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17 novembro, 2025

KC-390: Embraer foca nos Emirados para venda, consolidação regional e expansão industrial



*LRCA Defense Consulting - 17/11/2025

A Embraer anunciou a retirada oficial da proposta feita à Arábia Saudita para instalar um centro de montagem final do cargueiro militar C-390 Millennium, voltando seu foco para a oferta de um centro regional de completamento nos Emirados Árabes Unidos (EAU), conforme reportagem da Aviation Week. A decisão, segundo o CEO da Embraer Defesa e Segurança, Bosco da Costa Jr., segue o entendimento estratégico de que não há espaço para duas instalações desse porte na mesma região, especialmente em um contexto de concorrência direta com o norte-americano Lockheed Martin C-130J.

EAU desponta como polo regional para o C-390
Durante o Dubai Airshow 2025, a Embraer apresentou o KC-390 Millennium com uma nova identidade visual, destacando o mercado estratégico do Oriente Médio. O projeto do “Centro de Excelência” nos Emirados prevê uma estrutura robusta, composta por oito edifícios — um administrativo e sete hangares —, com capacidade para atender uma frota considerável de até 21 aeronaves posicionadas no pátio externo.

A iniciativa ganha força com a assinatura de acordos entre a Embraer e empresas sediadas em Abu Dhabi: a MRO Ammroc, especializada em manutenção, reparo e revisão, e a Global Aerospace Logistics. Ambas atuarão em conjunto para garantir suporte logístico e operacional ao C-390, caso os Emirados firmem contrato de aquisição do modelo. Essa sinergia local fortalece a competitividade da oferta brasileira na região.

Expectativa de aquisição pelas Forças Armadas dos EAU
Bosco da Costa Jr. destacou o papel estratégico que o C-390 pode desempenhar nas Forças Armadas dos Emirados Árabes Unidos, afirmando que o diálogo com autoridades militares locais está ativo e que a oferta apresentada inclui suporte logístico e transferências de capacidade industrial. “Acreditamos que o C-390 pode desempenhar um papel muito importante aqui nos EAU”, afirmou Costa Jr.

Estratégia global e diferenciação regional
A Embraer mantém o compromisso de estabelecer centros de montagem final e validação nos Estados Unidos e na Índia, desde que esses países formalizem grandes encomendas. Para o Oriente Médio, no entanto, a escolha de concentrar esforços nos Emirados busca criar sinergias e evitar a dispersão de recursos diante de mercados que disputam grandes contratos de cargueiros militares.

A aposta nos EAU evidencia o interesse brasileiro em consolidar o C-390 Millennium como opção viável e competitiva, frente a rivais tradicionais tanto no Oriente Médio quanto no cenário global, oferecendo não apenas a aeronave, mas todo um pacote tecnológico integrado e adaptável às necessidades da região.

Esse acréscimo reforça a relevância do Dubai Airshow 2025 na estratégia comercial e destaca elementos atuais do posicionamento da Embraer e seu engajamento no Oriente Médio, enriquecendo o conteúdo original sem perder o foco na possível aquisição dos Emirados Árabes Unidos.

Embraer decola no Dubai Air Show com encomendas da Helvetic e da Air Côte d’Ivoire


*LRCA Defense Consulting - 17/11/2025

A Embraer anunciou dois importantes contratos durante o Dubai Air Show, consolidando sua posição de destaque no mercado global de jatos regionais. A fabricante brasileira ampliou parcerias com a Helvetic Airways, da Suíça, e com a Air Côte d’Ivoire, companhia nacional da Costa do Marfim, demonstrando a versatilidade de sua linha E-Jet nas mais diversas realidades operacionais, do coração da Europa à crescente conectividade africana.

Helvetic Airways amplia frota E2 e reforça compromisso com eficiência
A Helvetic Airways fez um novo pedido firme de três jatos E195-E2, com opção para outras cinco aeronaves. Com as entregas previstas a partir de 2026, a frota da companhia poderá chegar a 20 unidades da família E2 nos próximos anos. Cada aeronave será configurada para 134 assentos em classe única, com poltronas Recaro que priorizam conforto e eficiência.

Segundo Tobias Pogorevc, CEO da Helvetic Airways, a decisão reflete uma estratégia voltada à modernização e à sustentabilidade. “O E195-E2 é a aeronave ideal para nossa malha aérea, oferecendo eficiência de combustível, baixo ruído e excelente experiência ao passageiro”, afirmou. O modelo também permitirá flexibilidade nas operações ACMI (wet lease), segmento em que a empresa suíça atua amplamente em toda a Europa.

O presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer, celebrou o novo contrato como uma reafirmação da confiança da Helvetic. “A escolha da companhia demonstra a força econômica e ambiental do E2. Estamos orgulhosos de apoiar seu crescimento e seu papel nas operações regionais europeias”, afirmou.

A Helvetic foi uma das pioneiras no uso dos E190-E2 e E195-E2, inclusive em voos para o Aeroporto da Cidade de Londres, conhecido por suas aproximações íngremes e rigorosas restrições sonoras, um cenário que destaca as capacidades operacionais do E2.

Air Côte d’Ivoire aposta no E175 para impulsionar conectividade africana
Também no Dubai Air Show, a Air Côte d’Ivoire anunciou a aquisição de quatro jatos E175, com oito opções adicionais, marcando sua entrada na família E-Jet. O contrato representa um passo estratégico na modernização de sua frota e expansão da conectividade regional. As primeiras entregas estão previstas para o primeiro semestre de 2027.

As aeronaves serão configuradas com 76 assentos, 12 na Classe Executiva e 64 na Econômica, e operarão rotas domésticas e regionais a partir do hub de Abidjan. O E175 substituirá gradualmente os turboélices da companhia, proporcionando maior alcance, velocidade e conforto.

O CEO Laurent Loukou destacou o impacto dessa renovação. “O E175 se encaixa perfeitamente na nossa estratégia e na dimensão dos mercados africanos. Ele permitirá operar de forma mais eficiente e oferecer uma experiência superior aos passageiros, ao mesmo tempo em que fortalece o nosso desempenho econômico”, explicou.

Para a Embraer, o pedido reafirma sua liderança no mercado africano de aeronaves de até 150 assentos, onde detém 31% de participação. “É uma honra dar as boas-vindas à Air Côte d’Ivoire. O E175 tem um desempenho comprovado no continente e trará ganhos imediatos em conectividade e eficiência”, destacou Arjan Meijer.

Expansão global e sustentabilidade no centro da estratégia
Com esses novos contratos, a Embraer reforça tanto sua presença na Europa quanto na África e amplia o alcance internacional da família E-Jet, que já soma mais de 2.000 aeronaves entregues. A fabricante destaca o papel do portfólio E2 como ponte entre eficiência operacional, sustentabilidade e conforto, fatores cada vez mais decisivos na aviação comercial contemporânea.

Ao conquistar empresas com perfis operacionais distintos, a Embraer reafirma a adaptabilidade de sua linha de jatos e fortalece sua posição como líder mundial em aeronaves até 150 assentos. 

Embraer amplia presença no Oriente Médio com acordos estratégicos com AMMROC e GAL

Imagem meramente representativa
 
*LRCA Defense Consulting - 17/11/2025

A Embraer deu mais um passo relevante para consolidar sua presença no Oriente Médio ao assinar dois Memorandos de Entendimento (MoUs) com a AMMROC (Advanced Military Maintenance, Repair and Overhaul Center) e a GAL (Global Aerospace Logistics), empresas de referência nos setores de defesa e manutenção aeronáutica sediadas nos Emirados Árabes Unidos. Os acordos foram firmados no dia 17 de novembro de 2025, durante evento realizado em Dubai.

Os entendimentos preveem o desenvolvimento conjunto de oportunidades nos setores de defesa e aeroespacial, com foco especial em serviços de manutenção, reparo e revisão (MRO) e em programas de treinamento voltados à aeronave multimissão KC-390 Millennium. A iniciativa também abre caminho para futuras colaborações em áreas complementares, como suporte pós-venda, logística, serviços de engenharia e modificação de aeronaves.

Segundo Bosco da Costa Junior, presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança, a parceria reforça o vínculo da fabricante brasileira com a região. “Esses acordos refletem o compromisso de longo prazo da Embraer com os Emirados Árabes Unidos e com o Oriente Médio. Ao firmarmos parcerias com a AMMROC e a GAL, buscamos fortalecer as capacidades locais e oferecer suporte de classe mundial para o KC-390 Millennium”, destacou o executivo.

O CEO da AMMROC, Jasem Al Marzooqi, ressaltou a importância da cooperação para ampliar as capacidades da empresa. “Esta parceria com a Embraer representa um passo marcante na expansão das nossas competências e reforça a visão compartilhada de garantir prontidão de missão e excelência operacional para nossos clientes, local e regionalmente.”

