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04 setembro, 2025

Contrato assinado: Super Tucano é a nova plataforma do Serviço Nacional Aéreo e Naval do Panamá


*LRCA Defense Consulting - 04/09/2025

A Embraer, líder global na indústria aeroespacial, e o Panamá concluíram a assinatura de um contrato para a aquisição de quatro aeronaves A-29 Super Tucano. A frota será operada pelo Serviço Nacional Aeronaval do Panamá (SENAN) como uma nova plataforma de vigilância e proteção.

"É uma honra para a Embraer ver mais um país latino-americano escolher o A-29 Super Tucano para alavancar suas capacidades de vigilância, reconhecimento e proteção. A escolha do Super Tucano pelo Panamá, líder mundial em sua categoria, certamente servirá como um forte aliado para apoiar o país em sua missão de manter a soberania nacional", disse Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

O anúncio faz parte do programa da entidade para estruturar e expandir a capacidade operacional e beneficiará amplamente o projeto de segurança nacional em andamento no país. Com a assinatura do contrato, o Panamá se torna o oitavo país latino-americano a optar pelo A-29 Super Tucano, juntamente com Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Uruguai e República Dominicana.

O Super Tucano é líder global em sua categoria, com mais de 600.000 horas de voo. Atualmente, 22 forças aéreas selecionaram o Super Tucano, e outras nações já demonstraram interesse na plataforma devido à combinação de confiabilidade, disponibilidade, robustez e baixos custos operacionais.

O Super Tucano foi projetado para forças aéreas que buscam uma solução comprovada, abrangente, eficiente, confiável e econômica em uma única plataforma, aliada a grande flexibilidade operacional. A aeronave opera em uma ampla gama de missões, como patrulha aérea, operações especiais, coordenação aérea e tática (TAC), ISR, vigilância e monitoramento de fronteiras, controle de atividades ilícitas, reconhecimento, escolta aérea e treinamento básico, operacional e avançado de pilotos. 

Do solo ao céu: como os vertiportos estão construindo a mobilidade aérea urbana


*LRCA Defense Consulting - 04/09/2025

A promessa de aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical (eVTOLs) transformando o cenário urbano está cada vez mais próxima da realidade. Longe de ser apenas ficção científica, a Mobilidade Aérea Urbana (UAM) emerge como uma solução potencial para o congestionamento terrestre, a poluição e a demanda por transporte eficiente nas grandes cidades.

Vertiportos: a próxima fronteira dos transportes urbanos
No entanto, o sucesso dessa revolução depende intrinsecamente do desenvolvimento de uma infraestrutura terrestre robusta e bem planejada: os vertiportos.

Um guia recente da Eve Air Mobility, uma empresa que se beneficia da expertise da Embraer – um pilar da indústria aeroespacial brasileira, que também contribui significativamente para a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) brasileira, aborda de forma detalhada os requisitos para a construção e operação desses terminais aéreos urbanos. O documento destaca que a integração de aeronaves, instalações terrestres, sistemas de energia e redes digitais em um ecossistema único e contínuo é fundamental.

O coração da UAM
Os vertiportos são as plataformas essenciais para a operação dos eVTOLs, servindo como pontos de embarque, desembarque, carregamento e manutenção. Eles são muito mais do que simples helipontos elevados, exigindo considerações complexas de design e operação.

O guia da Eve Air Mobility categoriza os vertiportos em quatro tipos principais, que variam em complexidade e capacidade:

  • Vertistop: o menor, com uma única área de pouso/decolagem (FATO/TLOF), focando em locais de baixa demanda.

  • Vertistation: localizado em centros urbanos, com 1 a 4 stands, oferecendo serviços básicos.

  • Vertihub: o maior, com múltiplas áreas de pouso e mais de 4 stands, capaz de abrigar eVTOLs durante a noite e fornecer manutenção pesada.

  • Supercenter: voltado para operações de grande escala, com múltiplas áreas FATO/TLOF, mais de quatro stands e uma gama completa de serviços de suporte.

A escolha e o design de um vertiporto envolvem fatores críticos como a proteção do espaço aéreo para rotas de aproximação e partida, a compatibilidade com o zoneamento local, a infraestrutura de energia disponível e a integração com outros modais de transporte terrestre para garantir uma conectividade de "última milha" eficiente. A acessibilidade para pessoas com deficiência também é uma exigência regulatória vital, com padrões como o ADA nos Estados Unidos e a Resolução nº 280 da ANAC no Brasil.

Energia e carregamento são desafios
Um dos pilares da UAM é a propulsão elétrica, e com ela vem a necessidade de uma infraestrutura de carregamento robusta e confiável. O documento da Eve Air Mobility ressalta que as baterias dos eVTOLs exigirão recarga após cada voo, seja parcial (rápida) ou completa (durante a noite).

Os vertiportos precisarão de um suprimento de energia considerável. Carregadores rápidos podem fornecer até 500 kW, com tempos de recarga variando de 15 a 30 minutos. Para operações simultâneas, um único stand pode demandar cerca de 550 kW, considerando o carregador, o sistema de resfriamento/aquecimento externo da bateria (essencial para gerenciar a temperatura das baterias de íon-lítio durante o carregamento) e uma Unidade de Força Terrestre (GPU). A integração com as redes elétricas existentes e a possível construção de novas subestações são desafios significativos que demandam planejamento antecipado, dado o tempo necessário para licenciamento e instalação.

