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13 novembro, 2025

Mestria e FAPEMIG impulsionam tecnologia autônoma para ambientes de alto risco

Imagem conceitual do VPPAM – Veículo de Pequeno Porte Autônomo Multifuncional

*LRCA Defense Consulting - 13/11/2025

A Mestria Automação e Tecnologia, uma empresa brasileira sediada em Belo Horizonte, vem consolidando sua reputação como uma das principais inovadoras no setor de automação embarcada e desenvolvimento de soluções tecnológicas avançadas. Com uma trajetória que começou em 2008, a companhia tem dedicado esforços na criação de sistemas que aumentam a eficiência, segurança e sustentabilidade de diversas operações industriais, além de atender a setores estratégicos como mineração, logística e transporte pesado. Recentemente, a empresa ampliou seu portfólio com um projeto inovador, aprovado pelo edital da FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, voltado ao desenvolvimento do VPPAM – Veículo de Pequeno Porte Autônomo Multifuncional.

O projeto VPPAM e sua tecnologia
O VPPAM é uma inovação que combina inteligência artificial com sistemas embarcados, projetado para atuar em ambientes de alto risco, de difícil acesso e onde tarefas repetitivas podem ser perigosas ou exigirem alto grau de precisão. Seu caráter autônomo permite missões diversificadas, com ênfase na melhoria da segurança e na eficiência operacional. Segundo informações da própria Mestria, o veículo visa atuar em locais onde a presença humana é limitada ou de alto risco, proporcionando uma solução sustentável para operações complexas e potencialmente perigosas.

Possíveis aplicações em Defesa e Segurança Pública
Embora o foco inicial do VPPAM seja o uso civil e industrial, seu potencial para missões de defesa e segurança pública é significativo. Veículos autônomos de pequeno porte oferecem várias vantagens estratégicas, como a capacidade de realizar missões de reconhecimento, patrulhamento, monitoramento e até ações de intervenção tática em áreas de difícil acesso, sem colocar em risco vidas humanas.

Na esfera militar e de segurança, o VPPAM poderia ser empregado em operações de reconhecimento tático em ambientes hostis ou de difícil acesso, onde a presença de soldados é limitada para evitar riscos. Além disso, sua capacidade de operar de forma autônoma, utilizando inteligência artificial, faz dele um potencial aliado em tarefas de vigilância e coleta de informações em tempo real, potencializando o uso de dados para uma tomada de decisão rápida e eficiente.

Em contextos de segurança pública, o veículo pode ser utilizado em missões de patrulhamento de áreas urbanas de risco, operações em fronteiras ou regiões de conflito, ajudando a prevenir crimes ou ações terroristas. Tais veículos poderiam atuar em operações de busca e salvamento, além de tarefas de logística em cenários de desastre, ampliando as capacidades das forças de segurança e reforçando a proteção de comunidades vulneráveis.

Desafios e o futuro do VPPAM
Apesar do alto potencial, o emprego do VPPAM em missões de defesa e segurança pública ainda enfrenta desafios, como a necessidade de robustez frente a ambientes adversos, resistência a interferências externas e a integração com sistemas de comando e controle já existentes. Ainda assim, sua participação em exercícios de simulação e testes operacionais poderá evidenciar a sua efetividade nessas áreas, fortalecendo sua aplicação tática e operacional no cenário nacional.

Com a contínua evolução das tecnologias de inteligência artificial e automação, o VPPAM tem potencial para transformar o conceito de veículos não tripulados no Brasil, contribuindo para a modernização das operações industriais e das forças de defesa e segurança pública em áreas de risco. A inovação promovida pela Mestria representa um passo importante na autonomia tecnológica do país, promovendo soluções nacionais para desafios complexos de segurança e proteção de comunidades e fronteiras.

A Mestria Automação e Tecnologia mostra-se assim não apenas como um exemplo de inovação, mas também como uma potencial protagonista na evolução das operações autônomas no Brasil, levando a segurança a novos patamares com soluções inteligentes e autônomas.

12 novembro, 2025

O Super Tucano contra-ataca: Embraer revoluciona a defesa aérea

- Embraer transforma sua aeronave militar mais vendida em caçadora de drones, prometendo solução econômica para ameaça global crescente.
- Esta matéria complemente a divulgada ontem (11).


*LRCA Defense Consulting - 12/11/2025 (atualizado em 13/11 às 08h46)

Em um cenário global onde pequenos drones, outrora vistos como brinquedos ou ferramentas de nicho, podem agora causar estragos de bilhões e representar uma ameaça direta à segurança nacional, a Embraer anunciou uma novidade revolucionária de sua aeronave militar de maior sucesso: o A-29 Super Tucano. 