Já Abdelrahman AlHammadi, CEO interino da GAL, observou que a colaboração com a Embraer traz um componente estratégico à indústria local. “Combinando a expertise da AMMROC com a experiência global da Embraer, consolidamos a posição dos Emirados Árabes Unidos como um polo regional para serviços aeroespaciais avançados e sustentação de frotas,” afirmou.

Nos próximos meses, as três empresas desenvolverão um plano de trabalho conjunto para identificar requisitos de usuários finais, ações de suporte futuro, novos programas de treinamento e eventuais modificações estruturais para aeronaves KC-390. A expectativa é que o acordo fortaleça a capacidade regional de apoio técnico a clientes militares, criando uma base de manutenção e operação mais próxima dos usuários do Oriente Médio e da Ásia.

O KC-390 Millennium, principal aeronave de transporte tático da Embraer, vem se destacando por seu desempenho e confiabilidade. Desde a entrada em operação pela Força Aérea Brasileira em 2019, o modelo foi incorporado também pelas forças aéreas de Portugal (2023) e Hungria (2024), registrando uma taxa de disponibilidade de missão de 93% e taxas de conclusão superiores a 99%.

Capaz de transportar até 26 toneladas de carga útil, o jato de transporte da Embraer supera concorrentes de médio porte em velocidade e alcance, operando ainda em pistas não preparadas e em missões multifuncionais, que vão do transporte de tropas e lançamento de cargas ao reabastecimento aéreo e resposta humanitária.

Fundada em 2010 e sediada em Al Ain, a AMMROC é o principal centro de MRO militar dos Emirados Árabes, com certificações da Lockheed Martin para o C-130 Hercules e da Sikorsky para componentes do helicóptero UH-60 Black Hawk. Já a GAL, controlada integralmente por capital emiradense, é a principal prestadora de serviços aeronáuticos do Ministério da Defesa local, com mais de 5.000 profissionais de 71 nacionalidades.

Com os novos acordos, a Embraer reforça sua estratégia de internacionalização e aproxima sua linha de defesa de parceiros industriais estratégicos em uma região que tem se consolidado como centro de inovação e manutenção aeronáutica no cenário global. 

16 novembro, 2025

Embraer e Airlink ampliam parceria com Programa Pool de Componentes para Jatos E2


*LRCA Defense Consulting - 16/11/2025

A Embraer, uma das líderes globais na indústria aeroespacial, e a Airlink, principal companhia aérea da África Austral, assinaram um acordo para o Programa Pool de Componentes. O Pool apoiará os dez novos jatos Embraer E195-E2 que a Airlink está adquirindo por meio de contratos de leasing com a Azorra.

A Airlink já se beneficia do Programa Pool da Embraer para o suporte de sua frota, composta exclusivamente por aeronaves da fabricante brasileira. Com a inclusão dos novos E2s, o programa irá cobrir um total de 78 aeronaves, apoiando a companhia aérea na redução do tempo das aeronaves em solo e na otimização da disponibilidade operacional e da confiabilidade da frota.

A Airlink é cliente da Embraer desde 2001, e opera voos para 47 destinos em 15 países da África Austral e Oriental, incluindo Madagascar e Ilha de Santa Helena. A companhia também faz fretamentos não comerciais para a Ilha de Ascensão, no Atlântico Sul.

“Expandir o acordo de componentes com a Embraer para cobrir nossos novos jatos E195-E2s nos fornecerá a segurança que precisamos para a entrada em serviço das aeronaves. Isso nos dará suporte para alcançar plenamente os benefícios operacionais, comerciais e econômicos que esperamos obter com a chegada dos novos jatos à nossa frota”, diz o CEO da Airlink, de Villiers Engelbrecht.

“Estamos orgulhosos em apoiar o serviço do E2 na Airlink, companhia aérea que é um exemplo de inovação e eficiência na aviação regional. A Embraer valoriza muito a confiança que a Airlink depositou em nossas aeronaves e serviços, e continuaremos dedicados a impulsionar o sucesso de suas operações com as soluções mais avançadas da indústria. Este acordo de Programa Pool reflete nosso compromisso com a excelência operacional e reforça o papel da Embraer no apoio à estratégia de crescimento da Airlink na região”, afirma Carlos Naufel, Presidente e CEO da Embraer Serviços & Suporte.