Soluções como os "hatch pits" – fossos subterrâneos que permitem o uso de carregadores móveis diretamente nos stands – são recomendadas para otimizar o tempo de resposta (TAT) e melhorar a segurança, eliminando a necessidade de movimentar os eVTOLs para carregadores fixos.

Projeto do vertiporto de Osaka (Japão)

Segurança e regulamentação: a busca pela aceitação
A segurança é, sem dúvida, o ponto central para a aceitação pública e o sucesso comercial da UAM. A preocupação com a segurança contra incêndios, especialmente devido ao uso de baterias de íon-lítio, é uma prioridade. Entidades como a National Fire Protection Association (NFPA) já publicaram diretrizes, como a NFPA 418, que está sendo atualizada para incluir os vertiportos. No entanto, as técnicas e procedimentos de combate a incêndios específicos para eVTOLs ainda estão em desenvolvimento e podem variar entre os fabricantes.

A regulamentação é um campo em constante evolução. Órgãos como a FAA (EUA), EASA (Europa) e ANAC (Brasil) estão trabalhando na definição de padrões para o design de vertiportos, procedimentos de voo e requisitos de segurança. A coordenação entre essas agências é crucial para evitar a fragmentação de padrões e garantir uma mobilidade aérea inclusiva e acessível globalmente.

A aceitação da comunidade também é vital. Embora os eVTOLs sejam projetados para serem significativamente mais silenciosos que os helicópteros, a integração em áreas urbanas densas exige planejamento cuidadoso, que considera o ruído, o impacto visual e a gestão do tráfego terrestre. O engajamento transparente com a comunidade e a incorporação de soluções arquitetônicas para amortecer o som são estratégias para harmonizar os vertiportos com o ambiente urbano.

Um futuro em construção
A Mobilidade Aérea Urbana representa uma visão audaciosa para o futuro dos transportes. Os desafios são muitos: desde a obtenção de aprovação regulatória e a construção de infraestrutura de energia e carregamento, até a garantia de segurança e a conquista da aceitação pública. No entanto, o potencial de transformar a forma como as pessoas se movem nas cidades, reduzindo o tempo de viagem e o impacto ambiental, é imenso.

Especialistas da indústria e analistas de transporte apontam que a colaboração entre governos, reguladores, empresas de tecnologia e comunidades será fundamental para superar esses obstáculos. A medida que os eVTOLs se aproximam da operação comercial, o desenvolvimento de vertiportos eficientes, seguros e integrados não é apenas uma necessidade técnica, mas um passo crucial para decolar o sonho da mobilidade aérea urbana para a realidade.

03 setembro, 2025

Embraer oferece o KC-390 para a Polônia como avião de transporte e tanque

 


*Breaking Defense, por Bartosz Głowacki - 03/09/2025

A Embraer está exibindo sua aeronave multimissão KC-390 Millennium na estreia da empresa brasileira na MSPO, na Polônia, na esperança de aproximar Varsóvia de uma proposta de longa data.

“Vemos um grande potencial para o K-390 na Polônia com o crescimento das forças, as necessidades de logística e o rápido emprego de capacidades”, disse o Diretor de Marketing da Embraer, Marcio Monteiro. “O emprego ágil em combate é fundamental, e para o K-390, não apenas para a Polônia, mas para outros países da região.”

Na Europa, Áustria , Suécia , República Tcheca e Holanda já fizeram encomendas do KC-390. Tanto a Eslováquia quanto a Lituânia — vizinhas da Polônia — anunciaram a intenção de assinar, e Hungria e Portugal já operam a plataforma. Brasil, Coreia do Sul e um cliente não identificado completam a base de usuários.

Após um acordo de abril de 2021 para a Polônia receber cinco C-130Hs fabricados pela Lockheed Martin — dos quais as Forças Armadas Polonesas receberam dois — a Força Aérea Polonesa está procurando mais aeronaves multifuncionais de transporte e reabastecimento.

A Embraer está oferecendo produção local de peças, polonização de sistemas KC-390, MRO de aeronaves, além de estabelecer um centro europeu de treinamento tático para o KC-390 e uma linha de montagem final/conclusão de aeronaves.

“Acreditamos que algumas empresas e instituições na Polônia podem contribuir com sistemas e manutenção para as aeronaves. Vemos a Polônia como um parceiro estratégico e podemos desenvolver centros de treinamento técnico estabelecidos aqui na Polônia”, disse Monteiro.

Para a linha de montagem final, estamos considerando algo em torno de 20 aeronaves
O Diretor Comercial da Embraer, Frederico Lemos, acrescentou: “Para a linha de montagem final, estamos considerando algo em torno de 20 aeronaves, o que seria um bom número. Dependendo da quantidade de aeronaves que estamos considerando, dependendo do tamanho do investimento, a Embraer continua aberta a esse diálogo sobre uma possível localização na Polônia.”

Segundo representantes da Embraer, todo avião que sai da linha de montagem vem com os equipamentos necessários para se tornar um avião-tanque, e o usuário final pode, como parte do processo de aquisição ou posteriormente, comprar o equipamento para fornecer reabastecimento em voo, se necessário.

“Vamos oferecer o KC-390 à Polônia tanto como aeronave de transporte quanto como avião-tanque. Isso beneficiará a plataforma”, disse Monteiro. O prazo de entrega da aeronave geralmente é de cerca de 30 meses após a assinatura do contrato e, dependendo da necessidade do cliente, pode ser menor, observou.