A plataforma, já consolidada mundialmente, agora está equipada para caçar e neutralizar sistemas aéreos não tripulados (UAS), oferecendo uma resposta brasileira inovadora e estratégica para um dos maiores desafios de defesa do século XXI, sem paralelo mundial entre as aeronaves militares com comprovada experiência em combate real.

A ameaça que mudou tudo
A nova capacidade anti-drone do Super Tucano surge em um momento crítico na geopolítica e na tecnologia militar. Conflitos recentes, como os observados na Ucrânia, no Oriente Médio e nas escaramuças entre Índia e Paquistão, demonstraram de forma inequívoca como drones, alguns até de baixo custo com valores inferiores a US$ 1.000, podem infligir danos devastadores a alvos que representam investimentos de milhões.

Um exemplo contundente dessa nova realidade foi a "Operação Teia de Aranha" ucraniana, realizada em junho de 2025, onde 117 drones foram empregados para atacar bases aéreas russas, resultando em danos significativos a mais de 40 aeronaves. Esse evento ilustra perfeitamente o dilema enfrentado pelas forças armadas modernas: abater um drone de US$ 10.000 com um míssil de US$ 1 milhão, embora seja uma vitória tática, representa uma clara derrota estratégica e econômica a longo prazo. O Super Tucano Anti-drone chega para alterar fundamentalmente essa equação.

"Os desafios contínuos na guerra moderna e os conflitos recentes em todo o mundo demonstraram a necessidade urgente de soluções para combater drones", afirma Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa e Segurança. "O A-29 é a ferramenta ideal para neutralizar UAS de forma eficaz e a baixo custo."

Os números são impressionantes: apenas no conflito russo-ucraniano, milhares de drones foram e estão sendo utilizados para reconhecimento, coordenação de artilharia e ataques diretos a instalações, veículos, navios e tropas. Estes dispositivos, muitas vezes baseados em tecnologia comercial adaptada, representam uma ameaça assimétrica que obriga as forças militares tradicionais a repensar e reestruturar suas estratégias de defesa de forma urgente.

Tecnologia brasileira em ação: uma plataforma comprovada e adaptada
O Super Tucano Anti-drone não é uma aeronave completamente nova, mas sim uma evolução inteligente e estratégica de uma plataforma já amplamente comprovada. Com mais de 600.000 horas de voo acumuladas, presente em 22 forças aéreas mundiais e com larga experiência em combate, a nova versão da aeronave brasileira incorpora agora uma série de avanços tecnológicos que a tornam formidável no combate a drones:

● Sensores eletro-ópticos/infravermelhos (EO/IR): para detecção e rastreamento preciso de alvos, mesmo em condições adversas ou com pouca luminosidade.

● Enlaces de dados específicos: para interagir com redes de comando/controle e receber coordenadas de alvos de sistemas terrestres, permitindo uma resposta coordenada e eficiente.

● Foguetes guiados a laser: para neutralização precisa de UAS, minimizando danos colaterais e otimizando o uso de armamento.

● Metralhadoras .50 montadas nas asas: para engajamentos de baixo custo contra alvos menores ou em cenários onde a precisão de um foguete não é a principal necessidade.

"Continuamos a expandir as capacidades do A-29 para enfrentar os desafios mais recentes que muitas nações enfrentam em todo o mundo", destaca Costa Junior, evidenciando a estratégia contínua da empresa de manter sua principal plataforma militar sempre relevante e à frente das ameaças emergentes.

 

O mistério do laser e o futuro da energia dirigida
Um detalhe intrigante que chamou atenção na divulgação da nova capacidade do Super Tucano foi a imagem oficial da Embraer que parece mostrar a aeronave atacando drones com um canhão laser posicionado sob a fuselagem. Como a empresa não forneceu informações sobre esta possibilidade, são esboçadas três hipóteses: um dispositivo laser apenas para "iluminação" do alvo (mais provável), uma forte declaração de intenções com vislumbre do futuro da guerra aérea, ou, apenas potencialmente, um projeto que já esteja em desenvolvimento. 
Armas de energia dirigida, como os lasers, oferecem uma vantagem estratégica significativa: a "munição infinita", limitada apenas pela capacidade energética da aeronave, e um custo marginal próximo de zero por disparo. Isso poderia revolucionar a economia da defesa aérea contra enxames de drones, onde cada disparo de um míssil convencional se torna proibitivamente caro.