O Programa Pool da Embraer oferece um amplo suporte de componentes para companhias aéreas em todo o mundo, por meio da expertise técnica da empresa e de uma extensa rede de serviços. O programa proporciona economias significativas nos custos de reparo de componentes e de manutenção dos estoques, reduzindo as necessidades de armazenagem e operando dentro de uma estrutura de níveis de desempenho garantidos. A Embraer Serviços & Suporte oferece uma extensa gama de soluções customizadas, projetadas para aprimorar a experiência pós-venda e apoiar a crescente frota global de aeronaves da Embraer. 

14 novembro, 2025

Embraer pode liderar produção dos caças Gripen colombianos e consolidar polo industrial brasileiro

Imagem meramente representativa de um Gripen nas cores da Colômbia

 
*LRCA Defense Consulting - 14/11/2025

A Colômbia fechou um acordo histórico para adquirir 17 caças Saab Gripen E (15 aeronaves de combate Gripen E monoposto e duas aeronaves de combate Gripen F biposto), consolidando-se como o maior investimento militar já realizado pelo país e colocando a Força Aérea Colombiana na vanguarda tecnológica regional. A assinatura do contrato aconteceu durante a cerimônia de aniversário de 106 anos da Força Aérea Colombiana. 

Além dos aspectos operacionais, chama a atenção a possibilidade real de participação brasileira na montagem desses caças, ampliando a projeção da Embraer como polo mundial de produção do Gripen.​

O contrato colombiano e o papel da Embraer
O acordo, estimado em USD 4,25 bilhões, prevê entregas de 2027 a 2032, alinhadas com a disponibilidade industrial do Gripen e espelhadas no modelo já aplicado no Brasil. Um dos elementos mais notáveis do offset oferecido pela Saab é a cooperação tecnológica e industrial, com possibilidades de integração de componentes ou apoio técnico por parte da Embraer. 

A fábrica brasileira, localizada em Gavião Peixoto (SP), já se estabeleceu como o único centro de montagem do Gripen fora da Suécia e está plenamente capacitada para receber encomendas de terceiros países, conforme atestam a própria Embraer e autoridades setoriais.​

A Embraer como hub regional e global
A Embraer se projeta para assumir um papel de destaque como hub global de montagem do Gripen E, capitalizando transferências de tecnologia, domínio da integração de sistemas e competência em ensaios. 

A expectativa da Saab é de conquistar entre 10% e 15% do mercado global de caças supersônicos nas próximas décadas, tornando vital a ampliação da capacidade produtiva brasileira para atender não só ao Brasil, mas também a terceiros clientes como Ucrânia, Colômbia e eventuais compradores regionais, já que outros fabricantes fora dos EUA (como Dassault e Sukhoi) enfrentam limitações produtivas e/ou custos elevados.​

Geopolítica, restrições e vantagens competitivas
A questão de possíveis restrições norte-americanas ao fornecimento de componentes sensíveis, devido ao motor e aviônicos com origem nos EUA, faz da Embraer um ativo ainda mais estratégico, pronta para buscar soluções autônomas e diversificação de fornecedores para garantir a viabilidade do programa. 

O competitivo equilíbrio do Gripen E diante de rivais como o F-16, Rafale, J-10C e Su-35, aliado à robusta parceria Saab-Embraer, posiciona o Brasil como solução alternativa para países que enfrentem obstáculos na obtenção de caças de outras origens.​

Perspectivas para a produção dos Gripen colombianos no Brasil
Ainda que o contrato militar colombiano não mencione expressamente a montagem dos caças em território brasileiro, declarações de executivos da Embraer e da Saab, além de análises setoriais, confirmam o interesse das partes e a viabilidade industrial da operação. 

As dependências brasileiras já produzem 15 dos 36 Gripen brasileiros, com capacidade de expansão diante de pedidos adicionais. Isso abre caminho para que algumas ou todas as unidades destinadas à Colômbia recebam o mesmo tratamento, maximizando transferência tecnológica, integração regional, padronização logística e o fortalecimento estratégico da América do Sul.​

Embraer como protagonista global
A entrada da Colômbia no ecossistema Gripen fortalece a posição do Brasil como plataforma de montagem, exportação e assistência técnica do caça sueco, elevando a Embraer ao status de protagonista global e consolidando um polo latino-americano de tecnologia de defesa de última geração. 

O desfecho desse processo potencializará a competitividade regional e garantirá maior independência em relação a fornecedores e interesses externos, especialmente frente ao cenário geopolítico em constante transformação. 