O KC-390 é capaz de transportar sistemas de armas atualmente em uso pelas Forças Armadas Polonesas, como o veículo blindado tático multiuso sobre rodas Waran, o veículo blindado de transporte de pessoal sobre rodas Rosomak, o Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade M142 (HIMARS) e o helicóptero multifuncional UH-60.

Pedido significativo ou ordem de início para desenvolver um sistema de lança
O Millenium também será capaz de reabastecer o FA-50PL, usando um sistema de sonda e drogue, embora as principais aeronaves de combate da Força Aérea Polonesa sejam o F-16C/D Bloco 52+, e no futuro operará o F-35A, ambos os quais usam lanças voadoras para reabastecimento ar-ar.

“Também recebemos muito interesse na capacidade da lança. Fizemos um estudo em conjunto com a L3 para essa capacidade no passado. E agora estamos analisando as necessidades de diferentes países, em particular dos EUA”, disse Lemos. “Portanto, precisamos ter, digamos, um pedido significativo ou uma ordem de início para desenvolver a lança e implementá-la no K-390.”

“Estamos aqui para nos apresentar em resposta ao pedido da Força Aérea Polonesa e queremos estar prontos para isso”, disse a Embraer.   

E Jets E2 da Embraer são certificados na África do Sul e Airlink operará 10 novos jatos E195-E2

 Com 10 novos jatos Embraer E195-E2, Airlink será a primeira operadora do E2 na África do Sul


*LRCA Defense Consulting - 03/09/2025

A família E-Jets E2 da Embraer recebeu a Certificação de Aceitação de Tipo da Autoridade de Aviação Civil da África do Sul (SACAA, na sigla em inglês). Este é mais um marco significativo no sucesso global da família de aeronaves, reforçando sua adequação para o mercado africano.

“Esta certificação abre novas oportunidades para a aeronave, que já alcançou sucesso significativo em todo o mundo”, afirma Stephan Hannemann, Vice-Presidente Sênior para África e Oriente Médio da Embraer Aviação Comercial. “Os passageiros poderão experimentar o conforto líder de sua classe do E2 muito em breve.”

A família de jatos E2 da Embraer oferece flexibilidade operacional para as companhias aéreas, com adequação da capacidade à demanda, aumento de frequências e aperfeiçoamento da conectividade. Atualmente, o E190-E2 e o E195-E2 são as aeronaves de corredor único mais eficientes em termos de combustível, oferecendo uma melhoria de 17,3% e 29% na eficiência por assento, respectivamente, em comparação com a geração anterior de E-Jets.

O anúncio vem em seguida do anúncio de uma expansão significativa da frota da Airlink, a principal companhia aérea da África do Sul, que finalizou recentemente um contrato de leasing com a Azorra para dez novos jatos Embraer E195-E2. As primeiras entregas são esperadas ainda este ano, e com previsão de serem finalizadas até 2027. Essas aeronaves acomodarão até 136 passageiros em uma configuração confortável 2x2 da Embraer, apoiando o crescimento da Airlink em rotas de alta densidade e emergentes na África Subsaariana.

“A Embraer está estabelecida de maneira sólida como líder de mercado no segmento de até 150 assentos na África, uma região chave para nós. A Airlink é nossa cliente de longa data e estamos muito satisfeitos com a notícia de que a companhia aérea será a primeira operadora do E2 na África do Sul. Este jato de corredor único é o mais eficiente e sob medida para apoiar os planos ambiciosos de crescimento da Airlink em toda a África Austral”, afirma Arjan Meijer, Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial.

“A aceitação de tipo pela SACAA na África do Sul representa um marco importante para nós, enquanto preparamos para a entrega e entrada em serviço do Embraer E195-E2 de última geração, equipado com os motores da Pratt & Whitney. A capacidade e o alcance adicionais do E2 permitirão que a Airlink responda ao aumento da demanda em algumas de nossas rotas de maior demanda, além de ampliar nossa malha aérea, proporcionando conexões confortáveis para clientes em novos mercados", diz o CEO da Airlink, de Villiers Engelbrecht.

O processo de aceitação de tipo foi apoiado de maneira próxima pela Pratt & Whitney, parceira de motores da Embraer, já que os motores PW1900G de próxima geração do E2 foram certificados em paralelo na África do Sul. Com a certificação da SACAA em vigor, os jatos E2 da Embraer estão prontos para desempenhar um papel fundamental na formação do futuro da aviação na África do Sul e região. 

02 setembro, 2025

Primeiro Embraer E190-E2 da Austrália é entregue à Virgin Australia

 


*LRCA Defense Consulting - 02/09/2025

A Azorra entregou a primeira nova aeronave de passageiros bimotor Embraer E190-E2* para a Virgin Australia, marcando uma nova parceria aérea para a locadora e o primeiro Embraer E190-E2 a ser operado por um grande grupo de companhias aéreas na Austrália.

A entrega do E-Jet foi marcada por uma cerimônia de entrega hoje nas instalações da Embraer em São José dos Campos, com a presença de representantes seniores da Azorra, Virgin Australia e Embraer. Com 1.900 entregas desde 2004, o E-Jet é a terceira aeronave mais entregue da história.