Imagem da Embraer mostrando o A-29 atacando ou iluminando um drone com um canhão laser

Vantagem competitiva global e impacto nas forças armadas mundiais
A versatilidade operacional do Super Tucano oferece vantagens únicas no cenário global de defesa. Diferentemente de sistemas de defesa aérea fixos, que têm limitações geográficas, a aeronave pode patrulhar vastas áreas, operar a partir de pistas não pavimentadas ou improvisadas e responder rapidamente a ameaças emergentes em locais remotos.

Para as 22 forças aéreas que já operam o Super Tucano, a nova capacidade representa uma oportunidade de upgrade natural e altamente estratégico. Países como Colômbia, Filipinas e Nigéria, que historicamente enfrentam ameaças assimétricas crescentes, podem agora adicionar missões anti-drone aos seus perfis operacionais existentes com uma plataforma que já conhecem e confiam.

Recentemente, em julho de 2025, o Paraguai recebeu as primeiras quatro aeronaves A-29 Super Tucano da Embraer, parte de um pedido total de seis unidades. Essas aeronaves estão configuradas especificamente para missões de ataque leve e treinamento, equipadas com aviônicos digitais avançados, sistemas de defesa robustos e capacidade de operar em pistas não pavimentadas. Esta aquisição visa fortalecer as capacidades do Paraguai no combate ao tráfico de drogas e outras ameaças assimétricas, sublinhando a aplicabilidade e relevância do Super Tucano em desafios contemporâneos de segurança.

Desafios e limitações: uma peça no quebra-cabeça da defesa em camadas
Apesar do potencial revolucionário, há desafios inerentes à natureza do combate a drones. Condições climáticas adversas, por exemplo, podem afetar significativamente a eficácia dos sensores eletro-ópticos, um componente crucial na detecção e rastreamento. Além disso, enxames muito numerosos de drones ainda representam um desafio complexo para qualquer sistema individual, por mais avançado que seja. A solução reside na integração inteligente com outras plataformas de defesa, formando uma arquitetura de segurança multicamadas.

É importante ressaltar que o Super Tucano Anti-drone não é projetado para substituir sistemas de defesa aérea tradicionais, mas sim para complementá-los de forma inteligente. Ele preenche uma lacuna crítica, tornando-se a peça que faltava no complexo quebra-cabeça da defesa em camadas contra a ameaça dos UAS.

O futuro da defesa aérea: adaptação e liderança brasileira
A iniciativa da Embraer sinaliza uma tendência maior e inegável na indústria de defesa global: a adaptação e modernização de plataformas existentes para enfrentar as ameaças emergentes de forma mais custo-efetiva. Com a proliferação acelerada de drones em todo o mundo, soluções como o Super Tucano Anti-drone podem se tornar tão essenciais e onipresentes quanto os radares e mísseis tradicionais já o são.

A empresa brasileira, que já se destaca por exportar o Super Tucano para países em cinco continentes, agora oferece uma solução para um problema universal, com impacto tanto em conflitos de alta intensidade quanto em cenários de segurança interna e combate a atividades ilícitas. Em um mundo onde a ameaça pode vir de um drone comercial de US$ 500 operado por grupos terroristas ou de enxames sofisticados controlados por potências militares, ter uma resposta econômica, eficaz e versátil pode fazer a diferença entre a segurança e a vulnerabilidade de um território.

Perspectivas e próximos passos: o Brasil na vanguarda da defesa
O anúncio da Embraer chega em um momento estratégico para a indústria de defesa brasileira e global. Com os orçamentos de defesa mundiais sob constante pressão e as ameaças assimétricas em crescimento exponencial, a demanda por soluções custo-efetivas e de alta capacidade nunca foi tão expressiva. O Super Tucano Anti-drone posiciona o Brasil não apenas como um fornecedor de tecnologia de defesa de ponta, mas também como um competidor direto e relevante frente a gigantes americanos e europeus neste segmento emergente.

Para a indústria de defesa brasileira, esta inovação representa uma oportunidade clara de liderança em um segmento emergente e crítico, com potencial de novas parcerias e exportações. Para as forças armadas mundiais, oferece uma ferramenta estratégica que pode redefinir como enfrentamos as ameaças aéreas do futuro, otimizando recursos e aumentando a eficácia operacional.

A guerra dos drones apenas começou, e ela é um fenômeno que moldará as estratégias de segurança por décadas. Com o Super Tucano Anti-drone, o Brasil já mostrou que possui as armas – e, crucialmente, a inteligência e a capacidade de adaptação – para vencer neste novo campo de batalha.

Saiba mais:

- Enfim, surge o Super Tucano anti-drone: a nova arma brasileira para combater drones aéreos de forma eficaz e acessível  

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