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11 dezembro, 2024

Reviravolta na megalicitação indiana pode deixar só o Embraer C-390 e o Airbus A400 na disputa, eliminando o Hercules 130J

C-390 com a cores e insígnias da IAF, em arte da Air Data News

*LRCA Defense Consulting - 11/12/2024

O portal especializado indiano Indian Defence Research Wing, em matéria de hoje, publicou que a Força Aérea Indiana (IAF) está atualmente avaliando ofertas para seu projeto Medium Transport Aircraft (MTA), que visa substituir as antigas plataformas An-32 e Il-76. 

Embora o RFI tenha gerado interesse significativo de vários fabricantes aeroespaciais globais, um novo fator surgiu que pode reduzir significativamente os concorrentes.

Novo critério-chave
Tanto a IAF quanto o Exército Indiano expressaram um forte desejo de que o MTA seja capaz de transportar o Zorawar Light Tank de 25 toneladas para posições avançadas.

A introdução da capacidade de transporte do Zorawar Light Tank como um critério-chave adicionou uma nova dimensão ao projeto MTA. Ela ressalta o comprometimento da IAF em modernizar sua frota e garantir sua capacidade de dar suporte efetivo às forças terrestres em vários cenários operacionais.

Zorawar Light Tank

Apenas dois concorrentes na disputa
Esse requisito efetivamente elimina o C-130J Super Hercules da Lockheed Martin da corrida e, como resultado, segundo a publicação, os concorrentes restantes são o C-390M da Embraer e o A400M da Airbus. Ambas as aeronaves possuem a capacidade de carga necessária para transportar o Zorawar Light Tank. O C-390M pode transportar até 26 toneladas de carga, enquanto o A400M pode lidar com 37 toneladas.

O C-390M Millennium é equipado com uma rampa de carga robusta projetada para transportar veículos pesados ​​de esteiras e rodas pesando até 26.000 quilos. O Airbus A400M Atlas ostenta um espaçoso compartimento de carga medindo 17,71 metros de comprimento (excluindo rampa), 4,00 metros de largura e 3,85 metros de altura.

Multimissão e variantes adicionais são trunfo para o C-390
A IAF planeja adquirir entre 40 e 60 unidades do MTA, com uma parcela significativa a ser fabricada localmente na Índia por meio de transferência de tecnologia (ToT). 

Conforme a publicação indiana, o serviço também está considerando desenvolver variantes adicionais da aeronave para atender a requisitos operacionais específicos.

Assim, no quesito "variantes adicionais", o C-390 pode disparar na frente, haja vista que, além de sua atual característica multimissão (transporte de tropas, de cargas paletizadas e de veículos; reabastecimento aéreo - REVO; evacuação aeromédica - EVAM; lançamento de paraquedistas e cargas; combate a incêndios extensos - MAFFS; operação em pistas não pavimentadas e curtas), a Embraer está desenvolvendo também a versão de patrulha marítima armada (MPA), podendo ainda considerar uma versão AEW&C para a aeronave.

C-390 MPA, em arte da Embraer

C-390 para missões de alerta aéreo antecipado e controle (AEW&C), em arte do portal Indian Defence Research Wing

08 outubro, 2024

C-390 Millennium na Índia: Embraer promove sua aeronave multimissão como um forte argumento para aquisição da IAF


*Aviation & Defence, por Sangeeta Saxena - 08/10/2024

Já se passaram mais de três meses desde o voo, mas a emoção de experimentar o Embraer C-390 Millennium de fabricação brasileira continua forte. Para qualquer entusiasta da aviação ou jornalista, voar nesta aeronave de transporte militar deixa uma impressão inesquecível.

O dia começou com uma mistura de excitação e expectativa. Ler extensivamente sobre o C-390 e suas capacidades é uma coisa, mas testemunhá-lo em primeira mão oferece uma perspectiva totalmente diferente. O C-390 Millennium, também conhecido como KC-390 em sua variante de reabastecimento aéreo, imediatamente se destacou com seu design elegante e estrutura robusta, exalando força e confiabilidade. Esta aeronave de transporte militar emblemática da Embraer é projetada para executar uma ampla gama de missões, incluindo transporte de carga e tropas, evacuação médica e busca e salvamento.

A aeronave tem relevância especial, pois a Embraer respondeu à Solicitação de Informações (RFI) lançada pela Força Aérea Indiana para seu programa de Aeronaves de Transporte Médio (MTA). A Lockheed Martin, a Embraer e a Airbus estão competindo pela aquisição de MTA da IAF, com o objetivo de substituir as frotas antigas de AN-32 e IL-76 por 40-80 novas aeronaves. A Solicitação de Proposta (RFP) é aguardada ansiosamente.

E hoje, enquanto a Força Aérea Indiana celebra seu 92º aniversário, a Embraer relembra seu longo relacionamento com a IAF. “Por ocasião do 92º Dia da Força Aérea da Índia, a Embraer estende seus sinceros parabéns à Força Aérea Indiana e à nação. Estamos orgulhosos de nossa parceria de longa data com a Índia e honrados por termos desempenhado um papel fundamental no aprimoramento de suas capacidades de defesa e segurança nacional”, declarou o Presidente e CEO da Embraer Defence & Security, Bosco da Costa Junior.