Essas aeronaves de fuselagem estreita de nova geração apoiarão os esforços de modernização da frota da Virgin Australia Regional Airlines, substituindo sua frota atual de Fokker 100 pela variante Embraer E2. Entregues a partir da carteira de pedidos firmes da Azorra com a Embraer, outras três aeronaves serão entregues à Virgin Australia ainda este ano e até 2026. A Virgin Australia tem um total de oito pedidos firmes de aeronaves E2.

O novo E190-E2, com capacidade para 100 passageiros, proporcionará economia de combustível de até 30% em comparação com a frota atual de Fokker 100 da Virgin Australia, reduzindo as emissões e os custos operacionais em rotas importantes na Austrália Ocidental. Equipado com motores Pratt & Whitney GTF, o E190-E2 oferece maior eficiência, alcance e desempenho superior, enquanto sua cabine silenciosa e espaçosa, com dois assentos, garante uma viagem mais confortável para os passageiros.

John Evans, CEO e fundador da Azorra, diz: Receber a Virgin Australia como novo cliente representa um marco de orgulho para nossa equipe, pois entregamos o primeiro E2 operado por um grande grupo aéreo na Austrália e expandimos nossa presença na Oceania. O E190-E2 oferece excelente eficiência e menor consumo de combustível, tornando-o a aeronave ideal para o programa de modernização da frota da Virgin Australia. Equipada com motores GTF da Pratt & Whitney, esta moderna aeronave reforça o compromisso da Virgin Australia com um serviço confiável e de alta frequência, ao mesmo tempo em que aprimora o desempenho operacional geral.

Nick Rohrlach, Executivo do Grupo Virgin Australia Regional Airlines, afirma: “Estamos extremamente entusiasmados com a introdução dos Embraer 190-E2 na frota da Virgin Australia Regional Airlines. Substituir nossos Fokker 100 por esses jatos de última geração nos permite conectar melhor os clientes da indústria de recursos e as comunidades regionais em toda a Austrália Ocidental, com maior confiabilidade, redução significativa de ruído e emissões. Essas aeronaves são perfeitamente projetadas para os climas e ambientes desafiadores em que operamos, ao mesmo tempo em que oferecem aos nossos clientes uma experiência de voo espaçosa e confortável.”

Arjan Meijer, Presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, afirma: “A entrega do primeiro E190-E2 à Virgin Australia, em conjunto com nossa parceira de leasing, a Azorra, é um marco significativo para a evolução e o crescimento da Embraer na região. Com sua eficiência excepcional, baixo perfil de ruído e emissões e maior conforto para os passageiros, o E190-E2 representará um avanço revolucionário em relação à venerável frota de Fokker da companhia aérea, complementando perfeitamente os aviões de fuselagem estreita maiores da empresa.”                                                                                                              
Sobre a Azorra
A Azorra é uma empresa de leasing de aeronaves orientada por relacionamentos que oferece soluções de leasing, financiamento, transição de frota e gestão de ativos para investidores, financiadores e operadoras de companhias aéreas em todo o mundo. A equipe multicultural da Azorra reflete os mercados globais que atendemos e inclui competências essenciais em direito aeronáutico, financiamento de aeronaves, manutenção, marketing, vendas, negociação e leasing.

Sua equipe é liderada por veteranos experientes com um histórico compartilhado de sucesso e complementada por jovens profissionais que trazem novas perspectivas, ideias e entusiasmo. A Azorra atualmente possui e gerencia uma frota de mais de 150 aeronaves e motores. Incluindo compromissos e pedidos de novas aeronaves Airbus A220-100/300 e Embraer E190/195-E2, a frota total da Azorra ultrapassa 280 ativos. A empresa tem sede em Fort Lauderdale, Flórida, e um escritório em Dublin, Irlanda.

Sobre a Virgin Austrália

A Virgin Australia (ASX:VGN) foi fundada em 2000 e é atualmente uma das maiores companhias aéreas australianas, operando uma extensa rede doméstica, além de voos internacionais de curta distância, voos fretados e de carga, além de seu programa de fidelidade, o Velocity Frequent Flyer. Membros do Velocity podem usar seus pontos para resgatar voos para mais de 650 destinos em todo o mundo através da Virgin Australia e da extensa lista de companhias aéreas parceiras internacionais da companhia aérea. A Virgin Australia emprega mais de 8.000 pessoas. 

Nova planta da SIATT em S. J. dos Campos amplia capacidade de desenvolvimento e produção de sistemas estratégicos


*LRCA Defense Consulting - 02/09/2025

A SIATT inaugurou sua nova sede, nesta segunda-feira (01/09), em um evento que também marcou os 10 anos de atividades da empresa. Localizada em São José dos Campos, a planta possui 6.000 metros quadrados e reúne setores administrativos e de engenharia, laboratórios e instalações de produção, ampliando a capacidade de desenvolvimento e fabricação de sistemas e produtos de alta tecnologia.

A nova sede é um passo importante que permite a SIATT expandir sua capacidade e garantir que as Forças Armadas brasileiras disponham de sistemas modernos, fabricados no país dentro dos mais rigorosos padrões internacionais de segurança e qualidade. O objetivo da empresa é contribuir para a autonomia tecnológica de defesa e para soberania do Brasil e de países amigos, objetivo este que é impulsionado a partir da parceria com o Grupo EDGE, estatal dos Emirados Árabes Unidos, sócia e parceira estratégica da SIATT.

