolvidas sob medida.

Atualmente o programa PRLO conta com mais de 1.200 clientes, divididos em cinco categorias: GOLD START, GOLD, DIAMOND, PLATINUM e, agora, BLACK. 

Para assistir as palestras, clínicas e painéis é necessário a aquisição do ingresso de acesso a feira. 

Sobre a Shot Fair Brasil

A Shot Fair Brasil é voltada a atiradores esportivos, colecionadores, caçadores, lojistas e admiradores do segmento de armas e munições. Contando com estandes de grandes marcas nacionais e internacionais do setor, a 5ª edição do evento tem mais de 180 empresas expositoras em um espaço de 12 mil m². A estimativa para este ano é superar a marca de 38 mil visitantes obtida em 2024, prevendo um incremento de 20% neste ano. 

A Shot Fair Brasil 2025 conta com patrocínio da Taurus e da Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), principais fabricantes de armas e munições do mundo, e parceria institucional da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (ANIAM). 

Datas e horários:

Dia 02/07/2025 – das 10h às 20h (exclusivo para lojistas).

Dias 03 e 04/07/2025 – das 13h às 20h.

Dia 05/07/2025 – das 10h às 18h.

Local: Distrito Anhembi (Av. Olavo Fontoura, 1209 - Santana, São Paulo – SP).

Localização dos estandes:

TAURUS e CBC – X01 (Entrada principal do evento).

ANIAM – G07. 

Mais informações em https://shotfairbrasil.com.br 

03 julho, 2025

Embraer aposta no Marrocos: contrato militar, transferência de tecnologia e ecossistema aeronáutico em pauta

 


*H24 INFO, por Marouane Tabet - 03/07/2025

De 8 a 11 de julho de 2025, Marrakech receberá uma delegação brasileira de alto nível como parte do Fórum LIDE Brasil-Marrocos, enquanto a fabricante de aeronaves Embraer está na disputa por um contrato no valor de mais de US$ 600 milhões com a Royal Air Force (FRA), contra a americana Lockheed Martin.

A competição é pelo fornecimento de aeronaves de transporte militar, em especial o KC-390 Millennium, um jato tático multifuncional que a Embraer está oferecendo ao Marrocos como parte de um pacote expandido que vai muito além de uma simples venda.

Essa delegação, que inclui, segundo a imprensa brasileira, o ex-presidente Michel Temer, o vice-presidente do Senado Eduardo Gomes, além de autoridades do Ministério da Defesa e representantes da Embraer, tem como objetivo garantir o contrato de fornecimento do KC-390 Millennium para uso militar, já testado no reino.

Contudo, o Marrocos não conta com uma simples aquisição de KC-390 da Embraer, mas sim com um investimento da fabricante brasileira no ecossistema aeronáutico nacional.

Transferência de tecnologia
Em uma apresentação no Marrakech Air Show 2024, a Embraer anunciou um investimento de US$ 1 bilhão no Marrocos para estabelecer um ecossistema aeronáutico e criar 1.000 empregos até 2035. Esse ecossistema será usado para manutenção, reparo e revisão geral (MRO) de aeronaves civis e militares.

Paralelamente ao Salão Internacional do Ar e do Espaço, o governo marroquino assinou um memorando de entendimento com a Embraer com o objetivo de lançar projetos conjuntos na indústria aeronáutica marroquina, abrangendo as áreas de aviação comercial, defesa e mobilidade aérea urbana.

Um ecossistema de sourcing integrado em Marrocos
Assinado pelo Ministro da Indústria e Comércio, Ryad Mezzour, pelo Ministro Delegado de Investimento, Convergência e Avaliação de Políticas Públicas, Karim Zidane, pelo Diretor Geral da Agência Marroquina de Investimento e Desenvolvimento de Exportações (AMDIE), Ali Seddiki, e pelo CEO da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer, este acordo abriu inúmeras oportunidades nas áreas de aviação comercial, defesa e mobilidade aérea urbana.

Este acordo forneceu uma estrutura para a construção de um ecossistema de sourcing integrado no Marrocos, promovendo inovação e crescimento econômico e contribuindo para a criação de empregos e o desenvolvimento de habilidades locais.

O projeto de cooperação também levará em consideração uma ampla gama de áreas a serem desenvolvidas em estágios progressivos, incluindo treinamento e MRO.

Quase US$ 1 bilhão em investimentos
No LIDE em Marrakesh, outras áreas para potenciais colaborações serão exploradas, incluindo pesquisa e tecnologia, particularmente em descarbonização, mobilidade limpa, aviação sustentável e combustíveis de aviação sustentáveis.

O impacto econômico potencial estimado de todos os projetos, uma vez concluídos, incluindo MRO, treinamento, desenvolvimento de ecossistemas e outras áreas, chegará a US$ 300 milhões com a criação de 300 empregos até 2030, e até US$ 1 bilhão com a criação de 1.000 empregos até 2035.

Cooperação Estratégica Sul-Sul
Marrocos, já reconhecido como um polo aeronáutico na África e na bacia do Mediterrâneo, busca fortalecer sua soberania industrial no setor.

Ao focar na Embraer, favorece uma lógica de parceria Sul-Sul combinando capacitação da FAR, desenvolvimento industrial e empregos qualificados para jovens engenheiros e técnicos marroquinos.

Uma disputa acirrada com a Lockheed Martin
Por outro lado, a Lockheed Martin, tradicional aliada do Marrocos no campo militar (F-16, C-130J, etc.), não desiste. Mas o peso industrial da proposta brasileira e sua dimensão inclusiva podem fazer a diferença.

Ainda mais em um contexto em que Marrocos busca consolidar sua autonomia estratégica e estimular o investimento estrangeiro direto em setores de alta tecnologia.

Com a Embraer, mate dois coelhos com uma cajadada só

Marrocos, que possui quase vinte aeronaves de transporte militar Lockheed C-130 Hercules de fabricação americana, pode adquirir o KC-390 Millennium, a maior aeronave já fabricada pela Embraer até hoje.

Por muito tempo confinada a aeronaves de treinamento e apoio tático ou aeronaves leves de transporte e vigilância marítima, a indústria brasileira se abriu para o transporte aéreo tático nos últimos anos.

Um outsider particularmente inovador, o Embraer KC-390 é capaz de transportar até 26 toneladas de carga, incluindo veículos blindados com rodas.

Embora semelhante em tamanho ao C-130 Hercules, o KC-390 Millennium possui uma rampa traseira para carga e descarga de grandes volumes. E ainda é muito mais acessível.

De fato, aeronaves concorrentes custam mais de US$ 130 milhões, enquanto o KC-390 Millennium é estimado em cerca de US$ 50 milhões, ou pouco mais de um terço. 

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