Em fevereiro deste ano, a Embraer Defence & Security e a Mahindra Defence assinaram um Memorando de Entendimento (MoU) para colaborar no futuro projeto de aquisição de MTA da Força Aérea Indiana, com foco específico no C-390 Millennium. Este acordo foi assinado na Embaixada Brasileira em Nova Déli por Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defence & Security, e Vinod Sahay, Presidente de Aeroespacial e Defesa da Mahindra Defence Systems.

Embarcar no C-390 Millennium através de seu espaçoso compartimento de carga foi uma experiência por si só. A aeronave pode acomodar até 26 toneladas métricas de carga e possui uma rampa traseira para carga e descarga eficientes, um compartimento de carga totalmente pressurizado e a capacidade de transportar cargas de grandes dimensões, como helicópteros e veículos blindados. A aviônica moderna e o cockpit ergonômico demonstraram o comprometimento da Embraer em integrar tecnologia de ponta.

Antes da decolagem, a tripulação de voo forneceu um briefing detalhado, explicando as características da aeronave e o plano de voo. Conforme o avião taxiava para a pista, a expectativa aumentava. A decolagem foi suave, mas poderosa, demonstrando o impulso e a agilidade da aeronave. O C-390 Millennium, equipado com dois motores turbofan International Aero Engines V2500, ostenta uma velocidade máxima de 470 nós (870 km/h) e um alcance de mais de 2.500 milhas náuticas (4.630 quilômetros). Comparado a outras aeronaves de transporte militar de médio porte, o C-390 oferece maior capacidade de carga útil, alcance e velocidade, tudo isso mantendo a flexibilidade para operar em pistas não pavimentadas, como terra compactada e cascalho. A variante KC-390, equipada com recursos de reabastecimento ar-ar, pode reabastecer de outros KC-390s usando pods sob as asas.

Durante todo o voo, a versatilidade da aeronave foi totalmente exibida. O C-390 Millennium pode ser facilmente convertido para várias missões, desde transporte de carga até evacuação médica, combate a incêndio, transporte de tropas, reabastecimento aéreo e operações de busca e salvamento (SAR). A tripulação de voo da Embraer demonstrou várias manobras, destacando a estabilidade e a capacidade de resposta da aeronave. O avançado Cargo Handling System (CHS) ilustrou ainda mais sua flexibilidade, permitindo uma reconfiguração rápida sem ferramentas especiais. O piso de carga pode mudar de plano para uma configuração de rolo com facilidade, e o CHS inclui todos os acessórios necessários para um gerenciamento de carga eficiente.

Dentro do cockpit, o conjunto avançado de aviônicos Pro Line Fusion forneceu maior consciência situacional e planejamento de missão simplificado. Os sistemas de autoproteção da aeronave, incluindo contramedidas de radar e infravermelho, ofereceram defesa robusta contra ameaças potenciais. Com um avançado sistema de controle fly-by-wire e aviônicos de última geração, o manuseio e a segurança do C-390 foram precisos e confiáveis ​​durante todo o voo.

“Desde a colaboração no desenvolvimento do Netra AEW&C com base na plataforma Embraer ERJ145 e o atendimento às necessidades de transporte das partes interessadas do governo indiano com a frota Embraer Legacy 600 VIP, até o avanço do programa de aeronaves multimissão C-390 na Índia, a Embraer continua comprometida em apoiar a visão da Índia de fortalecer seus setores de defesa e aeroespacial, em linha com o 'Make in India' para alcançar 'Atmanirbhar Bharat'”, reiterou Bosco.

Desde sua entrada em serviço na Força Aérea Brasileira em 2019 e na Força Aérea Portuguesa em 2023, o C-390 Millennium provou suas capacidades. Em junho de 2024, a frota havia registrado mais de 13.000 horas de voo, com uma impressionante taxa de conclusão de missão de mais de 99%. A confiabilidade e o desempenho da aeronave também atraíram o interesse de outras nações, incluindo membros da OTAN, como Portugal, Hungria, Áustria, Holanda e Coreia do Sul.

Os funcionários da Embraer a bordo do voo enfatizaram os requisitos de manutenção reduzidos do C-390 e os custos operacionais mais baixos, graças a menos inspeções sob demanda e sistemas confiáveis. A aeronave atinge um equilíbrio perfeito entre design inovador e tecnologia comprovada, oferecendo alta capacidade de carga e mobilidade aérea. Além disso, é totalmente compatível com os futuros requisitos CNS/ATM e equipado com radar tático, sistemas de autoproteção e um sistema de manuseio de carga capaz de reabastecimento aéreo preciso.

Eles sentiram unanimemente que o Embraer C-390 Millennium é uma das melhores opções para o programa de reabastecimento aéreo da Índia devido à sua versatilidade, custo-benefício e capacidades avançadas. Aqui estão algumas razões principais, segundo eles, pelas quais o C-390 se destaca.

Primeiro, é sua capacidade multifunção, eles sentiram. O C-390 é uma aeronave versátil que não só realiza reabastecimento ar-ar, mas também pode ser usada para transporte de tropas, evacuação médica, transporte de carga e missões humanitárias. Sua flexibilidade permite que ele atue em múltiplas funções, tornando-o um investimento com boa relação custo-benefício para a Força Aérea Indiana (IAF).