A cerimônia de inauguração contou com a presença do vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth; do Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, comandante da Marinha do Brasil; do Almirante de Esquadra Carlos Chagas, comandante do Corpo de Fuzileiros Navais; de Hamad Al Marrar, CEO do Grupo EDGE; e do prefeito de São José dos Campos, Anderson Farias. 

Prestigiaram ainda a solenidade o general Sérgio Etchegoyen, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência do Brasil, e o Brigadeiro Hugo de Oliveira Piva, de 98 anos, ícone do setor aeroespacial, entre outras autoridades civis e militares.

Durante a cerimônia, o CEO da SIATT, Rogerio Salvador, ressaltou os contratos firmados com a Marinha e o Exército para a produção de sistemas modernos que serão utilizados na proteção da Amazônia Azul e do território brasileiro. Ele destacou ainda o apoio recebido dos governos municipal e estadual ao longo da trajetória da empresa e os avanços alcançados a partir da parceria estratégica com o Grupo EDGE.

“Esta inauguração não é sobre prédios, mas sobre gente. Tenho muito orgulho da Equipe SIATT: pessoas com comprometimento, conhecimento, paixão, dignidade e esperança. Mais do que cortar uma fita, estamos abrindo um caminho, um caminho feito de mãos dadas, de corações unidos, de sonhos possíveis e de novas conquistas. O futuro chegou! A SIATT faz!”,  disse Salvador.

Trajetória
Fundada em 2015, a SIATT atua no desenvolvimento e integração de sistemas de defesa e segurança, com foco em mísseis, armamentos e soluções de tecnologia embarcada. Ao longo da última década, consolidou parcerias estratégicas com as Forças Armadas e com empresas do setor, contribuindo para projetos de relevância nacional e para a formação de mão de obra altamente especializada.
Entre os principais programas em andamento estão o míssil antinavio Mansup, sua versão estendida Mansup-ER (em parceria com a EDGE), o míssil antitanque Max 1.2 AC e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz).

Entre os principais programas em andamento estão o míssil antinavio Mansup e sua versão estendida Mansup-ER (em parceria com o Grupo EDGE), o míssil antitanque Max 1.2 AC e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz).

A SIATT também está construindo uma fábrica em Caçapava, que ampliará sua capacidade produtiva e permitirá atender à crescente demanda por sistemas de defesa no Brasil e no exterior.
Em 2023, a empresa recebeu como sócio o Grupo EDGE, numa operação na qual o conglomerado de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, adquiriu participação de 50%. A parceria fortalece a capacidade de expansão da SIATT e posiciona a companhia no mercado internacional, ampliando sua inserção em projetos conjuntos de defesa e segurança.
 

01 setembro, 2025

Primeiros A-29N Super Tucano da Força Aérea Portuguesa chegam às instalações da OGMA

 

*LRCA Defense Consulting - 01/09/2025

A Embraer, uma das líderes globais da indústria aeroespacial, realizou o voo de transferência do primeiro A-29N Super Tucano para a OGMA, em Portugal. As três primeiras aeronaves, que pousaram ontem nas instalações de Alverca do Ribatejo, distrito de Lisboa, receberão agora os equipamentos necessários para operar em conformidade com os requisitos operacionais da OTAN e de Portugal.

"A aquisição do A-29N Super Tucano reforça a confiança da FAP nos produtos da Embraer. Temos certeza de que essas aeronaves contribuíram ainda mais para a modernização da frota portuguesa e para uma cooperação mais ampla com a indústria local", disse Bosco da Costa Junior, Presidente e CEO da Embraer Defesa & Segurança.

As três primeiras aeronaves pousaram em Portugal apenas oito meses após a assinatura do contrato entre o Estado português e a Embraer, evidenciando o incomparável foco no cliente e a flexibilidade nas entregas que a Embraer oferece.


O A-29 Super Tucano é líder global em sua categoria, com mais de 600.000 horas de voo. Atualmente, 22 forças aéreas selecionaram o Super Tucano e outras nações já demonstraram interesse na plataforma devido à sua combinação incomparável de capacidades, tornando-a a opção mais econômica do mercado.

Para Forças Aéreas que buscam uma solução comprovada, abrangente, eficiente, confiável e econômica em uma única plataforma, aliada a grande flexibilidade operacional, o A-29 Super Tucano oferece uma ampla gama de missões, como Treinamento Avançado de Pilotos, CAS, Patrulha Aérea, Interdição Aérea, Treinamento JTAC, ISR Armado, Vigilância de Fronteiras, Reconhecimento e Escolta Aérea.

O A-29 Super Tucano é a aeronave multimissão mais eficaz em sua categoria, equipada com tecnologia de ponta para identificação precisa de alvos, sistemas de armas e um conjunto abrangente de comunicações. Sua capacidade é ainda mais aprimorada por avançados sistemas aviônicos HMI integrados a uma estrutura robusta, capaz de operar em pistas não pavimentadas, em ambientes austeros e sem infraestrutura. Além disso, a aeronave possui requisitos de manutenção reduzidos e oferece altos níveis de confiabilidade, disponibilidade e integridade estrutural com baixos custos de ciclo de vida. 

