*LRCA Defense Consulting - 06/05/2025
A Embraer divulgou nesta manhã os seus números referentes ao primeiro trimestre de 2025 e, mais uma vez, apresentou resultados muito fortes. Suas receitas aumentaram 44% na comparação anual, totalizando R$6,4 bilhões, e levaram este trimestre a ser o melhor primeiro trimestre desde 2016.
O lucro líquido atribuível aos acionistas da Embraer e o lucro líquido por ADS (American Depositary Shares) foram multiplicados por três neste trimestre: de R$434,0 milhões e R$0,5909 no primeiro trimestre de 2025, em comparação com R$142,7 milhões e R$0,1943, respectivamente, no primeiro trimestre de 2024.
Francisco Gomes Neto, CEO da Embraer, comentou os resultados da empresa:
"Hoje,
anunciamos resultados expressivos para o primeiro trimestre de 2025.
Apresentamos a maior receita do primeiro trimestre dos últimos 9 anos,
totalizando US$ 1,1 bilhão. Também registramos a maior margem EBITDA
ajustada dos últimos 5 anos, de aproximadamente 10%. A Embraer encerrou o
período com uma carteira de pedidos (backlog) de US$ 26,4 bilhões,
ligeiramente superior ao recorde histórico registrado no último
trimestre. As entregas de aeronaves aumentaram praticamente 20% em
relação ao ano anterior, evidenciando nosso foco contínuo em eficiência
operacional. Os resultados do primeiro trimestre nos oferecem uma
perspectiva sólida de crescimento sustentável neste e nos próximos
anos."
EBIT ajustado (lucro antes de juros e impostos)
O EBIT ajustado foi de R$359,2 milhões com margem de +5,6%, excluindo R$63,3 milhões de itens extraordinários (ou seja, despesas da Eve). O EBIT reportado foi de R$295,9 milhões no trimestre (margem de +4,6%) em comparação com R$(19,1) milhões no ano anterior (margem de -0,4%), devido aos maiores volumes, mix de produtos e menores despesas da Aviação Executiva.
Receita Consolidada
A receita consolidada de R$6,4 bilhões no 1T25 representou um aumento de 44% em relação ao mesmo período do ano anterior. Defesa & Segurança foi o destaque do trimestre, com aumento superior a duas vezes na receita ano sobre ano. Aviação Executiva e Serviços e Suporte também apresentaram bom desempenho, com aumentos de 57% e 37% em relação ao mesmo período do ano anterior, respectivamente. A receita da Aviação Comercial foi 16% superior no mesmo periodo.
1. Aviação Executiva
As receitas totalizaram R$1,9 bilhão, número 57% superior ao do ano anterior, devido aos maiores volumes e mix de produtos. A margem bruta foi ligeiramente melhor, atingindo +21,8% em relação aos +21,4% do ano anterior. A margem EBIT ajustada aumentou de +5,0% para +11,1% no período, devido à alavancagem operacional e às iniciativas de contenção de custos.
2. Defesa & Segurança
As receitas atingiram R$810,7 milhões, um aumento superior a duas vezes em relação ao ano anterior, devido ao maior reconhecimento do KC-390, mix de clientes e estágio de produção (de acordo com o método de cálculo da porcentagem de conclusão). A margem bruta ficou estável em +12,5% ano sobre ano. A margem EBIT ajustada melhorou para -1,5%, de -13,8% no ano anterior, devido a volumes maiores e despesas menores, além de itens extraordinários negativos no ano anterior.
3. Aviação Comercial
As receitas foram de R$1,2 bilhão, 16% superior ao ano anterior. A margem bruta aumentou de +3,2% para +4,8%, impulsionada pelo mix de produtos e clientes. A margem EBIT ajustada aumentou de -14,8% para -5,1% durante o período, refletindo a variação da margem bruta e itens extraordinários positivos (crédito de fornecedores).
4. Serviços & Suporte
As receitas atingiram R$2,5 bilhões, 16% superior ao ano anterior, devido ao período de aceleração da manutenção de motores GTF na OGMA. A margem bruta reportada caiu de +27,1% para +20,6% devido ao mix de produtos (ou seja, peças compradas versus peças fabricadas) e ao início do MRO Executiva na América do Norte (duração de 6 meses aproximadamente). No entanto, a margem EBIT Ajustada caiu apenas de +12,3% para +10,0% durante o período, ajudada por itens extraordinários positivos (variação nas provisões de crédito para devedores duvidosos).
5. Outros
Inclui a Aviação Agrícola (com o pulverizador agrícola Ipanema), a divisão cibernética (Tempest), a recém-incluída divisão de trens de pouso (ELEB) e outros negócios. A receita do segmento aumentou 95%, de R$45 milhões para R$87 milhões em relação ao ano anterior, devido à recente reclassificação da divisão de trens de pouso (ELEB).
Lucro líquido e dividendos
O lucro líquido atribuível aos acionistas da Embraer e o lucro líquido por ADS (American Depositary Shares) foram de R$434,0 milhões e R$0,5909 no primeiro trimestre de 2025, em comparação com R$142,7 milhões e R$0,1943, respectivamente, no primeiro trimestre de 2024. O lucro líquido ajustado foi de R$(428,5) milhões no trimestre, em comparação com R$(63,5) milhões no ano anterior, excluindo itens extraordinários como R$(728,1) milhões em impostos diferidos e R$(134,1) milhões dos resultados da Eve.
A companhia aprovou o pagamento de R$51,4 milhões em dividendos (R$0,07/ação) relacionados a 2024.
Entregas, backlog e estimativas
A Embraer entregou 30 jatos no 1T25, sendo 7 jatos comerciais (3 E195-E2 e 4 E175-E1) e 23 jatos executivos (14 leves e 9 médios); +20% acima das 25 aeronaves entregues no ano anterior.
Do ponto de vista operacional, a Embraer estima entregas da Aviação Comercial entre 77 e 85 aeronaves (+10% do ponto médio no comparativo anual), e entregas na Aviação Executiva entre 145 e 155 (+15% no comparativo anual).
A carteira total de pedidos (backlog) atingiu US$26,4 bilhões no 1T25 e superou o recorde histórico estabelecido no trimestre anterior.
Do ponto de vista financeiro, a empresa estima receitas na faixa de
US$7,0 e 7,5 bilhões (+13%), margem EBIT ajustada entre 7,5% e 8,3% e
fluxo de caixa livre ajustado de US$200 milhões ou maior. A companhia
destaca que os resultados do primeiro trimestre não foram afetados pelas
tarifas impostas pelos Estados Unidos (EUA).
Resiliência, robustez e crescimento
O sólido desempenho da Embraer no primeiro trimestre de 2025 demonstra resiliência e crescimento. Com uma carteira de pedidos robusta e projeções positivas para o ano, a Embraer está bem posicionada para continuar sua trajetória de crescimento.
O aumento do prejuízo no item "lucro líquido ajustado", que foi de R$(428,5) milhões no trimestre, deveu-se a itens extraordinários, como R$(728,1) milhões em impostos diferidos e R$(134,1) milhões dos resultados da Eve, não causando preocupação.