Segundo, sua capacidade de reabastecimento, segundo eles. Equipado com sistemas avançados de reabastecimento, incluindo um mecanismo de reabastecimento de sonda e drogue, o C-390 pode reabastecer uma ampla gama de aeronaves, incluindo caças, helicópteros e outros aviões de transporte. Essa capacidade é essencial para manter operações aéreas de longo alcance, estendendo o alcance da frota de combate da IAF e apoiando missões em áreas remotas.

A terceira grande reiteração foram os recursos aviônicos mais modernos e de última geração do C-390. Sua tecnologia fly-by-wire e um cockpit moderno que melhora a eficiência operacional e reduz a carga de trabalho do piloto. Seus sistemas avançados melhoram a eficácia da missão, particularmente em ambientes exigentes, como regiões de alta altitude ou condições climáticas extremas.

O quarto ponto em que a Embraer acredita que vence é sua eficiência de custo: comparado a plataformas maiores de reabastecimento estratégico, o C-390 oferece uma solução mais acessível para necessidades de reabastecimento em pleno ar, tanto em termos de aquisição quanto de custos operacionais. Isso o torna uma opção atraente para a Índia, onde as restrições orçamentárias são um fator-chave nas aquisições de defesa, crê o OEM brasileiro.

O quinto ativo que a empresa acredita é seu desempenho. O C-390 é conhecido por sua velocidade impressionante, alcance e capacidade de carga útil. Com uma velocidade máxima de 470 nós e um alcance de mais de 6.000 quilômetros, ele pode cobrir longas distâncias com eficiência e operar em terrenos remotos ou desafiadores, o que é crucial para a vasta e diversa geografia da Índia.

O sexto recurso também pode ser chamado de USP que eles creem como fundamental para a Índia decidir sobre o C-390. É interoperabilidade e parceria. O Embraer C-390 tem potencial para maior colaboração industrial entre a Índia e o Brasil, oferecendo oportunidades para transferência de tecnologia e produção conjunta sob a iniciativa 'Make in India' da Índia. Os laços estabelecidos da Embraer com o setor de defesa indiano fortalecem ainda mais o caso do C-390, garantindo uma integração mais suave na frota existente da IAF, acredita o fabricante de aeronaves.

O sétimo é seu potencial para dar escalabilidade e proteção para o futuro. Isso, eles explicaram, significa que o C-390 é projetado para modularidade, o que significa que ele pode ser facilmente atualizado ou modificado no futuro. Isso garante que a aeronave possa se adaptar às necessidades operacionais em evolução, permitindo que a Índia mantenha uma capacidade moderna de reabastecimento pelos próximos anos.

Com essas capacidades, o Embraer C-390 acredita ser uma forte opção para atender às necessidades de reabastecimento em voo da Índia, oferecendo o equilíbrio certo entre custo, versatilidade e desempenho.

Um aspecto notável do voo foi a notável redução de ruído na cabine — não havia necessidade de protetores de ouvido, e o pouso suave parecia mais com o de uma aeronave de passageiros. O C-390 ainda possui um banheiro adequado, completo com uma porta com trava, o que é incomum para aeronaves de transporte militar.

O C-390 Millennium está atualmente passando por uma certificação militar completa, utilizando uma abordagem dupla combinando padrões de aeronavegabilidade civil e militar. Este processo híbrido garante que a aeronave seja segura e capaz de executar todas as missões militares.

Com uma capacidade de carga útil de até 57.320 libras (26.000 kg) e a capacidade de transportar veículos pesados, paraquedistas e macas de evacuação médica, o C-390 Millennium se destaca como líder em sua classe. Sua capacidade de combustível e maiores capacidades de carga o posicionam ainda mais à frente de outras aeronaves de transporte de médio porte, como o Lockheed C-130 e o Antonov An-178.

Equipe Embraer no voo da mídia

Concluindo, o C-390 Millennium exemplifica a inovação e a excelência em engenharia da Embraer. Este primeiro voo foi uma prova do design, desempenho e versatilidade excepcionais da aeronave, deixando uma impressão duradoura em todos a bordo. O OEM está esperando a resposta da IAF.


12 setembro, 2024

Embraer investe na Índia, de olho em megalicitação de aviões cargueiros e em mercado estratégico


*LRCA Defense Consulting - 12/09/2024

Uma delegação de executivos da Embraer está concluindo uma visita à Índia, realizada com o objetivo de avaliar a possibilidade de expansão da sua cadeia de suprimentos no país. A Embraer avalia potenciais fornecedores em seus negócios de defesa, aviação comercial e aviação executiva em áreas como aeroestruturas, usinagem, forja e fundição, conformações metálicas, compostos, cablagem, desenvolvimento de hardware e de software. A visita faz parte do aprofundamento das relações entre o Brasil e a Índia. 

“A Índia tem uma indústria robusta de aviação e defesa e vemos grandes possibilidades para que os fabricantes e desenvolvedores de sistemas indianos se tornem fornecedores da Embraer”, afirma Roberto Chaves, Vice-Presidente Executivo de Compras e Suprimentos Globais da Embraer. “Compartilhamos uma visão comum de elevar as capacidades aeronáuticas do Brasil e da Índia a patamares mais altos e, assim, adicionar valor aos nossos clientes no mundo todo.” 