Marinha do Brasil expõe drone naval de ponta na Rio Innovation Week 2025

O VSNT é um dos projetos mais inovadores da defesa nacional

*LRCA Defense Consulting - 01/09/2025

Entre os dias 12 e 15 de agosto, o Píer Mauá, no coração do Rio de Janeiro, foi palco da Rio Innovation Week 2025, a maior conferência de tecnologia e inovação da América Latina. Entre as inúmeras atrações, a Marinha do Brasil (MB) roubou a cena ao apresentar o Veículo de Superfície Não Tripulado para Contramedidas de Minas (VSNT-CMM), uma embarcação revolucionária que promete redefinir as operações navais brasileiras. O VSNT-CMM representa um salto tecnológico que fortalece a defesa marítima do país e posiciona a MB como uma força inovadora no cenário global.

Um projeto nacional para desafios estratégicos 
Iniciado em 2021 pelo Centro de Análise de Sistemas Navais (CASNAV), o desenvolvimento do VSNT-CMM contou com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), instituição ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. A parceria destaca o esforço da Marinha em promover a soberania tecnológica, utilizando expertise nacional para criar soluções de defesa de ponta. O casco do veículo, projetado pela DGS Defense, empresa brasileira renomada por embarcações robustas, foi especialmente desenvolvido para suportar operações em ambientes hostis, como áreas minadas.

Veículo de Superfície Não Tripulado (drone naval) durante operação

O VSNT-CMM é equipado com sensores avançados, sistemas de sonar e inteligência artificial, permitindo operações em três modos: remoto, com controle humano direto; semiautônomo, combinando automação e supervisão; e totalmente autônomo, onde o veículo executa missões de forma independente. Essa flexibilidade o torna ideal para missões de alto risco, como guerra de minas, defesa marítima e vigilância costeira, protegendo a extensa Amazônia Azul contra ameaças como minas navais, tráfico e pesca ilegal.

Desempenho comprovado em campo 
O VSNT-CMM já provou sua eficácia em exercícios operacionais, com destaque para os MINEX-2023 e MINEX-2024, onde demonstrou precisão na detecção e identificação de minas navais. Esses testes, realizados em cenários simulados de guerra, confirmaram a confiabilidade do sistema e sua capacidade de operar em condições reais. Um dos diferenciais do projeto é sua integração com as fragatas da classe Tamandaré, que estão sendo construídas no âmbito do Programa Classe Tamandaré (PCT). Essas embarcações modernas serão equipadas para operar em conjunto com o VSNT-CMM, permitindo missões de contramedidas de minas sem expor tripulações a perigos.

VSNT-CMM no convés do NAM Atlântico (A140) na Rio Innovation Week

Durante a Rio Innovation Week 2025, a Marinha também marcou presença com o NAM Atlântico (A140), o maior navio de guerra da América Latina, atracado no Píer Mauá. Com 203 metros de comprimento e capacidade para transportar 18 aeronaves, o navio ofereceu uma programação especial focada em tecnologia e inovação, reforçando a relevância da MB no evento.

Impacto estratégico e soberania tecnológica 
Para os aficionados por defesa, o VSNT-CMM é mais do que uma inovação tecnológica: é um símbolo do fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID) brasileira. A colaboração com a DGS Defense e o suporte da Finep demonstram como parcerias público-privadas podem impulsionar a autossuficiência em tecnologias estratégicas. “O VSNT-CMM é uma prova do potencial brasileiro em desenvolver soluções de classe mundial, garantindo a segurança de nossas águas sem depender de importações”, destacou um oficial do CASNAV durante a apresentação.

No contexto internacional, o veículo coloca a Marinha do Brasil em pé de igualdade com forças navais de potências como Estados Unidos, Reino Unido e França, que também investem em sistemas não tripulados. A capacidade autônoma do VSNT-CMM é particularmente estratégica para proteger os 8.500 km de costa brasileira e os recursos da Amazônia Azul, uma região vital para a economia e a segurança nacional.

VSNT-CMM exposto durante a LAAD 2023

Perspectivas para o futuro 
Com o sucesso na Rio Innovation Week 2025, a Marinha planeja integrar o VSNT-CMM à sua frota de forma gradual, com potencial para expandir suas aplicações. Especialistas apontam que o veículo pode ser adaptado para missões como patrulhamento em áreas remotas, operações de busca e salvamento ou apoio logístico em crises. Além disso, o projeto abre portas para o desenvolvimento de outros sistemas não tripulados, como veículos submersíveis, que poderiam complementar as capacidades da MB.

A presença da Marinha no evento, que atraiu mais de 205 mil visitantes e movimentou cerca de R$ 4 bilhões em negócios, reforça a relevância do setor de defesa na agenda de inovação do Brasil. A Rio Innovation Week 2025, com seu tema “Um Olhar Através da Ética”, também destacou a importância de desenvolver tecnologias responsáveis, um princípio que a MB incorpora ao priorizar sistemas que reduzem riscos humanos e promovem a segurança sustentável.

VSNT-CMM - Casco da empresa DGS Defense

Um marco para a defesa brasileira 
O VSNT-CMM é um divisor de águas para a Marinha do Brasil e um motivo de orgulho para os entusiastas de assuntos militares. Ao combinar inovação, soberania tecnológica e visão estratégica, a MB demonstra que está preparada para os desafios do século XXI. A Rio Innovation Week 2025, realizada de 12 a 15 de agosto, não apenas consolidou o Rio de Janeiro como um polo de inovação, mas também destacou o papel da defesa na construção de um futuro mais seguro e tecnológico.