Saiba mais:

- Embraer como hub mundial de produção do Gripen: a oportunidade histórica além fronteiras

Venda de caças Gripen E/F para Peru e Colômbia abre caminho para produção conjunta com a Embraer

Colômbia decide pelos caças suecos JAS 39 Gripen para sua Força Aérea. Brasil poderá ser beneficiado

Saab confirma oferta de caça supersônico Gripen para a Colômbia

 

Embraer KC-390 Millennium e Gripen E concluíram com sucesso voos de certificação de reabastecimento em voo

 


*LRCA Defense Consulting - 14/11/2025

A Embraer, líder global na indústria aeroespacial, e a Saab, em cooperação com a Força Aérea Brasileira (FAB), concluíram com sucesso a campanha de testes de voo para certificação do reabastecimento em voo do caça Gripen E pela aeronave multimissão KC-390 Millennium.

Realizada nas instalações da Embraer em Gavião Peixoto, São Paulo, onde se localiza o Centro de Testes de Voo do Gripen, a campanha foi coordenada pelo Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da FAB e reuniu engenheiros e pilotos de teste da Saab, Embraer e da FAB. Durante os testes, uma gama de configurações de voo, velocidades e altitudes foram avaliadas e a precisão durante o reabastecimento em voo foi confirmada. Os sistemas fly-by-wire de última geração de ambas as aeronaves contribuíram para o sucesso da operação, com o KC-390 proporcionando um rastro favorável e o Gripen demonstrando boa capacidade de resposta em voo.

A campanha de testes de voo consistiu em dois objetivos. O primeiro envolveu qualificar o Gripen E como receptor para reabastecimento em voo — uma etapa fundamental para validar o desempenho, a estabilidade e a integridade estrutural do caça durante toda a operação. O segundo focou na verificação da compatibilidade de ambas as aeronaves em toda a faixa de voo do KC-390, para reabastecimento em alta velocidade tanto em condições diurnas quanto noturnas. O reabastecimento em voo do Gripen E pelo KC-390 aprimora ainda mais a interoperabilidade entre essas duas aeronaves de última geração altamente avançadas.

“Este importante marco confirma as qualidades inigualáveis do KC-390 como aeronave de reabastecimento em voo e fortalece ainda mais nossa parceria com a Saab e a Força Aérea Brasileira. Além disso, a capacidade multimissão exclusiva oferecida pelo KC-390, que permite que a aeronave seja convertida em um reabastecedor em questão de horas, oferece flexibilidade inigualável para as Forças Aéreas em todo o mundo”, disse Walter Pinto Júnior, Diretor de Operações da Embraer Defesa e Segurança.

“Essa conquista reflete o alto nível de integração entre as equipes envolvidas. A verificação do reabastecimento em voo é um marco técnico muito significativo para nossa empresa, pois demonstra que o Gripen E atingiu um novo patamar de alcance operacional. O sucesso desta campanha reforça ainda mais a parceria estratégica entre o Brasil e a Suécia e o papel do Brasil no ecossistema global do programa Gripen”, afirmou Mikael Olsson, chefe de testes de voo da Saab.

“A verificação do reabastecimento em voo entre o KC-390 e o F-39 Gripen representa o sucesso de uma cooperação que transcende fronteiras. É o resultado de um esforço conjunto que combina tecnologia sueca, engenharia brasileira e a excelência operacional da Força Aérea Brasileira”, concluiu o Coronel Aviador George Luiz Guedes de Oliveira.

A Autoridade Sueca de Aviação Militar (SE-MAA) agora poderá analisar as evidências de verificação da capacidade de reabastecimento em voo do Gripen E como parte de seu processo de certificação. Em seguida, o Instituto de Promoção e Coordenação Industrial (IFI) da FAB realizará o processo de certificação. Essas instituições são responsáveis pela análise técnica e validação dos resultados, garantindo que ambas as aeronaves atendam aos mais exigentes padrões internacionais.

Denominada Operação Samaúma pela FAB, esta campanha de testes envolveu cerca de 40 militares e coloca o Brasil entre os poucos países capazes de desenvolver, testar e verificar completamente sistemas de reabastecimento em voo utilizando tecnologia nacional. 