A Índia é um mercado estratégico para a Embraer em todos os seus segmentos de negócios. A presença da Embraer no país ultrapassa 44 aeronaves e inclui clientes de Aviação Comercial, Aviação Executiva e Defesa & Segurança. Além disso, o governo indiano e a Força Aérea Indiana operam, respectivamente, uma frota de cinco jatos VIP da Embraer e três aeronaves militares EMB 145 AEW “Netra”. 

Uma das principais oportunidades futuras para a Embraer na Índia é a concorrência no Programa MTA (Medium Transport Aircraft) da Força Aérea Indiana, no qual a Embraer está bem-posicionada para oferecer o C-390 Millennium, a melhor e mais moderna aeronave de transporte da categoria, em parceria com a Mahindra, empresa respeitada na indústria. As duas companhias anunciaram uma parceria em fevereiro de 2024. 

A Embraer avalia que a Índia é uma parceira-chave na região e espera implementar um extenso programa de cadeia de suprimentos local em parceria com a Mahindra. A iniciativa pode incluir uma linha de produção do C-390 na Índia, uma vez que a aeronave seja selecionada no Programa MTA. Aliada a uma oferta de programa de suporte local de longo prazo, a Embraer e a Mahindra pretendem atender às expectativas da iniciativa “Make in India” do governo indiano.

09 setembro, 2024

Índia: O C-390 da Embraer pode ser o ajuste certo para os requisitos da aeronave de transporte médio da IAF


*Indian Defence News - 08/09/2024

A busca por novas aeronaves de transporte médio (MTA) para aumentar as capacidades multimissão da Força Aérea Indiana (IAF) será uma disputa de três pontas, com fabricantes de aeronaves dos EUA, América do Sul e Europa se arriscando para equipar a força aérea com 40 a 80 aeronaves, em linha com a iniciativa Make in India do governo central.

O C-130J da empresa aeroespacial norte-americana Lockheed Martin, o C-390 Millennium da Embraer Defence and Security brasileira e a aeronave A-400M da Airbus Defence and Space da Europa estão competindo pelo pedido indiano que deve envolver transferência de tecnologia e instalação de uma linha de fabricação no país para indigenização (produção local) de alto nível. A IAF está procurando uma nova aeronave de transporte na faixa de capacidade de transporte de carga de 18 a 30 toneladas.

C-390 pode oferecer uma vantagem de custo
Entre as ofertas de contratantes de defesa estrangeiros, o Embraer C-390 Millennium surgiu como um forte concorrente na busca da Força Aérea Indiana (IAF) por uma nova aeronave de transporte médio (MTA). Avaliações recentes sugerem que o C-390 pode oferecer uma vantagem de custo sobre seus principais concorrentes, o Lockheed Martin C-130J Hercules e a aeronave A-400M da Airbus Defence and Space. O custo unitário estimado para o C-390 está entre US$ 140-160 milhões, o que o posiciona favoravelmente no processo de aquisição em andamento.

No setor de defesa, a Embraer já forneceu oito jatos para a Índia para viagens VVIP e para uso como aeronaves de controle e alerta antecipado aéreo.

O C-390 pode transportar uma carga útil de até 26 toneladas, superando a capacidade de 20 toneladas do C-130J. Essa capacidade aprimorada é crucial para os requisitos operacionais da IAF, que exigem a capacidade de transportar cargas mais pesadas.

Transferência de tecnologia e opções de personalização
Um aspecto significativo da proposta da Embraer inclui um pacote de Transferência de Tecnologia (ToT) voltado para a fabricação local na Índia. Esta iniciativa não apenas apoia o esforço do governo indiano para autossuficiência na fabricação de defesa, mas também posiciona a Índia como um centro potencial para a produção de MTA na região.

A Embraer ofereceu opções de personalização para o C-390 para atender às necessidades específicas da IAF, o que pode fornecer uma vantagem competitiva no processo de licitação.

A Embraer assinou um Memorando de Entendimento (MoU) com a Mahindra, uma empresa indiana, para colaborar na licitação do C-390. Esta parceria visa envolver a IAF e as indústrias aeroespaciais locais para desenvolver um plano de industrialização para o projeto.

Melhor plano de localização
Da fabricação de peças no país ao MRO e transferência de tecnologia para montagem final, a Embraer proporá o melhor plano de localização já oferecido à Índia por qualquer fabricante de equipamento original, disse ele. A Índia pode se tornar o centro para atender à demanda de MTA na região, disse o CEO da Embraer, Bosco Da Costa Junior.

 

14 junho, 2024

Mídia da China repercute o avanço do fuzil JD Taurus T4 na Índia


*LRCA Defense Consulting - 14/06/2024

Em matéria intitulada "O novo fuzil de assalto doméstico T4 da Índia", o grupo chinês "Amantes da Militaria" divulga o avanço do fuzil JD Taurus T4 na megalicitação indiana para a aquisição de 425 mil fuzis CQB para as Forças Armadas do país.

"Amantes da Militaria" é um grupo especializado em notícias sobre assuntos militares de todo o tipo, com ênfase, evidentemente, nos relacionados às forças armadas chinesas. O grupo está abrigado no portal "NetEase", um portal de notícias chinês de amplo espectro sediado em Guangdong e patrocinado pela empresa Guangzhou NetEase Computer Systems Co., Ltd.. Como tudo o que é divulgado pela mídia na China, a publicação deve estar de acordo com as diretrizes e a ideologia do Partido Comunista Chinês.