*Fotos: Agência Marinha de Notícias 

 


31 agosto, 2025

Tarifaço de Trump abre janela histórica para Embraer na Índia: contrato de US$ 5 bilhões em disputa

Tensões comerciais entre EUA e Índia criam oportunidade sem precedentes para a aviação militar brasileira, com C-390 Millennium emergindo como favorito em programa estratégico indiano


*LRCA Defense Consulting - 31/08/2025

As relações comerciais globais, percebidas por alguns como um domínio distante da alta política, demonstram, muitas vezes, um impacto direto e profundo em setores estratégicos, como o da defesa. Recentemente, uma série de eventos desencadeados por medidas tarifárias americanas contra a Índia abriu uma janela de oportunidade sem precedentes para a indústria de defesa brasileira, mais precisamente para a Embraer, no que pode se tornar o maior contrato de exportação militar da história do Brasil, avaliado em até US$ 5 bilhões.

O estopim das tensões comerciais: um tarifaço que ecoa na defesa 
Em agosto de 2025, os Estados Unidos impuseram tarifas de 50% sobre as exportações indianas, uma medida protecionista que afetou cerca de US$ 48,2 bilhões em bens, com consequências severas para setores intensivos em mão de obra na Índia, como têxteis (US$ 12,8 bilhões), pedras preciosas (US$ 9,4 bilhões) e produtos farmacêuticos (US$ 8,1 bilhões). A repercussão não se limitou à economia: a Índia, em um ato de retaliação e buscando reafirmar sua soberania econômica e estratégica, suspendeu imediatamente aquisições militares dos EUA.

Ajay Srivastava, fundador do Global Trade Research Initiative, já havia alertado para o impacto significativo dessas tarifas: Ameaça a presença estabelecida da Índia nos EUA, podendo causar desemprego significativo e enfraquecer o papel do país na cadeia de valor industrial global. Esta declaração ressoa com a gravidade da situação, que forçou Nova Deli a reconsiderar suas parcerias estratégicas em defesa.

A resposta indiana: autossuficiência e busca por novos parceiros 
A reação indiana foi rápida e decisiva. O Ministério da Defesa suspendeu contratos militares com os EUA que totalizavam US$ 7,1 bilhões, abrangendo veículos de combate Stryker (US$ 2,8 bilhões), aeronaves Boeing P-8I (US$ 3,1 bilhões) e mísseis antitanque Javelin (US$ 1,2 bilhões). A decisão não foi meramente econômica, mas estratégica. Rajnath Singh, Ministro da Defesa indiano, enfatizou a nova diretriz do país: As recentes tensões comerciais reforçaram nossa determinação em alcançar autossuficiência em defesa, priorizando parceiros que apoiem genuinamente nossa visão de ‘Make in India’”.

Essa declaração é um divisor de águas, sinalizando uma reorientação da política de defesa indiana, que busca, agora com maior ênfase, fornecedores alinhados com sua agenda de produção local e transferência de tecnologia, elementos cruciais para a consolidação de sua própria Base Industrial de Defesa.

O C-390 Millennium na vanguarda: uma vantagem técnica decisiva 
Nesse cenário de realinhamento, o programa Medium Transport Aircraft (MTA) da Força Aérea Indiana, que visa substituir aeronaves soviéticas obsoletas como o An-32 e o Il-76 por 40 a 80 unidades modernas, tornou-se o epicentro de uma disputa de bilhões. E é aqui que o C-390 Millennium da Embraer emerge como o favorito.

Uma análise aprofundada das especificações técnicas revela a superioridade do C-390 em um requisito que se mostrou eliminatório para seu principal concorrente, o C-130J Super Hercules americano. A inclusão do requisito de transportar o novo tanque leve Zorawar, com 25 toneladas, concedeu ao C-390 uma vantagem crucial, visto que ele possui uma capacidade de carga de 26 toneladas, enquanto o C-130J limita-se a 20 toneladas e é incapaz de realizar tal transporte. Além da capacidade de carga superior, o C-390 oferece, entre outras vantagens significativas, uma velocidade operacional 40% maior e um custo operacional 41% menor. Esta Consultoria estima que a combinação de fatores técnicos, econômicos e geopolíticos coloca a probabilidade de vitória brasileira na disputa entre 85% e 90%.

A estratégia brasileira: financiamento e parceria local 
A oportunidade para a Embraer não se baseia apenas na excelência técnica de sua aeronave. O suporte governamental brasileiro e a estratégia de parcerias locais têm sido fundamentais. Aloizio Mercadante, presidente do BNDES, confirmou as negociações avançadas e a disposição do banco em financiar a operação indiana, tendo já aprovado R$ 1,1 bilhão para exportações recentes da Embraer. Essa postura ativa do BNDES é um diferencial competitivo significativo, demonstrando o compromisso do Brasil em apoiar a empresa no mercado global.

Adicionalmente, a parceria estratégica entre a Embraer e a Mahindra Defence Systems, estabelecida em 2024, alinha-se perfeitamente com a iniciativa indiana “Make in India”. Essa colaboração oferece a perspectiva de produção local com transferência de tecnologia, criação de empregos qualificados na Índia, redução de custos através da manufatura doméstica e, crucialmente, autonomia estratégica para futuras aquisições. É um modelo de negócio que atende às novas prioridades da Índia por diversificação e autossuficiência.