13 novembro, 2025

Mestria e FAPEMIG impulsionam tecnologia autônoma para ambientes de alto risco

Imagem conceitual do VPPAM – Veículo de Pequeno Porte Autônomo Multifuncional

*LRCA Defense Consulting - 13/11/2025

A Mestria Automação e Tecnologia, uma empresa brasileira sediada em Belo Horizonte, vem consolidando sua reputação como uma das principais inovadoras no setor de automação embarcada e desenvolvimento de soluções tecnológicas avançadas. Com uma trajetória que começou em 2008, a companhia tem dedicado esforços na criação de sistemas que aumentam a eficiência, segurança e sustentabilidade de diversas operações industriais, além de atender a setores estratégicos como mineração, logística e transporte pesado. Recentemente, a empresa ampliou seu portfólio com um projeto inovador, aprovado pelo edital da FAPEMIG - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais, voltado ao desenvolvimento do VPPAM – Veículo de Pequeno Porte Autônomo Multifuncional.

O projeto VPPAM e sua tecnologia
O VPPAM é uma inovação que combina inteligência artificial com sistemas embarcados, projetado para atuar em ambientes de alto risco, de difícil acesso e onde tarefas repetitivas podem ser perigosas ou exigirem alto grau de precisão. Seu caráter autônomo permite missões diversificadas, com ênfase na melhoria da segurança e na eficiência operacional. Segundo informações da própria Mestria, o veículo visa atuar em locais onde a presença humana é limitada ou de alto risco, proporcionando uma solução sustentável para operações complexas e potencialmente perigosas.

Possíveis aplicações em Defesa e Segurança Pública
Embora o foco inicial do VPPAM seja o uso civil e industrial, seu potencial para missões de defesa e segurança pública é significativo. Veículos autônomos de pequeno porte oferecem várias vantagens estratégicas, como a capacidade de realizar missões de reconhecimento, patrulhamento, monitoramento e até ações de intervenção tática em áreas de difícil acesso, sem colocar em risco vidas humanas.

Na esfera militar e de segurança, o VPPAM poderia ser empregado em operações de reconhecimento tático em ambientes hostis ou de difícil acesso, onde a presença de soldados é limitada para evitar riscos. Além disso, sua capacidade de operar de forma autônoma, utilizando inteligência artificial, faz dele um potencial aliado em tarefas de vigilância e coleta de informações em tempo real, potencializando o uso de dados para uma tomada de decisão rápida e eficiente.

Em contextos de segurança pública, o veículo pode ser utilizado em missões de patrulhamento de áreas urbanas de risco, operações em fronteiras ou regiões de conflito, ajudando a prevenir crimes ou ações terroristas. Tais veículos poderiam atuar em operações de busca e salvamento, além de tarefas de logística em cenários de desastre, ampliando as capacidades das forças de segurança e reforçando a proteção de comunidades vulneráveis.

Desafios e o futuro do VPPAM
Apesar do alto potencial, o emprego do VPPAM em missões de defesa e segurança pública ainda enfrenta desafios, como a necessidade de robustez frente a ambientes adversos, resistência a interferências externas e a integração com sistemas de comando e controle já existentes. Ainda assim, sua participação em exercícios de simulação e testes operacionais poderá evidenciar a sua efetividade nessas áreas, fortalecendo sua aplicação tática e operacional no cenário nacional.

Com a contínua evolução das tecnologias de inteligência artificial e automação, o VPPAM tem potencial para transformar o conceito de veículos não tripulados no Brasil, contribuindo para a modernização das operações industriais e das forças de defesa e segurança pública em áreas de risco. A inovação promovida pela Mestria representa um passo importante na autonomia tecnológica do país, promovendo soluções nacionais para desafios complexos de segurança e proteção de comunidades e fronteiras.

A Mestria Automação e Tecnologia mostra-se assim não apenas como um exemplo de inovação, mas também como uma potencial protagonista na evolução das operações autônomas no Brasil, levando a segurança a novos patamares com soluções inteligentes e autônomas.

12 novembro, 2025

O Super Tucano contra-ataca: Embraer revoluciona a defesa aérea

- Embraer transforma sua aeronave militar mais vendida em caçadora de drones, prometendo solução econômica para ameaça global crescente.
- Esta matéria complemente a divulgada ontem (11).


*LRCA Defense Consulting - 12/11/2025 (atualizado em 13/11 às 08h46)

Em um cenário global onde pequenos drones, outrora vistos como brinquedos ou ferramentas de nicho, podem agora causar estragos de bilhões e representar uma ameaça direta à segurança nacional, a Embraer anunciou uma novidade revolucionária de sua aeronave militar de maior sucesso: o A-29 Super Tucano. 

A plataforma, já consolidada mundialmente, agora está equipada para caçar e neutralizar sistemas aéreos não tripulados (UAS), oferecendo uma resposta brasileira inovadora e estratégica para um dos maiores desafios de defesa do século XXI, sem paralelo mundial entre as aeronaves militares com comprovada experiência em combate real.