Abaixo, alguns trechos da matéria:

"Um rifle desenvolvido em conjunto pela Jindal Defense da Índia e pela Taurus Armas do Brasil passou por uma série de testes do Exército Indiano, informou o portal online Defense Research. Jindal Defense India é uma empresa privada.

Jindal Defense e Taurus Armas formaram uma joint venture, JD Taurus, em 2020. A parceria está em conformidade com os regulamentos de investimento estrangeiro direto da Índia e tem um índice de participação acionária de 51:49. A JD Taurus está ativamente em busca de grandes licitações, incluindo o processo de aquisição em andamento de 425.000 carabinas (fuzis CQB), sinalizando sua ambição de se tornar um player importante no mercado de defesa indiano.

O portal Defense Research disse que a aprovação aproxima o rifle T4 de garantir um contrato para fornecer 425.000 rifles ao exército indiano. Afetado por isso, o preço das ações da Jindal Stainless Steel subiu 2,5%, para 814,8 rúpias, na Bolsa de Valores de Bombaim em 10 de junho. O rifle teria passado por vários testes para verificar sua confiabilidade, durabilidade e desempenho."

A matéria do 'Amantes da Militaria' prossegue explicado que o T4 é um fuzil com estrutura AR, "igual" ao M4 e que tem muitos clientes em todo o mundo, afirmando ainda que a Taurus, apesar dos problemas mais antigos, hoje é um "fabricante de armas leves de classe mundial".

No final, refletindo a indisfarçável beligerância com o país vizinho que está se tornando uma grande potência militar e econômica mundial, o portal chinês faz algumas considerações desairosas, afirmando que "o nível de produção de armas leves na Índia não é tão bom como o de Myanmar".

30 maio, 2024

Fuzil JD Taurus é aprovado com louvor em novos testes para megalicitação na Índia


*LRCA Defense Consulting - 30/05/2024

No dia 29 de maio, foram realizados novos testes com as armas que estão concorrendo à megalicitação de 425 mil fuzis para as Forças Armadas da Índia.

Desta feita, os chamados "testes de verão", realizados na Escola de Infantaria de Mhow, visaram verificar quesitos como precisão, probabilidade de acertos, endurance e outros, quando as armas são testadas sob condições de alta temperatura ambiente. E realmente o calor estava muito forte, com o país registrando recordes de temperaturas que chegaram a 52,9ºC nesta semana.

Durante a estafante jornada, o fuzil JD Taurus T4 apresentou um desempenho irretocável, "gabaritando" todos os testes:
- Alvo 100 metros: 10/10;
- Alvo Bust (busto): 30/30;
- Alvo (alcance efetivo) 200 metros: 10/10;
- Endurance: 2000 disparos sem falhas.

Durante os testes, a equipe da JD Taurus foi composta por 12 profissionais, incluindo técnicos brasileiros. Amit Baveja, profissional indiano da JD Taurus que liderou a equipe, demonstrou seu orgulho pelo brilhante desempenho do time, expressando-o em uma mídia social: "Quando uma equipe supera o desempenho individual e aprende a ter espírito de corpo, é mágico, excelente e traz resultados incríveis, tornando-se um estilo de vida."

A vitória em mais uma bateria de testes credencia o fuzil JD Taurus à próxima fase, que acontecerá em 17 de julho. Sendo novamente aprovado, como se espera, a última fase ocorrerá nos Himalaias, em dezembro, com os testes de inverno.


Equipe ("Rocking Team") JD Taurus com uniforme personalizado da empresa
 
Megalicitação de 425 mil fuzis - a maior do mundo
A licitação de carabinas CQB (fuzis) na Índia é considerada a maior do mundo no que se refere a armas leves. Devido à grande curiosidade internacional que está despertando, esta Consultoria reaviva os principais parâmetros que norteiam o certame.

Das 20 empresas contatadas inicialmente pelo Ministério da Defesa da Índia (MoD), cerca de 15, entre elas a brasileira Taurus Armas S.A., responderam atendendo ao seu pedido 'restrito' de proposta para fornecer 425.213 carabinas de combate corpo a corpo (CQB) para o Exército e para a Marinha, no valor estimado de US$ 424 milhões.

O pedido de proposta (RFP) exigiu que as carabinas 5,56x45mm - das quais 418.455 unidades se destinam ao Exército e 6.758 à Marinha - incorporem 60% de design e conteúdo nativos, sendo a disputa realizada na categoria 'Buy Indian' do Procedimento de Aquisição de Defesa - 2020, ao abrigo do qual está sendo executada.

De acordo com o RFP emitido 29 de novembro de 2022, o pedido geral será eventualmente dividido entre os dois licitantes com lances mais baixos – ou L1 e L2 – com primeiro deles produzindo 255.128 carabinas e o outro os 170.085 restantes. No entanto, no caso de o L2 (segundo menor lance) não atender aos custos, termos e condições do fornecedor L1, todo o lote de carabinas CQB será fornecido por este último. Mas o RFP precisou ser respondido por cada fornecedor para a quantidade total de 425.213 carabinas.