Reconfiguração geopolítica e o fortalecimento do BRICS 
As tarifas americanas, embora impostas com o objetivo de proteger interesses domésticos, catalisaram um realinhamento geopolítico mais amplo. Rajesh Kumar, analista sênior do Observer Research Foundation, observou que As tarifas dos EUA criaram uma oportunidade única para países como Brasil, França e Suécia expandirem sua presença no mercado indiano de defesa. A Índia, de fato, implementou novos critérios de seleção que priorizam estabilidade política comercial, transferência genuína de tecnologia, parcerias de produção local e diversificação de riscos de fornecimento.

Esse cenário também tem impactado as relações EUA-Índia, historicamente próximas. Ashley Tellis, especialista da Carnegie Endowment, alertou para Uma ruptura fundamental na parceria estratégica que levou décadas para ser construída. A participação indiana no Quad (EUA, Japão, Austrália, Índia) enfrenta tensões, com diplomatas indianos indicando que a cooperação em segurança não pode ser refém de disputas comerciais unilaterais.

Nesse contexto, o fortalecimento do BRICS ganha relevância. O presidente do Brasil declarou que os países do bloco Não aceitam as reclamações dos EUA sobre suas políticas comerciais, sinalizando apoio direto à posição indiana e reforçando as bases para parcerias estratégicas alternativas que minimizem a dependência de potências ocidentais tradicionais.

Projeções econômicas e o cronograma da decisão 
Do ponto de vista econômico, o Reserve Bank of India estima que as tarifas terão um impacto negativo de 0,3% a 0,5% no crescimento do PIB indiano em 2025-2026, com uma redução de 12% a 15% nas exportações para os EUA até 2026. No entanto, prevê-se um aumento de 25% a 30% na diversificação comercial para outros mercados, apesar da potencial perda de 800.000 postos de trabalho em setores afetados.

O cronograma para a decisão do MTA é promissor para a Embraer. A abertura da subsidiária da empresa na Índia já foi confirmada para o segundo semestre de 2025. O lançamento oficial do processo licitatório do MTA é esperado para o quarto trimestre de 2025, com alta probabilidade (80%). A decisão final da Força Aérea Indiana é aguardada entre o segundo e terceiro trimestres de 2026, com o C-390 mantendo sua posição de favorito (85-90%). A assinatura do contrato, por sua vez, dependerá dessa decisão e está projetada para o quarto trimestre de 2026.

Implicações para a Base Industrial de Defesa Brasileira
O sucesso no programa MTA pode ser um catalisador de transformações significativas para a Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS) brasileira. Representa a consolidação da Embraer como um player global em transporte militar, abrindo novos mercados na região Indo-Pacífico e atraindo investimentos para o setor aeroespacial nacional. Mais do que isso, demonstra a capacidade brasileira em competir com gigantes americanos e europeus.

Os efeitos multiplicadores para o Brasil são substanciais: criação de empregos diretos e indiretos na cadeia aeroespacial, aumento das exportações de alta tecnologia, fortalecimento da marca Brasil no segmento de defesa e diversificação geográfica das receitas da Embraer. Chandrajit Banerjee, diretor-geral da Confederation of Indian Industry, afirmou que “As tarifas americanas, embora desafiadoras, estão acelerando nossa transição para uma economia menos dependente de um único mercado”. Essa aceleração cria um terreno fértil para parcerias com países como o Brasil.

Riscos e desafios no horizonte 
Apesar do cenário amplamente favorável, existem riscos e fatores de incerteza a serem considerados. Richard Rossow, do Center for Strategic and International Studies, alertou que “As tarifas podem empurrar a Índia para uma órbita comercial mais próxima da China e da Rússia, contrariando os interesses estratégicos americanos”. Isso pode resultar em pressões diplomáticas americanas sobre parceiros da Índia, complicando as relações Brasil-EUA e interferindo em negociações comerciais futuras.

Além das pressões diplomáticas, variáveis como mudanças na política externa indiana, a entrada de novos concorrentes ou alterações inesperadas nos requisitos técnicos do programa podem influenciar o resultado final. A pressão interna na Força Aérea Indiana também é um fator a ser monitorado.

Uma oportunidade histórica que redefine o panorama da defesa global 
As tarifas impostas pelos Estados Unidos à Índia, embora controversas em sua gênese, inadvertidamente abriram uma janela de oportunidade histórica para a indústria aeroespacial brasileira. A convergência da superioridade técnica do C-390 Millennium, um contexto geopolítico favorável e o robusto suporte financeiro do BNDES posicionam o Brasil de forma única para conquistar um dos maiores contratos de exportação militar de sua história.

A decisão indiana, aguardada para 2026, transcende a simples escolha de uma aeronave. Ela representa um marco na reconfiguração das alianças estratégicas globais, à medida que países buscam maior autonomia e diversificação em suas cadeias de suprimentos de defesa. 

Para o Brasil, o sucesso no programa MTA pode não apenas consolidar a Embraer como uma alternativa viável aos tradicionais fornecedores americanos e europeus, mas também estabelecer as bases para uma presença duradoura e estratégica no promissor mercado de defesa asiático. 

O próximo ano será decisivo para determinar se esta oportunidade geopolítica se converterá em uma realidade comercial que poderá redefinir o panorama da aviação militar global e fortalecer significativamente a posição brasileira no cenário internacional de defesa.

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