Pesquisar este portal

01 novembro, 2023

Índia pode ser divisor de águas, avalia CEO da Taurus. Arábia Saudita em avaliação


*Money Times, por Pedro Pligher - 27/10/2023 (extrato)

Uma das grandes disputas da Taurus no momento, em relação a licitações, é com o governo indiano, que há alguns anos abriu processo para uma compra bilionária de 420 mil fuzis. A fabricante gaúcha é uma das concorrentes.

São 5 anos para fornecer todo o volume de armas, que devem ter ao menos 60% das partes produzidas na Índia. A empresa já tem uma fábrica no país, em parceria com Jindal Group, está pronta e montada para operação no país. “Só falta o documento”, diz. Ele cita que uma das vantagens do Brasil nessa tramitação é justamente o conhecimento de mecanismos burocráticos, presentes em nosso país. “Um país que não sabe conviver com a burocracia não consegue competir com a Índia”, afirma.

Segundo Salesio, a vitória na disputa pode ser um divisor de águas para a Taurus, mais pelo desafio superado do que pelo resultado financeiro. “Numa licitação você não tem margens grandes, pois você ‘briga’ com outros concorrentes pelo melhor preço”, diz Salesio.

“Mas é um divisor no que diz respeito a essa questão de transferência de tecnologia. Montarmos uma fábrica num país ‘hiper-burocrático’ e complicado como a Índia, que tem um conceito de agilidade muito diferente do Brasil, é um divisor de águas”, afirma.

A fabricante gaúcha está praticamente na parte final do processo, com um teste físico dos fuzis da empresa. A data dos testes, que seriam realizados neste mês, foi alterada para dezembro. Segundo Salesio, o adiamento foi feito para que a temperatura ficasse ainda mais baixa para os testes, que serão realizados nas montanhas do Himalaia. Depois dele, são feitos os relatórios sobre as armas, e então divulgado o resultado do vencedor.

Fábrica na Arábia Saudita em avaliação
O CEO diz também que tudo que está sendo feita na Índia pavimenta um caminho para outro país que a Taurus está de olho: “É importante demais para o processo que estamos fazendo para a Arábia Saudita, pois é uma ‘escola’ para nós”, afirma Salesio.

“Estamos mapeando o tamanho do mercado do Oriente Médio junto a nosso parceiro local”, diz Salesio. A parceria, no caso, é com a Scopa Defense Trading, empresa saudita com que a Taurus assinou um Mou (memorando de entendimento) para a constituição de uma joint-venture local.

O acordo faz vêm no âmbito do Saudi Vision 2030, estratégia política dos sauditas para diminuir a dependência em petróleo, com investimentos em várias áreas, incluindo defesa. O público alvo das empresas é o setor militar e policial de toda a região, mas o civil também é “uma possibilidade”, segundo Salesio.

“Em Riad (capital saudita) tem um clube de tiro. Lá, 90% das armas do clube são da Taurus”, afirma. “Estamos considerando montar a primeira franquia AMTT [loja conceito da Taurus, com unidades em Brasília e em São Paulo] fora do país em Riad, se esse projeto da joint-venture for encaminhado”, diz.

Salesio diz que um dos grandes problemas encontrados é em relação aos funcionários que a fábrica terá de encontrar. “O grande problema da Arábia Saudita é a mão de obra qualificada”, afirma Salesio. “Isso será um grande desafio”, diz. Segundo ele, será necessária ter grande volume na demanda para que o investimento local valha a pena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seu comentário será submetido ao Administrador. Não serão publicados comentários ofensivos ou que visem desabonar a imagem das empresas (críticas destrutivas).

Postagem em destaque