Fontes locais declararam que todos os fornecedores potenciais rivais tiveram permissão para entrar em empreendimentos colaborativos com fabricantes de carabinas no exterior, mas precisaram declarar seus respectivos vínculos ao enviar suas propostas ao MoD em resposta ao RFP.

O pedido de proposta se seguiu ao pedido de informações (RFI) de 23 de setembro de 2022 enviado para fabricantes locais, especificando que a aquisição planejada previa carabinas pesando de 3 a 3,3 kg com alcance efetivo não inferior a 200 m e capaz de uma taxa cíclica de disparo de 600 tiros por minuto utilizando munição fabricada localmente. Assim, o retorno do RFI facilitou o "ajuste fino" do RFP, pois levou em consideração muitas respostas de fornecedores antes da emissão deste.

O RFP de 95 páginas exige ainda que as carabinas em potencial marquem nove acertos em 10 tiros disparados de uma montagem fixa em um alvo a 100 metros de distância. É também necessário registrar uma taxa de acerto de 60% disparando um carregador completo em rajadas curtas de dois ou três tiros, também a um alcance de 100 metros. A carabina também deve ser equipada com uma mira aberta com alcance de 50-200 metros e uma baioneta destacável de 120mm de comprimento.

Montadas com trilhos Picatinny MIL-STD1913 para acomodar miras e outros acessórios, as carabinas, com a coronha fixa, não devem ter mais de 650mm de comprimento e devem poder ser empregadas em temperaturas variando entre 20 graus negativos e 45 graus Celsius positivos. Além disso, elas devem ter condições de ser armazenadas em temperaturas variáveis ​​entre menos 51 e mais 71 graus Celsius, e com 90% de umidade a 30 graus Celsius.
Paralelamente, o fornecedor (ou fornecedores) selecionado será obrigado a treinar o Exército e a Marinha na operação e manutenção das carabinas, além de fornecer suporte geral ao produto por pelo menos 15 anos. Todas as carabinas concorrentes passarão por avaliação técnica, de manutenção e testes de usuário, e sua entrega às duas Forças deverá começar oito meses após a assinatura do contrato, com conclusão 90 meses depois.

A JD Taurus e mais algumas empresas concorrentes já foram aprovadas nas fases anteriores e agora participarão de mais duas, uma em julho e outra em dezembro, após o quê o Ministério da Defesa indiano declarará o(s) vencedor(es) da megalicitação. 

Escola de Infantaria do Exército Indiano
A Escola de Infantaria de Mhow, localizada na cidade de Mhow, no estado de Madhya Pradesh, é a alma mater da Infantaria do Exército Indiano, sendo o maior e mais antigo centro de treinamento militar dessa força armada. A instituição é responsável por desenvolver todo o espectro de exercícios táticos e conceitos relativos à infantaria operando em terrenos e ambientes variados, e os apresenta de tempos em tempos. 

Ministrando treinamento de táticas, armas e liderança para jovens oficiais, oficiais subalternos e suboficiais da Infantaria e os capacitando a liderar efetivamente uma subunidade (companhia) em qualquer operação no nível tático em um ambiente descentralizado, a competência e infraestrutura da Escola de Infantaria deram reconhecimento global à instituição.

01 novembro, 2023

Índia pode ser divisor de águas, avalia CEO da Taurus. Arábia Saudita em avaliação


*Money Times, por Pedro Pligher - 27/10/2023 (extrato)

Uma das grandes disputas da Taurus no momento, em relação a licitações, é com o governo indiano, que há alguns anos abriu processo para uma compra bilionária de 420 mil fuzis. A fabricante gaúcha é uma das concorrentes.

São 5 anos para fornecer todo o volume de armas, que devem ter ao menos 60% das partes produzidas na Índia. A empresa já tem uma fábrica no país, em parceria com Jindal Group, está pronta e montada para operação no país. “Só falta o documento”, diz. Ele cita que uma das vantagens do Brasil nessa tramitação é justamente o conhecimento de mecanismos burocráticos, presentes em nosso país. “Um país que não sabe conviver com a burocracia não consegue competir com a Índia”, afirma.

Segundo Salesio, a vitória na disputa pode ser um divisor de águas para a Taurus, mais pelo desafio superado do que pelo resultado financeiro. “Numa licitação você não tem margens grandes, pois você ‘briga’ com outros concorrentes pelo melhor preço”, diz Salesio.

“Mas é um divisor no que diz respeito a essa questão de transferência de tecnologia. Montarmos uma fábrica num país ‘hiper-burocrático’ e complicado como a Índia, que tem um conceito de agilidade muito diferente do Brasil, é um divisor de águas”, afirma.

A fabricante gaúcha está praticamente na parte final do processo, com um teste físico dos fuzis da empresa. A data dos testes, que seriam realizados neste mês, foi alterada para dezembro. Segundo Salesio, o adiamento foi feito para que a temperatura ficasse ainda mais baixa para os testes, que serão realizados nas montanhas do Himalaia. Depois dele, são feitos os relatórios sobre as armas, e então divulgado o resultado do vencedor.

Fábrica na Arábia Saudita em avaliação
O CEO diz também que tudo que está sendo feita na Índia pavimenta um caminho para outro país que a Taurus está de olho: “É importante demais para o processo que estamos fazendo para a Arábia Saudita, pois é uma ‘escola’ para nós”, afirma Salesio.