A ameaça que mudou tudo
A nova capacidade anti-drone do Super Tucano surge em um momento crítico na geopolítica e na tecnologia militar. Conflitos recentes, como os observados na Ucrânia, no Oriente Médio e nas escaramuças entre Índia e Paquistão, demonstraram de forma inequívoca como drones, alguns até de baixo custo com valores inferiores a US$ 1.000, podem infligir danos devastadores a alvos que representam investimentos de milhões.

Um exemplo contundente dessa nova realidade foi a "Operação Teia de Aranha" ucraniana, realizada em junho de 2025, onde 117 drones foram empregados para atacar bases aéreas russas, resultando em danos significativos a mais de 40 aeronaves. Esse evento ilustra perfeitamente o dilema enfrentado pelas forças armadas modernas: abater um drone de US$ 10.000 com um míssil de US$ 1 milhão, embora seja uma vitória tática, representa uma clara derrota estratégica e econômica a longo prazo. O Super Tucano Anti-drone chega para alterar fundamentalmente essa equação.

"Os desafios contínuos na guerra moderna e os conflitos recentes em todo o mundo demonstraram a necessidade urgente de soluções para combater drones", afirma Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa e Segurança. "O A-29 é a ferramenta ideal para neutralizar UAS de forma eficaz e a baixo custo."

Os números são impressionantes: apenas no conflito russo-ucraniano, milhares de drones foram e estão sendo utilizados para reconhecimento, coordenação de artilharia e ataques diretos a instalações, veículos, navios e tropas. Estes dispositivos, muitas vezes baseados em tecnologia comercial adaptada, representam uma ameaça assimétrica que obriga as forças militares tradicionais a repensar e reestruturar suas estratégias de defesa de forma urgente.

Tecnologia brasileira em ação: uma plataforma comprovada e adaptada
O Super Tucano Anti-drone não é uma aeronave completamente nova, mas sim uma evolução inteligente e estratégica de uma plataforma já amplamente comprovada. Com mais de 600.000 horas de voo acumuladas, presente em 22 forças aéreas mundiais e com larga experiência em combate, a nova versão da aeronave brasileira incorpora agora uma série de avanços tecnológicos que a tornam formidável no combate a drones:

● Sensores eletro-ópticos/infravermelhos (EO/IR): para detecção e rastreamento preciso de alvos, mesmo em condições adversas ou com pouca luminosidade.

● Enlaces de dados específicos: para interagir com redes de comando/controle e receber coordenadas de alvos de sistemas terrestres, permitindo uma resposta coordenada e eficiente.

● Foguetes guiados a laser: para neutralização precisa de UAS, minimizando danos colaterais e otimizando o uso de armamento.

● Metralhadoras .50 montadas nas asas: para engajamentos de baixo custo contra alvos menores ou em cenários onde a precisão de um foguete não é a principal necessidade.

"Continuamos a expandir as capacidades do A-29 para enfrentar os desafios mais recentes que muitas nações enfrentam em todo o mundo", destaca Costa Junior, evidenciando a estratégia contínua da empresa de manter sua principal plataforma militar sempre relevante e à frente das ameaças emergentes.

 

O mistério do laser e o futuro da energia dirigida
Um detalhe intrigante que chamou atenção na divulgação da nova capacidade do Super Tucano foi a imagem oficial da Embraer que parece mostrar a aeronave atacando drones com um canhão laser posicionado sob a fuselagem. Como a empresa não forneceu informações sobre esta possibilidade, são esboçadas três hipóteses: um dispositivo laser apenas para "iluminação" do alvo (mais provável), uma forte declaração de intenções com vislumbre do futuro da guerra aérea, ou, apenas potencialmente, um projeto que já esteja em desenvolvimento. 
Armas de energia dirigida, como os lasers, oferecem uma vantagem estratégica significativa: a "munição infinita", limitada apenas pela capacidade energética da aeronave, e um custo marginal próximo de zero por disparo. Isso poderia revolucionar a economia da defesa aérea contra enxames de drones, onde cada disparo de um míssil convencional se torna proibitivamente caro.