“Estamos mapeando o tamanho do mercado do Oriente Médio junto a nosso parceiro local”, diz Salesio. A parceria, no caso, é com a Scopa Defense Trading, empresa saudita com que a Taurus assinou um Mou (memorando de entendimento) para a constituição de uma joint-venture local.

O acordo faz vêm no âmbito do Saudi Vision 2030, estratégia política dos sauditas para diminuir a dependência em petróleo, com investimentos em várias áreas, incluindo defesa. O público alvo das empresas é o setor militar e policial de toda a região, mas o civil também é “uma possibilidade”, segundo Salesio.

“Em Riad (capital saudita) tem um clube de tiro. Lá, 90% das armas do clube são da Taurus”, afirma. “Estamos considerando montar a primeira franquia AMTT [loja conceito da Taurus, com unidades em Brasília e em São Paulo] fora do país em Riad, se esse projeto da joint-venture for encaminhado”, diz.

Salesio diz que um dos grandes problemas encontrados é em relação aos funcionários que a fábrica terá de encontrar. “O grande problema da Arábia Saudita é a mão de obra qualificada”, afirma Salesio. “Isso será um grande desafio”, diz. Segundo ele, será necessária ter grande volume na demanda para que o investimento local valha a pena.

15 agosto, 2023

Na Índia, Taurus avança na megalicitação de fuzis e começará a produzir pistolas civis ainda em 2023


*LRCA Defense Consulting - 15/08/2023

Nas duas lives realizadas hoje, com a SaraInvest e com a Eleven,  o CEO Global da Taurus Armas, Salesio Nuhs, e o CFO, Sérgio Sgrillo Filho, trouxeram importantes novidades sobre a fábrica que está em final de montagem na Índia, sobre a megalicitação de fuzis que este país está realizando, e sobre a participação da multinacional brasileira no mercado indiano de armas civis.

Segunda fase da megalicitação
Sobre a megalicitação de 425.000 fuzis CQB para as Forças Armadas Indianas, com ênfase nas tropas de Infantaria do Exército, os executivos informaram que, ainda extraoficialmente, pode ser considerado que a empresa já tenha sido aprovada na primeira fase do certame, haja vista que enviou um pesado documento de cerca de 900 páginas e só recebeu algumas perguntas, mas não sobre a parte técnica, e sim sobre a capacidade financeira. Outro importante fator indicativo de passagem para a segunda fase foi o fato de a Índia ter requerido o envio de 10 fuzis para testes de resistência e performance a ocorrerem na Academia Militar, no deserto e nos Himalaias, o que será feito em outubro vindouro.

Se tudo correr bem, como a empresa acredita, o resultado final da megalicitação deverá ser divulgado no início de 2024.

Com relação à exigência do Programa Make in India (60% de peças fabricadas no país), os executivos informaram que, para os fuzis, já foi conseguido um índice maior do que esse e, para pistolas e revólveres, o índice de peças indianas já chegou a 100%. Sobre este fato, foi ressaltada a alta qualidade dos fornecedores indianos, o que impressionou a direção da empresa.

Propaganda da Taurus PT57 na página da Jindal Defence

Armas civis
A fábrica indiana da Taurus, em joint venture com o Jindal Group, deverá inciar a produção de armas civis antes do final deste ano. O atraso ocorreu devida à demora no fornecimento (Covid etc.) de duas máquinas para o laboratório de medição, o que já está em fase final de solução.

Assim, a produção de pistolas e revólveres para o mercado civil indiano deverá ocorrer até o final do ano, contando, como já foi escrito, com um índice de nacionalização de 100%.

Os executivos ressaltaram que, embora custo de produção na Índia seja entre 10 e 20% maiores que no Brasil, os preços de comercialização são muito maiores, o que levará o ticket médio a se situar entre 800 e 1.000 dólares americanos por arma, no caso da pistola PT57, por exemplo. Apenas como referência, a mesma arma é comercializada nos EUA por cerca de US$ 300,00.

Arábia Saudita, Estados Unidos e Brasil
As questões que foram comentadas sobre a joint venture para produção de armas na Arábia Saudita e sobre as boas perspectivas para o mercado dos EUA (e também do Brasil) neste segundo semestre, serão tratadas em matéria específica a ser publicada nos próximos dias. 

Saiba mais:

- Na Índia, Taurus já está participando de novos certames, além da megalicitação de 425 mil fuzis

- Megalicitação de fuzis CQB na Índia é a maior do mundo. Conheça os detalhes

 

06 maio, 2023

Megalicitação de fuzis CQB na Índia é a maior do mundo. Conheça os detalhes

 

*LRCA Defense Consulting - 06/05/2023

Em virtude de a mais recente licitação de carabinas CQB (fuzis) na Índia ser considerada a maior do mundo no que se refere a armas leves, e também devido à grande curiosidade internacional que está despertando, esta Consultoria reaviva os principais parâmetros que norteiam o certame.

Das 20 empresas contatadas inicialmente pelo Ministério da Defesa da Índia (MoD), cerca de 15, entre elas a brasileira Taurus Armas S.A., respoderam atendendo ao seu pedido 'restrito' de proposta para fornecer 425.213 carabinas de combate corpo a corpo (CQB) para o Exército e para a Marinha, no valor estimado de US$ 424 milhões.