Imagem da Embraer mostrando o A-29 atacando ou iluminando um drone com um canhão laser

Vantagem competitiva global e impacto nas forças armadas mundiais
A versatilidade operacional do Super Tucano oferece vantagens únicas no cenário global de defesa. Diferentemente de sistemas de defesa aérea fixos, que têm limitações geográficas, a aeronave pode patrulhar vastas áreas, operar a partir de pistas não pavimentadas ou improvisadas e responder rapidamente a ameaças emergentes em locais remotos.

Para as 22 forças aéreas que já operam o Super Tucano, a nova capacidade representa uma oportunidade de upgrade natural e altamente estratégico. Países como Colômbia, Filipinas e Nigéria, que historicamente enfrentam ameaças assimétricas crescentes, podem agora adicionar missões anti-drone aos seus perfis operacionais existentes com uma plataforma que já conhecem e confiam.

Recentemente, em julho de 2025, o Paraguai recebeu as primeiras quatro aeronaves A-29 Super Tucano da Embraer, parte de um pedido total de seis unidades. Essas aeronaves estão configuradas especificamente para missões de ataque leve e treinamento, equipadas com aviônicos digitais avançados, sistemas de defesa robustos e capacidade de operar em pistas não pavimentadas. Esta aquisição visa fortalecer as capacidades do Paraguai no combate ao tráfico de drogas e outras ameaças assimétricas, sublinhando a aplicabilidade e relevância do Super Tucano em desafios contemporâneos de segurança.

Desafios e limitações: uma peça no quebra-cabeça da defesa em camadas
Apesar do potencial revolucionário, há desafios inerentes à natureza do combate a drones. Condições climáticas adversas, por exemplo, podem afetar significativamente a eficácia dos sensores eletro-ópticos, um componente crucial na detecção e rastreamento. Além disso, enxames muito numerosos de drones ainda representam um desafio complexo para qualquer sistema individual, por mais avançado que seja. A solução reside na integração inteligente com outras plataformas de defesa, formando uma arquitetura de segurança multicamadas.

É importante ressaltar que o Super Tucano Anti-drone não é projetado para substituir sistemas de defesa aérea tradicionais, mas sim para complementá-los de forma inteligente. Ele preenche uma lacuna crítica, tornando-se a peça que faltava no complexo quebra-cabeça da defesa em camadas contra a ameaça dos UAS.

O futuro da defesa aérea: adaptação e liderança brasileira
A iniciativa da Embraer sinaliza uma tendência maior e inegável na indústria de defesa global: a adaptação e modernização de plataformas existentes para enfrentar as ameaças emergentes de forma mais custo-efetiva. Com a proliferação acelerada de drones em todo o mundo, soluções como o Super Tucano Anti-drone podem se tornar tão essenciais e onipresentes quanto os radares e mísseis tradicionais já o são.

A empresa brasileira, que já se destaca por exportar o Super Tucano para países em cinco continentes, agora oferece uma solução para um problema universal, com impacto tanto em conflitos de alta intensidade quanto em cenários de segurança interna e combate a atividades ilícitas. Em um mundo onde a ameaça pode vir de um drone comercial de US$ 500 operado por grupos terroristas ou de enxames sofisticados controlados por potências militares, ter uma resposta econômica, eficaz e versátil pode fazer a diferença entre a segurança e a vulnerabilidade de um território.

Perspectivas e próximos passos: o Brasil na vanguarda da defesa
O anúncio da Embraer chega em um momento estratégico para a indústria de defesa brasileira e global. Com os orçamentos de defesa mundiais sob constante pressão e as ameaças assimétricas em crescimento exponencial, a demanda por soluções custo-efetivas e de alta capacidade nunca foi tão expressiva. O Super Tucano Anti-drone posiciona o Brasil não apenas como um fornecedor de tecnologia de defesa de ponta, mas também como um competidor direto e relevante frente a gigantes americanos e europeus neste segmento emergente.

Para a indústria de defesa brasileira, esta inovação representa uma oportunidade clara de liderança em um segmento emergente e crítico, com potencial de novas parcerias e exportações. Para as forças armadas mundiais, oferece uma ferramenta estratégica que pode redefinir como enfrentamos as ameaças aéreas do futuro, otimizando recursos e aumentando a eficácia operacional.

A guerra dos drones apenas começou, e ela é um fenômeno que moldará as estratégias de segurança por décadas. Com o Super Tucano Anti-drone, o Brasil já mostrou que possui as armas – e, crucialmente, a inteligência e a capacidade de adaptação – para vencer neste novo campo de batalha.

Saiba mais:

- Enfim, surge o Super Tucano anti-drone: a nova arma brasileira para combater drones aéreos de forma eficaz e acessível  

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