O pedido de proposta (RFP) exigiu que as carabinas 5,56x45mm - das quais 418.455 unidades se destinam ao Exército e 6.758 à Marinha - incorporem 60% de design e conteúdo nativos, sendo a disputa realizada na categoria 'Buy Indian' do Procedimento de Aquisição de Defesa - 2020, ao abrigo do qual está sendo executada.

De acordo com o RFP emitido 29 de novembro, o pedido geral será eventualmente dividido entre os dois licitantes com lances mais baixos – ou L1 e L2 – com primeiro deles produzindo 255.128 carabinas e o outro os 170.085 restantes. No entanto, no caso de o L2 (segundo menor lance) não atender aos custos, termos e condições do fornecedor L1, todo o lote de carabinas CQB será fornecido por este último. Mas o RFP precisou ser respondido por cada fornecedor para a quantidade total de 425.213 carabinas.

Fontes locais declararam que todos os fornecedores potenciais rivais tiveram permissão para entrar em empreendimentos colaborativos com fabricantes de carabinas no exterior, mas precisaram declarar seus respectivos vínculos ao enviar suas propostas ao MoD em resposta ao RFP.

O pedido de proposta se seguiu ao pedido de informações (RFI) de 23 de setembro enviado para fabricantes locais, especificando que a aquisição planejada previa carabinas pesando de 3 a 3,3 kg com alcance efetivo não inferior a 200 m e capaz de uma taxa cíclica de disparo de 600 tiros por minuto utilizando munição fabricada localmente. Assim, o retorno do RFI facilitou o "ajuste fino" do RFP, pois levou em consideração muitas respostas de fornecedores antes da emissão deste.

O RFP de 95 páginas exige ainda que as carabinas em potencial marquem nove acertos em 10 tiros disparados de uma montagem fixa em um alvo a 100 metros de distância. É também necessário registrar uma taxa de acerto de 60% disparando um carregador completo em rajadas curtas de dois ou três tiros, também a um alcance de 100 metros. A carabina também deve ser equipada com uma mira aberta com alcance de 50-200 metros e uma baioneta destacável de 120mm de comprimento.

Montadas com trilhos Picatinny MIL-STD1913 para acomodar miras e outros acessórios, as carabinas, com a coronha fixa, não devem ter mais de 650mm de comprimento e devem poder ser empregadas em temperaturas variando entre 20 graus negativos e 45 graus Celsius positivos. Além disso, elas devem ter condições de ser armazenadas em temperaturas variáveis ​​entre menos 51 e mais 71 graus Celsius, e com 90% de umidade a 30 graus Celsius.

Paralelamente, o fornecedor (ou fornecedores) selecionado será obrigado a treinar o Exército e a Marinha na operação e manutenção das carabinas, além de fornecer suporte geral ao produto por pelo menos 15 anos. Todas as carabinas concorrentes passarão por avaliação técnica, de manutenção e testes de usuário, e sua entrega às duas Forças deverá começar oito meses após a assinatura do contrato, com conclusão 90 meses depois.

Fontes indianas afirmaram que, entre os principais fornecedores locais que responderam ao pedido de proposta, estariam a Jindal Defense and Aerospace (em parceria com a brasileira Taurus Armas), a Adani Defense and Aerospace (em parceria com a Israel Weapon Industries - IWI), a Bharat Forge/Kalyani Strategic Systems (em parceria com a Thales Australia), a Bharat Electronics Limited - BEL em parceria com a italiana Beretta), e a SSS Defense e a ICOMM (em parceria com a Caracal International dos Emirados Árabes Unidos).

Após o recebimento das propostas em 02 de maio último, o MoD terá agora até 30 dias para analisar a documentação apresentada pelos licitantes, podendo desclassificar aqueles que não cumprirem todas as exigências. O prazo previsto para o final da megalicitação, conforme o RFP, é 30 de setembro, às 12 horas.

Um negócio de "urgência urgentíssima"
A delicada situação que o Exército Indiano está enfrentando em seus conflitos de fronteira com o Paquistão e, principalmente, na fronteira com a China, aliada às instabilidades mundiais causadas pela guerra na Ucrânia e pelo contencioso China & Taiwan, tornam o negócio como de "urgência urgentíssima", o que tenderá a fazer com que as demandas e os entraves burocráticos presentes em certames anteriores não aconteçam desta vez, fazendo com que a solução esteja devidamente alinhavada já no último trimestre de 2023.

Além desses fatores decisivos, há a firme determinação do Primeiro-Ministro Narendra Modi e de seu governo em continuar implementando firmemente as políticas do Make in India e do Atmanirbhar Bharat (Índia Autossuficiente), de modo a produzir no país todo o material militar que necessita ou que vier a necessitar. Mais ainda, em transformar a Índia - de um dos maiores importadores do mundo - em um grande exportador de material de defesa.

Assim, a decisão de estabelecer a maior licitação do mundo para a aquisição de fuzis (carabinas CQB), agora no âmbito do Make in India, torna-se a vitrine com a qual o governo indiano se propõe a apresentar ao mundo sua nova dinâmica nesse campo. Com isso, fará todo o possível para que tenha total sucesso.

*Com informações do The Wire, do MoD e de fontes independentes.

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